Autores que não foi possível identificar
Ontem, a Ana sugeriu dissertação sobre ‘Química Quântica’. Vem a propósito por 2011 ser, por decreto das Nações Unidas, o Ano internacional da Química Pura e Aplicada. Neste ano, “é comemorado o centésimo aniversário do Prémio Nobel conquistado por Marie Sklodowska Curie que dignifica as mulheres que fazem ciência.” Dizem os organizadores: _ “A Química é fundamental para a nossa compreensão do mundo e do cosmos. As transformações moleculares são centrais para a produção de alimentos, medicina, combustíveis e inúmeros produtos manufacturados e naturais.” Quem imaginaria a delegação da Etiópia como responsável pelo encaminhamento da sugestão apoiada por 35 países!... «Pré-conceito» puro e aplicado, como se não florescessem génios e gentes que pensam irrepreensivelmente em qualquer lugar do mundo.
‘Então é assim’: _ Não existe ‘Química Quântica’, mas sim Física Quântica (Mecânica Quântica) por contraposição à Mecânica Clássica inaugurada por Newton. A nova concepção foi desenvolvida nos anos 20-30 do século finado há uma década.
Descoberto o ‘muito pequeno’, protão, electrão e neutrão (1931), não se submetia ao conhecimento simultâneo da posição e velocidade. Pior: sabida a velocidade, a posição ficava omissa, sendo o inverso verdadeiro. E porquê? Pelo ínfimo tamanho e massa, bastava a incidência da luz e dos fotões que a compõem, estes como gentes em carreira processional rumo à capela da devoção, para do choque com os electrões resultar velocidade alterada. Simplificando: configure no real do ‘muito grande’ mesa de bilhar ou de snooker. Da colisão de uma bola com outra, ambas mudam o lugar ocupado e a velocidade pela força transmitida pelo taco num dado intervalo de tempo. Avaliando a intensidade da força, conhecido o intervalo de tempo e o deslocamento das bolas, nada impede saber a velocidade tomada. A posição, essa era conhecida desde o início do jogo. Se imaginar que o taco é um fotão, as bolas como partículas elementares da matéria, de duas, uma: ou ilumina a ‘mesa’ e vê a posição inicial, ou apaga a luz e pelas colisões sabe a velocidade por cada uma adquirida. Consequência: desenvolver uma nova Mecânica capaz de fornecer dados sobre os valores discretos (descontínuos) da energia e a distribuição espacial dos electrões caracterizada por uma «função-probabilidade» - apenas sabemos qual a região do espaço onde é provável encontrar o electrão no seu movimento incessante à volta do núcleo.
A Mecânica Quântica responde ao modelo da concepção do átomo que temos. Mas é um modelo. Outros existiram e foram destronados, apesar dos autores terem sido premiados com o Nobel da Química. Fácil imaginar novas alternativas conceptuais sendo detectado o bosão de Higgs. Óptimas razões para conservar a devida humildade dos investigadores e divulgadores de ciência.
CAFÉ DA MANHÃ
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