Anthony Christian
Está escrito: “O Restaurante Olivier mudou-se para a rua do Alecrim, integrando-se no Olivier Café, agora denominado somente por Olivier. As cadeiras pretas e as pinturas de Lisboa foram substituídas por fitas de cetim dos coxins azuis e rosa e mesas douradas, recriando um ambiente parisiense do século XVIII. O restaurante serve apenas jantares, pensando essencialmente nas pessoas que jantam tarde. O espaço mantém os «top 10» pratos do Olivier Café. Acrescentou o menu degustation, composto por cinco entradas frias e cinco quentes, sorbet com vodka e prato principal à escolha. Solte a gula e a luxúria.”
Soltei. Cliente do antigo Olivier, no novo entrei com desconfiança. Omissa a simplicidade e aperto do primeiro, a presença afável e conselheira do chefe Olivier. Mais estilizado, menos propício a quem demanda «descomplicações» num jantar. A sofisticação quase nunca me rende - o «quase», leal, exceptua momentos raros em que formas de arte tudo o mais esquecem.
Ainda assim, quem preza fruir noites peregrinas na “Cidade Branca” garanto – lugar donde saem satisfeitos olhos e palato. Depois, subir a rua ou descê-la a pé e soltar amarras junto ao rio. Quem souber do sítio altaneiro sobre o casario iluminado, que ascenda e se abrigue na música viva. Três quartos de círculo em vidro, ângulo raso no terraço permitem que o olhar vagueie na serena estrada de água em frente. A que faz de Lisboa urbe feiticeira. Que a ilumina ou entristece seguindo imprevisíveis humores celestes.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros