Autor que não foi possível identificar, Roberto Bernardi
O desenvolvimento e aparecimento do plástico desde o início do séc. XX, revolucionou o mundo dos materiais devido ao baixo custo, diversidade, versatilidade de design e variegadas cores. Facilitou vidas – o pesado cântaro de ir à fonte e objectos de cozinha em metal foram, progressiva e vantajosamente, substituídos pelos leves e resistentes plásticos – adeus «palha de aço», viva a facilidade! O século XXI talvez venha a ser chamado como o século dos ‘Novos Materiais’. E existem e estão aí como escravos e escravistas.
A degradação dos vários materiais utilizados surge, frequentemente, associada à ilusão que depositá-los em qualquer sítio tem solução garantida. Lógica enganosa. Puro marketing ambiental – alimenta o consumo sem o comprometer, licencia a irresponsabilidade do consumidor. Esquecida a separação dos resíduos recicláveis, vem a degradação prolongada por meses e anos, a libertação de substâncias com efeito estufa (dióxido de carbono e metano*), o impacto no ambiente superior ao de resíduo inerte, poluição visual, consumo e desenvolvimento sustentáveis. Que conceitos são estes?
_ “Consumo Sustentável é saber usar recursos naturais na satisfação das necessidades actuais, sem comprometer necessidades e aspirações das gerações futuras.”
_ “Desenvolvimento Sustentável consiste em satisfazer necessidades e aspirações da geração actual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras bastarem necessidades próprias.”
“O ‘Consumo/Desenvolvimento Sustentável’ obriga a:
- optimização/minimização do uso de recursos naturais;
- optimização/minimização do consumo de energia;
- redução de perdas e reaproveitamento;
- uso racional e preservação da qualidade da água
_ minimização de emissões;
- poupar para que as gerações futuras possam usufruir, optar, gerir, decidir, sobreviver.”
As gerações recentes, pela pedagogia escolar, estão mais conscientes destes e outros problemas ambientais. Que as famílias lhes ouçam recomendações e sigam os preceitos.
Se ontem foi referida a lenta degradação da maioria dos plásticos, a poluição assassina nos oceanos é documento na bica matinal.
* O metano em aterros, oriundo de materiais biodegradáveis, é problema durante anos a fio, mais de um século após o encerramento do aterro.
CAFÉ DA MANHÃ
Jim Warren
Cheiro a enxofre ou a ovos podres (gás sulfídrico). Vulcões islandeses entraram em rebelião. Um, adormecido há três séculos, acordou na madrugada de quarta. Violento, concentrou em cinzas o ar. Fechou aeroportos desde o Norte dos nortes europeus até Sul imprevisível. Outro vulcão, em sossego há duzentos anos, ameaça dança de lava, fumos e fumarolas. Preocupações que, somadas às chuvas na Madeira, no Continente, tornados em Lisboa e Tavira, revelam uma Terra febril.
Chegava o sabido, por aqui debatido, por fim, noticiado _ “estudo do Ministério do Ambiente espanhol revela a Península Ibérica como uma das zonas mais afectadas pelas alterações climáticas dos últimos 30 anos, com um aumento da temperatura na ordem dos 0,5 graus/década. A temperatura da Península Ibérica aumentou entre 1975 e 2005 a uma velocidade três vezes superior ao resto do planeta, revela o estudo. O aumento da temperatura foi mais intenso na Primavera e no Verão.”
As estatísticas gritam alertas: “A região Norte de Portugal é das mais afectadas pela diminuição da precipitação na Península Ibérica. Previsões alertam para um aumento da temperatura de seis graus no Verão e dois a três no Inverno, até ao final do século. A tendência é de que a precipitação continue a diminuir e ocorra de forma mais incerta; frequência de eventos extremos (secas e chuva intensa). As vagas de frio no mês de Março não se faziam sentir desde 1986. O mês de Março foi o mais frio dos últimos 24 anos e o terceiro mais chuvoso dos últimos 30 anos em Portugal.”
A “Sábado” de ontem especula sobre alterações significativas nos quotidianos quando rarear o crude. Diminuído, significativamente, o débito do ouro viscoso, da carestia advirá a ruína do estar ocidental. Profecia inconsequente? Não, pese embora a constante dialéctica entre o planeta e a evolução tecnológica. A Cimeira de Copenhaga nem um rato pariu. Valem-nos peritos alcandorados em superior e contínua vigilância. Que todos, quem governa em particular, atentem nos sinais ou faça da Ibéria 'jangada de pedra'.
CAFÉ DA MANHÃ
No segundo vídeo, jovens portugues esmiuçam Copenhaga
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros