David Ligare e adaptação de obra de Manet
É falada a felicidade. Sentir intermitente. Viver cada dia como se fosse último conduz a desmandos pessoais. Vivê-la como projecto obriga a esforço, a ordenar prioridades, ao gozo do instante em que surge inopinadamente. Depois, é fruição, porque, seja ingénua, concordo, o caminho calcorreado por cada um apenas tem esse objectivo. Se em cada amanhecer for objectivo último, é imediatismo. Como projecto de vida obriga a optar entre o fácil e a dificuldade. E nem sempre um obstáculo é entendido como degrau capaz de quem o ultrapassa ascender a paraísos. E surgem. E são memórias e presentes. Porque não aprendemos com passados? _ Por ser milimétrica a capacidade de reter experiências. Mas é necessário delas constituir acervo. Remirá-lo. Jamais remetê-lo ao esquecimento.
Recebo, diariamente, sugestões na minha caixa de correio/chaminé virtual propostas de uma qualquer Groupon para “jantar com show de striptease para duas ou quatro pessoas, desde 27 €”, “Lavagem automóvel: 1 ou 3 lavagens completas com limpeza interior e exterior, desde 12€”, “Corpo perfeito: 3 ou 6 sessões de endermologia, desde 29 €”, “Depilação caseira: 1, 3 ou 5 luvas depilatórias e esfoliantes Smooooth Legs, desde 16 €”, “Animais domésticos: puff canino de tamanho normal ou XXL disponível em 5 cores, desde 35 €” e outras sugestões de teor semelhante. Serão propostas de momentos e actos inolvidáveis? De atingir «felicidadezinhas» por encomenda?
Haja pudor em tentações(?) mesquinhas que têm o destinatário por incapaz racional.
CAFÉ DA MANHÃ
Por via de Mário de Carvalho, que não o escritor: _ "Orçamento é uma mulher honesta que se prostitui mais tarde."
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