Heriberto Cogollo, Eric Grohe
Oito e meia à porta do «tem-tudo» para construção. 'Café das velhas' tomado, vestimenta à trouxe-mouxe, do cabelo os múltiplos caracóis penteados com os dedos. Água gelada na espera das nove que a porta abrisse. Até às dez, foi um papar de buchas, torneiras, «bichas» macho e fêmea ou somente fêmeas, mais roscas e torneiras e autoclismo e lavatório e o mais que não lembro. Uma fadiga, não fora o fim último deixar daqui a meio ano bem contado num brinco casa inabitada da família.
Os mais queridos, salvo um, garantem que ensandeci pela troca de paredes e soalho cuidados em Lisboa por quimera capaz de me custar mundos e fundos, além da distância da urbanidade onde me têm por bicho certo no lugar próprio. Que, conhecendo-me a matriz pela aparência, laboram num erro carece de desmentido. Nem o TX lisboeta deixa de existir, nem existe impossibilidade geográfica de em três horas fechar a porta na Estrela e correr a fechadura do poleiro cerca do Campo Grande.
Acontece em horas frágeis indagar-me o porquê de reviravolta que pressinto de há muito, mas arribada suavemente à consciência em Junho após a limpeza obrigatória de terreno em socalcos na montanha. Terei, não juro, reflectido qualquer coisa semelhante a isto:
_ Anos em carreira, foi escavada cova nas quintas por onde foram escoados ribeiros de dinheirama. Vender amores de ancestrais está fora de causa _ Legarei o herdado, no pior, como foi recebido. No melhor, será alindado e volvida nova utilidade ao, até agora, sorvedouro na Beira Alta.
Dali até ao ‘mãos-à-obra’ foram semanas. Porfio na vontade dita quimera ou rebate inconsistente. Rosto erguido, percorro o meu outro caminho.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros