Jim Daly
Recorrentemente, anda o país adulto mobilizado pelos «pipis» e «pilinhas» dos mais pequenos. Preocupa alguns pais de família que as escolas tenham papel mais ativo no esclarecimento de questões que a sexualidade sempre coloca aos humanos, sejam eles meninos de bibe ou adolescentes com hormonas irrequietas desaguando em borbulhas.
Recosto-me e sorrio ao deparar com genuínas convicções paternais de que a sexualidade desabrocha e concretiza-se de modo tão airoso e natural como borboleta de crisálida sob o olhar atento(?) e esclarecedor(?) dos «papás». «Papás» de hoje - baralhados jovens de setenta e oitenta - que peregrinaram (muitos sem rumo) pelos afetos e papéis e posturas e continuam, nalguns casos, tão baralhados como antes. Os mesmos pais que reclamam e esperam que a escola ensine os filhos a estudar, a perpetuar valores, a valorizar o empenho, a disciplina e responsabilidades pessoais. Porque não têm tempo, dizem alguns, delegam na escola competências que à família cabem e seria suposto a escola preservar.
Que tal os curadores da tradição e ideais de antanho optarem pela coerência? Sentindo a escola usurpar domínios reclamados como familiares, sejam responsáveis e cuidem destes e dos outros. Mudem de vida, senhores! Terão de ser menos carreiristas e workaholics. Mais intervenientes na formação dos filhos. Mais presentes no tempo de vigília e não cingidos ao beijo de boa-noite quando a criança já dorme. O fim-de-semana terá de gratificar e, em simultâneo, respeitar a prioridade do acompanhamento escolar efetivo. Detetar dificuldades e procurar a colaboração da escola para que a criança se sinta amparada e confie no sucesso. Nisto, como no resto, a coerência é bonita e tem recomendação.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros