O namoro com a “Grande Alface” pode recomeçar ali bem junto a São Bento, na primeira à esquerda para quem chega ao Largo vindo do Rato e desceu o empedrado. Chamam-lhe Praça das Flores e nome mais a propósito não poderia ter - cruzada por caminhos que separam gradeamentos de parcelas onde, no Outono, árvores antigas derramam pétalas delicadas que juntas e no tempo do viço são flores. Agora, atapetam escadas e carreiros. Sobram para o passeio que contorna o jardim e quase atrevem entrada na beleza dos prédios modestos.
Nos restantes dois lados do quadrado que a Praça quase delineia, a arquitectura permanece despojada, feita excepção ao edifício encantador forrado a cerâmica com tons tipicamente portugueses, azul e ocre, nesta arte onde temos mestria. E há vozes no lugar, alegrias infantis traduzidas em aniversário denunciado pelos balões à janela, pela porta também enfeitada, pelo entra e sai da pequenada que ri e corre em bandos. Juntam-se ao chilreado que das árvores ecoa e desce e enche de bem-estar almas por ali voando assentadas ou passeantes.
Mas foi amizade de anos e o brunch que na das Flores reuniu três mulheres. Nos passadiços exteriores e dentro do “Pão de Canela”, servidas delicadezas gastronómicas tão variadas como as conversas repartidas por gentes com o bom gosto de não incomodarem terceiros. As três mulheres, duas gerações, puseram em dia o que o espírito decide verbalizar, lembraram épocas idas, reflectiram o hoje. E houve presentes, pois então!, que uma delas, além da profissão, tem criatividade e talento para dar e vender. Porque generosa, ofertou-me peças originais como todas as que lhe saem das mãos. Pela surpresa e de tão lindas, comove sentir que amizades podem ser traduzidas em objectos feitos de ternura. E que dizer da nossa jovem mulher? _ Que é dada ao belo, que projecta perfeições no que faz, formosa no íntimo e no visível.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros