Gustave Courbet – Un enterrement à Ornans
Alegram-se hoje com flores mil, velas e lamparinas os lugares onde os que partiram jazem. Em peregrinação até eles, cordões de gentes que os não esquecem. Algumas delas souberam construir saudade boa, da que não asfixia e permite caminhar rumo ao amanhã com serenidade. Porque se a morte parece fim em pó, não a considero tal: antes meta que a quem os amou acresce importância na memória aos momentos felizes vividos. E quando, de súbito, é sentida vontade de estar com eles, tanto faz se lavamos as campas e as florimos num dia ao acaso sem espera pela data oficial ou se na paz dum jardim longe olhamos, vividamente, idos partilhados. Com ternura. Com um sorriso. Depois, há a transmissão aos mais novos que não recordam antepassados próximos desaparecidos e por estes amados. Raízes que a borracha do tempo não apaga, mas estrutura a consciência de quem são, donde vieram. Precisamos do passado como da água bebida. Sem ele, deserto afetivo e tempestades de areia que sugam o ânimo e nos tornam mortos-vivos.
CAFÉ DA MANHÃ
Vídeo em português a merecer o tempo que demora. Detalhadamente, interpreta o contexto histórico e social da obra acima. Parte da história francesa e das tradições que ainda hoje nos pertencem estão aqui. Um enterro na cidade de Ornans onde Gustave Courbet nasceu.
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