Quarta-feira, 25 de Março de 2015

ERRO E FRACASSO

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Emily Zasada

 

 

 

 

"Só seres que arriscam erram. Não confundir erro com negligência, desatenção e descuido. Ser capaz de arriscar é um dos métodos mais inteligentes para mudar. Não há que temer o erro. Necessário é temer a negligência, a desatenção e o descuido. Erro é para ser corrigido, não para ser punido. Alvos de punição: negligência, desatenção e descuido.

 

 

 

 

Thomas Edison, sabemos, inventou a lâmpada elétrica de corrente contínua. O que frequentemente ignoramos é ter ele feito 1.430 experiências sem resultados antes de chegar à lâmpada. Edison afirmou: «Inventei 1.430 modos de não fazer a lâmpada. Porque é muito importante possuir o conhecimento do que não fazer.» Aprendeu que o fracasso não acontece quando se erra, mas quando se desiste face ao erro".

 

 

Adaptação pessoal e livre de Mario Sergio Cortella, autor de "Qual é a Tua Obra?", Editora Vozes/RJ.

 

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Quinta-feira, 29 de Maio de 2014

NUM ÁCIDO DE LIMONADA

  

Emily Zasada – “Late Summer”                                    Susan Hoehn – “Sonoma Patio”

 

Faltava poesia a este espaço. Eis que chega pelas mãos da estimada parceira de escrita “Era Uma Vez”.

 

e a vida corre parada

 

à espera de um veredicto

talvez amanhã seja dia

talvez amanhã seja dito

 

e a vida assim em suspenso

oscilando em corda bamba

fazendo tempo adiando tempo

disfarçando
lendo
um livro de pernas para o ar

numa qualquer esplanada

 

a vida corre parada

com mil planos em mente

numa agenda carregada

 

amanhã pode ser tudo

 

amanhã pode ser nada

 

talvez um pouco de muito

num ácido de limonada

 

“Era Uma Vez”

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

E porque abre hoje a Feira do Livro, homenagem aos escritores por via da pintura de Jonathan Wolstenholme.

 

publicado por Maria Brojo às 08:35
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Terça-feira, 6 de Maio de 2014

CEM METROS, NÃO MAIS

  

Virgil Elliot                                                                                                       Emily Zasada

 

Cem metros. Não mais. Bebericando chá verde, olhava o longe/perto para lá das vidraças entreabertas. Atrevia-se o sol. Dentro, lambia as folhas viçosas de plantas estimadas e reunidas como se foram jardim. E é. Privado, miniatura dos beirões que mesmo de longe me afagam.

 

Cem metros além, chovia. Rasgos azuis no celeste teto nublado legitimavam a contradição de duas estações simultâneas numa só. Café tirado, chávena entre as mãos, pernas nuas estendidas ao beijar quente da luz. Intimidade. Serenidade. Momento feliz. Como outros, como tantos, gravei-o na divisão da memória onde coleciono poemas vividos ao subscrever Confúcio: _ “O que ouço esqueço, mas o que vejo recordo.”

 

No ecrã da sala de cinema que invento, projeto ocorridos consoante a maré determinada pelo meu estado lunar ou soalheiro. Para os demais talvez ridículos sem merecimento. Risíveis, portanto. Todavia, se mais possuo risonhos que lúgubres, nenhum escapa a serventia – o filme deste pecúlio desfila amiúde mal o silêncio é companhia.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:00
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Quinta-feira, 25 de Julho de 2013

MERKEL, GNR, ALENTEJANO, UMA CARMEN E UMA NUDISTA

 

Alex Colville – Horse and train

 

Sou desprovida do minímo de jeito para reproduzir anedotas. Mas gosto e rio com vontade quando as ouço bem contadas. Algumas registo para mais tarde lembrar. E nesta silly season, apetecem como recompensa das muitas tragédias: o descarrilamento do comboio espanhol que matou 77 ocupantes e fez centena e meia de feridos é exemplo último. Que os vivos façam do riso alívio das mágoas que afligem.

 

Baseado numa obra de Goethe

 

"Angela Merkel decidiu descansar 2 dois, com o marido, num hotel rural, em França, próximo da fronteira alemã, onde na fronteira se registou o seguinte diálogo do guarda fronteiriço com a chanceler:
_ Nacionalidade?
_ Alemã.
_ Ocupação?
_ Não. Venho só passar o fim-de-semana."

 

Autor que não foi possível identificar

 

"Dois GNR na berma de uma estrada no distrito de Beja veem passar um carro a mais de 160 km/h.
Diz um para o outro:
_ Aquele não é o gajo a quem apreendemos a carta a semana passada por excesso de velocidade?
_ Era pois, respondeu o segundo. Vamos caçá-lo!
Quilómetros adiante, já com o carro parado, um dos GNR chega-se ao pé dele e pergunta-lhe :
_ A sua carta de condução?
_ Mau!, responde o alentejano. Perderam-na?!"

 

Georges Chicotot

"_ Carmen, estás doente?... Pergunto-te isto porque hoje de manhã vi um médico sair da tua casa.

_ Olha, minha amiga, ontem de manhã vi um militar sair da tua casa e não é por isso que estás em guerra, pois não?"

 

Emily Zasada – Beer

 

"Uma jovem rebelde e muito liberal entra num bar, completamente nua. Pára em frente do barman e diz:
_ Dê-me uma cerveja bem gelada!
O barman fica a olhar para ela sem se mexer.
_ O que  se passa?, diz ela. Nunca viu uma mulher nua?
_ Muitas vezes!
_ E então, está a olhar para onde?
_ Quero ver de onde é que vai tirar o dinheiro para pagar a cerveja!"

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Na voz de Joaquin Sabina, homenagem às vítimas da tragédia em Santiago de Compostela.

As palavras denunciam absurdos da vida.

 

publicado por Maria Brojo às 09:43
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Terça-feira, 9 de Julho de 2013

CHAVE D’OURO

 

Emily Zasada – Cup of Coffee and Pie Slice

 

Encantam-me lendas, mistérios e contos tradicionais que de boca em boca são perpetuados. Dos enigmas que algumas expressões populares encerram, procuro respostas. Até agora, a «rede» e os «antigos» forneciam explicações, nem todas nem sempre fiáveis. “Eis senão quando”, seria gosto desta comummente usada conhecer o porquê, entretendo ócio em presença de uma «bica» pousei o olhar no pacote de açúcar complemento. Porque aprecio sabores puros seja do café, do chá, duma limonada, duma salada de frutas, costumo deixar intactos pacotes de açúcar.

 

De regresso ao momento de lazer na esplanada com café na mesa. No pacote da doçura aparentemente banal, rezava a frase “tirar o pai da forca” e a lenda explicativa anexa. Persisti na atenção a outros que publicitassem o café Chave D’Ouro e me fossem postos na frente. Até ao momento, cinco. Partilho o aprendido:

 

“Levar um puxão de orelhas”

- Significado: repreender.

- Origem: as Ordenações Afonsinas prescreviam que os ladrões tivessem as orelhas cortadas. Vasco da Gama relatou o corte de 800 orelhas e Gomes Freire recebeu 7800 delas. Mais tarde, as orelhas deixaram de ser cortadas e passaram apenas a serem puxadas.

 

“Cair que nem tordos”

- Significado: cair em grande quantidade, queda fácil.

- Origem: a caça. Os tordos voam em bandos densos e, quando atingidos por um tiro de caçadeira que dispara muitos chumbos em simultâneo, caem em grande quantidade. Com só tiro são mortos vários tordos.

 

“Dar um lamiré”

- Significado: sinal para começar algo.

- Origem: trata-se da forma aglutinada da expressão ‘la, mi, ré’ que designa o diapasão, instrumento musical usado na afinação de instrumentos musicais ou vozes. A frase foi-se popularizando designando qualquer sinal que dê começo a uma atividade.

 

“OK”

- Significado: está tudo bem.

- Origem: durante a Guerra Civil Americana, nos dias em que não havia baixas, os militares americanos penduravam tabuletas à porta das casernas com as iniciais “OK” que significava 0 killed (zero mortos). A moda pegou e, hoje em dia, é das palavras mais ditas em todo o mundo.

 

“Tirar o pai da forca”

- Significado: ter pressa.

- Origem: Santo António estava em Pádua e teve de ir apressadamente a Lisboa para salvar o pai da forca. Lenda conhecida que tem atualidade neste século onde todos andam apressados como quem vai tirar o pai da forca.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:56
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Sexta-feira, 23 de Março de 2012

VIVAM AS CENOURAS E AS CHÁVENAS DE CAFÉ!

 

Emily Zasada e autor que não foi possível identificar

 

Poderia debitar sobre o acontecido ontem durando a ‘greve geral’. Porque li mais e melhor do que o meu escasso talento de escriba faria, não resisto a publicitar excertos significativos.

 

- “Antes do 25 de Abril, o ridículo também tinha limites...

- "Fonte do comando da PSP do Porto disse à Lusa que foram identificadas três pessoas por arremesso de cenouras aos polícias e danos numa viatura policial."

 

- “Ora, por um lado temos perigosos agitadores armados de chávenas de café e cenouras, no outro, polícias armados dos pés à cabeça.”

 

Factos objetivos:

- “A PSP agrediu a fotojornalista da France Press em Portugal, Patrícia Melo, quando esta cobria a manifestação da Plataforma 15 de Outubro, no Largo do Chiado, em Lisboa, integrada na greve nacional. Como foi captada pelo fotógrafo da Reuters, a agressão está a pulverizar-se pelos sites noticiosos internacionais. No mesmo local, o fotojornalista da agência Lusa, José Sena Goulão, também acabou por ser alvo de constantes bastonadas por um agente da polícia. Já no chão, mesmo já depois de se ter identificado como jornalista, Goulão continuou a sofrer carga policial, tendo necessitado de intervenção hospitalar. Os confrontos terão começado, segundo fonte oficial do Comando da PSP de Lisboa, quando alegadamente alguns integrantes da referida plataforma atiraram objetos, como chávenas, junto à esplanada do café Brasileira. Um transeunte que se encontrava no Chiado acabou por socorrer a fotojornalista da France Press, mas esta não precisou de recorrer ao Hospital. A porta-voz da PSP, subcomissária Carla Duarte, garantiu que houve pelo menos três feridos, entre eles um agente que terá sido atingido com uma chávena na testa, e um manifestante detido, por ter lançado petardos e agredido policiais. No Hospital de São José, em Lisboa, encontra-se a receber tratamento o jornalista da Lusa. O cenário de violência policial contra Goulão motivou, ao início da noite, um protesto da Direção de Informação da Lusa junto do diretor nacional da PSP, o superintendente Paulo Valente Gomes.”

 

Outros escreveram:

- “(…) sem dúvida que houve abusos dos habituais penetras e arruaceiros que aproveitam a ocasião para causar tumultos e vandalismo, mas sinto muita vergonha de imagens como esta.”

 

- “A nota da PSP sobre a forma como os jornalistas se devem comportar em manifestações, nomeadamente a parte sobre onde devem ficar, quietinhos atrás da polícia, é verdadeiramente um exemplo de incompetência e fuga às responsabilidades - e, sempre, de tentativa de evitar imagens que possam ser inconvenientes. Que leva um agente a agredir alguém que visivelmente está a fotografar com material visível e volumoso?”

 

- "A polícia de choque foi obrigada a intervir", como se costuma dizer. Neste vídeo, vemos alguns choques a defender a ordem democrática, face a uma perigosa manifestante. Vá lá que não lhes deu para a espancar.”

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 13:03
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Quinta-feira, 29 de Dezembro de 2011

SEM HISTÓRIA PROMETIDA

Peter Kindred, Emily Zasada

 

A tepidez. O escuro. A lassidão do primeiro gesto. Os olhos que se entreabrem. A fímbria de luz atrevida sob a porta. Pálpebras de novo descidas. Fruir do silêncio, da maciez dos lençóis, do sereno espertar. A coluna, os membros que dilatam e, no deslizar, devolvem energia a cada músculo. O estado de vigília acentuando a respiração. Como se célula a célula o dia acordasse. A doçura tranquila que anuncia a manhã.


Aberto à luz, o espaço caseiro é cenário afectuoso. Nada diz, mas conheço-lhe a precisão de respirar. Janelas abertas, o ar limpo devolve cor e lustro ao palco da minha intimidade. Mas é para o exterior que me viro. Para a morrinha da chuva. Para os verdes mansos e perenes que o Inverno não desfolha, apenas escurece o tom. Para o horizonte amplo. Para o vigor da frescura que a face reanima. O espírito, esse, ingere suculento pequeno-almoço por via da contemplação do parque, antes, espojado a meus pés.

Um aroma forte. Um café. Chávena verde lima na mão. Vapor cheiroso que inaugura o dia. Depois, bebericar. Suspensa a chuva miúda, a luz espevita, afasta a neblina espessa e surge o azul. O sol é tímido, mas como alterou as cores! Vivificou-as, devolveu-lhes brilho e à cidade desejo de acordar. Dia sem história prometida. No anonimato dos dias nada o lembrará. Porém, hoje é mais um na minha vida. Ontem, não sabia se o veria nascer. Se dele ficar memória boa para contar, melhor.

 

O putativo cambalacho dos Estados Unidos ao manipularem a saúde dos representantes maiores da América Latina adoecendo-os por via do cancro espanta. Ou não. Recordo o conto(?) de já nos países abrangidos pela finada União Soviética rolar a suspeita das «secretas» utilizarem guarda-chuvas com extremos de varetas aguçadas munidas de venenos biológicos - numa picada, eliminarem a saúde escorreita das vítimas. ‘Estórias’ ou História? Facto é o crescimento médio dos países latino-americanos oscilar entre três a quatro por cento. Os «States» definham e a Europa com eles. Certo é, no imediato, os madeirenses pagarem trinta euros por uma botija de gás cujo conteúdo não vale mais que meia dúzia de euros. Perguntou amigo informado nestas coisas do «economês» e «politiquês»: _ Qual o destino da impressiva diferença entre o pago e o custo real?

 

Se acrescer que a família Sebastião, pais, filhos e netos, espera tolerância do governo do Canadá onde vivem há dez anos com o estatuto de clandestinos para ali permanecerem ou segue hoje, directa, para Rabo de Peixe, duvido que lembranças adoráveis marquem 29-12-2011 no meu calendário. Solidariedade íntima e militante acarreta consequências.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:25
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