Fernando Chamarelli
Foi o cântico que durante mais de uma hora após o jogo de ontem neste Mundial 2014 os adeptos alemães entoaram nas bancadas perante um Brasil em lágrimas, trucidado a 7-1 por uma divisão panzer. Mal haviam passado dez minutos de jogo, o descalabro: nos pés da seleção germânica, a bola penetrou quatro vezes na rede brasileira. O uso, antecipado como festivo, de máscaras de Neymar distribuídas pelos milhares de brasileiros presentes no estádio de Mineirão acabou como serventia para esconder mescla de tristeza, vergonha, fúria. Sentimentos opostos aos de 2002 quando, na final, os ‘canarinhos’ liderados por Ronaldo derrotaram a Alemanha e tiveram direito ao «caneco». Ontem, o segundo frente a frente destas seleções.
Uma nova palavra, retomando o significado de tragédia da seleção brasileira em mundiais, nasceu ontem - «Mineiraço». Lembrou a inventada no Mundial de 1950 – «Maracanaço», flutuavam ainda no ar cinzas, estavam quentes os canhões da Segunda Guerra Mundial. No congresso de 1946, a FIFA escolheu o Brasil como anfitrião do Mundial de Futebol de 1950. Nenhum país europeu foi candidato pelo envolvimento na reconstrução pós-guerra. Único quesitoimposto pelo anfitrião: adiar um ano o pontapé inicial para construir o Maracanã. Excluídos Alemanha e Japão tidos como responsáveis da guerra e das consequências brutais. .Excluiu-se a Argentina por razões políticas. O Reino Unido, a Escócia, Portugal e a Índia decidiram a não comparência, alegando os asiáticos a proibição de jogarem descalços. (…)
Nota - texto publicado na íntegra aqui.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros