Damon Denys, Ennio Montariello
Num dia, numa noite, num sonho, a menina inaugurava outra inocência – gosto novo interrompeu momento. Aconchegou as coxas. O sábio instinto apertava-as mais um pouco. Ignorava o que advinha. Mas apertava as pernas de seda infantil sem mais saber. Ondas de prazer desconhecidas tremiam-na. E ela ia com os fluxos repetidos. Vazias ondas cerebrais, em tumulto as do corpo. Quando o vir e ir terminou, quando a lucidez tornou, sobreveio inquietação – que fazer daquele sentir nascente? Deixou-se ficar gozando o orvalho cujo nome não sabia.
Mais tarde, prazeres semelhantes acudiam inesperados. Interrogava a menina qual a razão de instantes/séculos que dela faziam outra sendo a mesma. Atenta, percebeu a reacção do corpo quando a surpresa chegava. Como se movia. Donde vinha. Que fazia sem fazer. Tomou a iniciativa – não era garota de esperar futuros. Reproduziu o sentido. Soquetes brancos e pernas nuas no estio que ainda não era. Vestido curto terminado com folhos. Amedrontava-a dependência do não controlado. Experimentou a posição iniciática, o ritmo das coxas - nada. Relembrou detalhes do sonho, do que fizera sem saber que fazia. Voltou o ribeiro alegre que dos penedos e seixos no leito ria em cascata. Sem que o adivinhasse, fez-se mulher nesse dia.
CAFÉ DA MANHÃ
Na minha Piazza di Spagna, Trinità dei Monti em cima, sempre retorno.
CAFÉ DA TARDE
Cortesias do Cão do Nilo e Veneno C..
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros