Autor que não foi possível identificar
Na sornice da deita deste Verão português, demora a pré rentrée que anuncia a vivacidade outonal. Com notícias silly, excetuando as relativas à tragédia incendiária vivida cá e na Síria, iniciativas culturais escassas, até a má-língua popular e a mediática tão costumadas estão em pousio como solos rapados após as colheitas. Persiste o véu nostálgico ou desesperançado nas soalheiradas dos dias. Dele, sentimos a opressão há ror de tempo e o navio continua à deriva - “E La Nave Va” em tons sépia como Fellini quis.
Neste amanhecer ventoso, uma notícia fez a diferença: a trindade de televisões generalistas nacionais decidiu não cobrir a campanha autárquica por razões ponderadas, consentâneas com a decisão da Comissão Nacional de Eleições e, mais importante, com o estado vegetativo do país. Nem duvido, desconfiada por imposição das muitas fraudes em que já escorreguei como se o chão fosse coberto por cascas velhas de bananas, que causas outras (conluios?) sejam berlindes no jogo jogado (estas bengalas futebolísticas garantem-me riso). Da minha abundante inocência, basta parte naufragou por isto. Nem a dose cartesiana que soe constituir proteção valeu – estatelei-me com fragor e pavor.
Admitindo a bondade da notícia, merece aplausos de pé e o ecoar de “bravo!” por cada um. Que os candidatos multipliquem proximidades com as gentes que diligenciam representar sem os clichês habituais feitos para as tevês e engolidos nos sofás pelos cidadãos. Política viva e olhos nos olhos, perguntas e respostas no momento sem espelhos mentirosos. Assim, sim!
CAFÉ DA MANHÃ
Jose Luis de La Barra
Acontecem. Muitas para uma, menos para a outra por circunstâncias difíceis. Mas acabam por chegar e coincidem. The cherry on top of the cake. Para ambas. Partilham, quotidianamente, dizeres e factos. Desilusões e alegrias. Expectativas e medos. Possuem-nos como outros quaisquer seres. Ontem, aconteceu excelência no dia e noite. Separadas pelo Norte e Sul da Grande Alface. O telefone/voz e comunicação. Foi bom. Tão bom! Como acontecera e virá a suceder.
Que não lhes seja colado o rótulo de lésbicas. Até podiam ser e nem pitada de felicidade diminuira o facto. Mas não. Alimentam amores machos. Têm filhos e profissões/paixões. Analisam-se mutuamente. A dureza surge, imperativa, quando a amizade e bem-querer obriga. Lealdade é palavra e atitude que prezam. Doa de se tem de doer.
É verdade que não falam de futebol. Que não alimentam maledicências. Que a cumplicidade gerada nas compras a duas está arredada dos quotidianos preenchidos e separados. Pois se o tempo não chega para serem quem são!...
Ontem, uma leu notícia que a interpelou - Barack Obama, afirmou que os negros americanos precisam de "uma nova mentalidade". Que as comunidades afro-americanas possuem limitações internas e pouco esperam do mundo e deles próprios.
Disse Obama:
_ “Quero que as nossas crianças desejem ser cientistas e engenheiros, médicos e professores; não apenas jogadores de bola ou rappers. Quero que elas aspirem a estar no Supremo Tribunal de Justiça e a serem presidentes.”
Se sabe do que fala! Filho de um pai negro do Quénia e de mãe branca do Kansas, fosse outra a educação, os valores transmitidos e a vontade, jamais o mundo teria olhar postado nele.
CAFÉ DA MANHÃ
Anita Ekberg está hospitalizada. O banho na Fontana di Trevi, filmado no "La Dolce Vita" por Fellini, é memória e mito.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros