Sexta-feira, 12 de Novembro de 2010

PROFETAS DO VENTO

Mark Shasha

 

"Ouvir a voz do vento, talvez seja ainda hoje, uma condição de libertação pessoal e de encontro com a transcendência." ‘Copy e Siga’ de fumo virtual não identificado. Isto de ler e reter sem prestar atenção à chaminé, pode não ser ético, mas elogia quem tecla com o coração ou com sofisma – soa e presta-se a tanto que a causa é indiferente.

 

Ouvir profetas de «economês», politologia, esoterismo ou destinos humanos é comum. Mando-os às malvas – lugar cheiroso para quem, como eu, ao acre do aroma toma gosto. Malvas ou sardinheiras ou descendentes da família botânica Malvaceae têm história nas lendas (factos?) – planta ornamental nos vasos e canteiros de pobres e ricos do nosso povo, com lugar cativo nos jardins imperiais de Carlos Magno, sagrada para os pitagóricos por libertar da escravatura das paixões os espíritos, terapêutica para os monges medievos.

 

Gosto dos profetas do vento. Dos apegados ao sensível da atmosfera que o ouvido captura. Por isto, a empatia com o monge ortodoxo que mora no cimo de uma rocha longe da Geórgia habitada. Na rocha a pique, mosteiro antigo que abriga ossadas doutro monge como ele, quinhentos anos a mais. Quotidianamente, sobe e desce escada para levar ao cimo pedras que, a preceito encaixadas, restaurem o desfeito. Desde há treze anos, demora o refazer. O monge não desfalece. Objectivo: por via do acto simbólico, o renascimento da Igreja Ortodoxa na Geórgia. E os novos crentes acodem, e os antigos retomam crença.

 

Que faz durante a noite eremita no pico rochoso? Ouve o vento, olha o breu terrestre em lugar tão remoto, levanta a face aos céus estrelados ou tempestuosos? Comporá sinfonias íntimas? Acudirá desespero e o incerto da missão? No amanhecer dealbado, alento para um dia de anos mais até esgotar o inventado desígnio, ou cimento acrescido no enamoramento pela fé?

 

Profetas do vento, quero-vos!

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Morreu Dino de Laurentis o produtor da La Strada de Fellini, do Ovo da Serpente de Bergman, do Barbarella, do Blue Velvet do David Lynch e tantos outros nas memórias. Homenagem ao produtor.

  

  

 

 

publicado por Maria Brojo às 06:50
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