Autor que não foi possível identificar, Blake Flynn
Disse o Fernando Alves nos Sinais: “campanha eleitoral mais parca do que é costume em promessas que não em demagogia e insultos. Como lembrava Bismarck, nunca se mente tanto como antes das eleições, durante as guerras, após uma caçada.” Acrescentaria a pesca e momentos de transtornado enamoramento às ocasiões mentirosas enunciadas pelo chamado Chanceler de Ferro alemão. Os pescadores aumentam aventura e centímetros ao peixe que debicou o anzol; os enamorados, ainda que de muitas águas, somente vêem ouro no parceiro que lhes acresce adrenalina para todo o sempre, ámen; e é bom assim ser ou o Alberoni estaria rotundamente equivocado, os livros que publicou plenos de dislates, embora se tomados como obras de auto-ajuda o disparate sobrevenha. A cegueira nos amores é frequente razão de momentos gloriosos conducentes a parcerias felizes quando, mais do que a exaltação hormonal, a substância/elo é, afinal, vera, firme e sustenta honestos projectos íntimos.
Exageros políticos nas campanhas também chegam de Itália: é exigido a Clemente Bastella, ao serviço de Berlusconi, o cumprimento da promessa eleitoral de se suicidar caso fosse derrotado na liderança da câmara de Nápoles. Umberto Bossi também chamado à pedra pela jura de cortar os «tintins» perdendo a câmara de Milão. Malabarismos que podem constituir a morte dos artistas, disse Fernando Alves. Quem deles tem pena, peninha ou configura luto próprio? Não eu! Quem as promete, que as pague. Lá ou cá. É tudo.
Prémio Príncipe das Astúrias das Letras atribuído a Leonard Cohen pela carreira poética, musical e literária. António Lobo Antunes foi um dos vinte e oito preteridos. O meu aplauso para Cohen filósofo, poeta, compositor, cantor. Terei de visitar a Amazon para encomendar livros, no original, do canadiano que mais prezo.
CAFÉ DA MANHÃ
Xavier Lorette, Alberto Ruggieri
José Gil, um dos vinte e cinco pensadores mais creditados no mundo, afirma estar quebrado o ciclo de esperança numa vida melhor iniciado com o 25 de Abril. Já antes fora dito ser a geração dos pais de hoje a última que melhorou a qualidade de vida traduzida em bens relativamente aos que lhes deram vida. Retomando José Gil, findou a última narrativa da revolução de há trinta e sete anos.
Pelo Fernando Alves nos Sinais ouvi que dos juízes pequeno-almoço diminuído influi na pena atribuída aos réus. Havendo estômago que horas sinaliza, a gravidade do castigo aumenta. Após o almoço, é distendido o órgão no pós-prandial. A bonomia fica acrescida, e as sentenças mais ligeiras. O mesmo jornalista recomenda que Teixeira dos Santos adie até ao final do almoço decisões com o FMI. Estou com ele no cogitar – sendo fidedigno o estudo, mais beneficiará a nossa mendiga condição.
Passos Coelho e todos nós muito temos a aprender sobre as ilações da história que ele contou: num jantar com proeminentes figuras madeirenses no Funchal, tomado o café/remate, aproxima-se islandês. Sem pejo, diz o nórdico semelhante a isto: _ "Espero não ser a Islândia a pagar-vos a refeição." Nem de propósito ou com propósito inteiro a campanha eleitoral lá na terra está centrada na ajuda financeira a Portugal. Declaram-nos povo que não aprende com os erros, insolvente e teimoso - qualquer cêntimo saído dos cofres daquele país do Norte cai no buraco sem fundo português. Esquecem que a Europa mais o euro vão para o buraco connosco.
Bem pensa quem escreveu esta reflexão:
“tal como dizia ontem, por este comentário vê que não sou só eu a pensar que os agentes do problema são os mesmos que o avaliam - as agências de reitingue e outras agências de informação privadas - e os mesmos que se oferecem para ajudar a resolver -os agrupamentos de bancos constituídos ou não em entidade de direito internacional - os quais, por sua vez, são controlados pelos mesmos accionistas e decision-makers.
Olh’aqui (*)
Tem graça o tipo dizer alguns nomes; cá pra mim serão nomes de segunda linha mas há quem nem isso diga. Também conhecemos cá alguns nomes; também de segunda linha - vara, d.loureiro, jardim - também ditos de passagem e também os deixamos andar a apanhar sol nos trópicos... (não falando na quota-parte de responsabilidade dos banqueiros themselves)
Há alguma dúvida de que a dívida tem que ser reestruturada, embora Portugal não produza e, nesse aspecto e por essa razão essencial, tenha que se reduzir o poder de compra de tod'a gente?
Porém, é bom não esquecer que quem consome e esbanja mais - dessa curta produção nacional - não é quem ganha menos.
(*) este coment é apenas um panfleto fraco; mas é verdadeiro e explica, em parte. Se este comentário fosse dirigido e eficaz não passava, na tv!”
Pirata-Vermelho
CAFÉ DA MANHÃ
Porque as formas também são música.
Ted Williams, Carmela Alvarado
Como afirmou Ted Williams, a rádio é o “Teatro das Mentes”. Através dela, envolvemo-nos com a musicalidade das vozes, com a harmonia das palavras, captamos a sensualidade da fala. Inventamos um cenário, uma imagem para quem não conhecemos. Reinventamos o que é dito, orquestramos as subtilezas do modo como foi dito. Pela capacidade de somar partes de um todo e da soma construir mais do que o total, este é organizado com um sentido característico do indivíduo que percepciona. Conscientes desta realidade, os meios de comunicação, a publicidade, diligenciam eficaz pregnância – segundo Prägnanz, "capacidade de perceber e reconhecer formas". Na rádio, sem a bengala da imagem, o fascínio de uma voz acontece – no meu caso, a do Fernando Alves nos Sinais. Analisando esta percepção, concluo aliar fala a conteúdo e que uma sem o outro tem resultado diferente na minha sensibilidade.
Voltando a Ted Williams. Sem-abrigo durante ror de tempo, a história da queda e ressurreição de um homem anda pelo mundo graças à voz/dom que possui e captada num vídeo do You Tube. Sugiro ouvi-lo. Percepcionar as magníficas fragâncias desta voz que andou perdida. Somente depois, visioná-lo.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros