Wassily Kandinsky (É celebrado hoje o 148º aniversário de Wassily Kandinsky)
Política. Do grego politiké - a arte de governar a cidade. Ciência ou arte de governar. Conjunto dos princípios e dos objetivos que servem de guia a tomadas de decisão e que fornecem a base da planificação de atividades em determinado domínio.
«Porque há tão poucas mulheres bloggers na blogosfera a ter "intervenção política" ou mesmo a fazer da opinião política tema relevante dos seus blogues? Quem diz bloggers diz não bloggers e fora dos blogues. Estarei enganado? Não é isto um facto? E tu Maria?»
Caríssimo Rui,
Respondo pela mesma ordem: sim, não e aqui me tens. Resumindo: quem da intervenção política faz substância de blogue são as mulheres. Ponto. E nem demora a justificação. Faz a fineza de descer ao parágrafo seguinte e seguir a rodilha do meu pensamento.
Os blogues femininos, como foi concluído no “Ciclo Falar de Blogues”, tratam de temas tão diversos como a técnica de bem aplicar uma tinta no cabelo, conjugalidades, férias - a verdadeira promoção de Portugal no estrangeiro é feita por nós, giríssimas, encantadoras, bronzeadas e muito, muito alinhadas -, segredos culinários, pedagogia, dicas de beleza e moda, saúde, poesia, lingerie, literatura, compras, logo economia!, teias sociais, pintura, cultura, segurança, como dar a volta ao parceiro sem ao encolher de ombros fazer guerra, o mesmo no emprego, com a funcionária, a sogra, a amiga e a vizinha do terceiro que empesta o elevador com fina mistura de essências de tabaco e ópio - não a mandar à ***** é diplomacia de primeira!
Depois, há a conhecida realidade da gestão dos sempre escassos recursos domésticos. Somas as primeiras a saber «de facto», e não por enganosas oratórias, a tragédia da economia, da falência dos valores, dos afetos, da educação (não descuidamos os filhos), da saúde (aguentamos filas acompanhando o sogro ou a Madalena ao centro de saúde), da justiça (para nos divorciarmos enrugamos como passas algarvias), das finanças, da conflitualidade na rua, no bairro e no mundo.
O que referi não é política? O que é então? Mas entendi, sim, Rui. Dessa política que a muitos encanta, a maioria de nós quer distância ou intervém com uma postura em muito diferente da vossa. A bissetriz é que importa. Dela se fazem os dias.
CAFÉ DA MANHÃ
Jim Daly
Quando me sinto provocada nas minhas convicções, quando a revolta me embarga o verbo, quando se trata de ultraje aos elementares direitos dos cidadãos, procuro distanciar-me até o racional ganhar à subjetividade. «Reações a quente» não se harmonizam com quem sou. Prefiro diálogo esclarecedor ou, na impossibilidade de acontecer, exercitar análise crítica isenta de emoções.
O direito à saúde, à educação, à justiça são áreas sensíveis das quais não me distraio. Pela omissão de escritos meus sobre os sucessivos escândalos do administrar governamental nas prioridades sociais atrás referidas, que não subjaza o meu alheamento. Estive, estou, estarei (se amanhã acordar) centrada no respeito aos direitos humanos no mundo, em Portugal especialmente. A não esquecer que na passada terça-feira o nosso país foi eleito membro do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU para o biénio 2015/2017 numa votação recorde - nunca qualquer país recebeu um tão elevado número de votos para uma organização das Nações Unidas. Foi bonito. Soube a mel.
Vai o ano letivo a meio do primeiro período de aulas, educandos e educadores continuam desesperados por começo invulgarmente tardio do ano escolar. Professores saltitam de uma colocação escolar para outra, alunos sem aulas ou que já conheceram três professores numa só disciplina ficando dias-a-fio sem nenhum. Terramoto na educação. Terramoto na estabilidade de crianças e jovens que carecem de confiança nas escolas para o estudar ser estímulo e não roleta russa. Terramoto nas famílias angustiadas perante sistema em descalabro.
Como acreditar na evolução de um povo quando o edifício educativo se alicerça em solo incompetente?
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros