Autor que não foi possível identificar
A Guarda Costeira dispõe de meia centena de binóculos para vigiar fronteiras marítimas extensas. Risível. Só por falta de imaginação, anedotário não surgirá. Ora, este, na contracorrente, não está em baixa nos valores nacionais. Isto digo pelo ouvido que desmente o desastre que sou ao tentar reproduzir larachas. Corvetas potentes e submarinos? _ Até mais ver. Os radares substituídos por binóculos têm a ver com assistência por especialistas 24 sobre 24 horas. São dispendiosos e, para as contas governamentais no primeiro trimestre baterem certas com o Orçamento, melhor é dispensar credenciados trabalhadores. Guarda Costeira em barcaças, binóculos em punho, quem sabe logrará, pela vista apurada, detectar pesqueiros infractores ou traficantes de eufóricos e alienados precários modos de estar? Vale-nos sermos povo paupérrimo que não constitui cobiça para imigrantes viajando em jangadas. Os recebidos são mais finos: chegam, maioritariamente, por avião. Endrominam como podem e foram ensinados das esburacadas regras nacionais.
Estimei ouvir a Drª Maria de Lourdes Rodrigues, finada ministra da Educação, professora primária completados estudos originais, falar na condição de Presidente da Fundação Luso Americana. Um mimo! Não foi percebido o que faz e nem como, justamente, presumo, chegou à direcção de tal papa-fundos-nacionais. ‘Borregou’ nas explicações. Confundiu deliberadamente. Exemplo de muitos nas inúmeras Fundações aboletadas no deixa-andar-estatal.
Lobriguei esperança no anúncio de serem subtraídos à Segurança Social centena de directores que nem os bichos roedores da madeira falsa das secretárias dão por eles. Glutões do erário público, os directores, não os bichos pequenos que se limitam a ingerir o disponível. Melhor fora se cada ministério lobrigasse idêntica bicharada. Exterminá-la: importante missão social.
CAFÉ DA MANHÃ
Autor que não foi possível identificar
Mário Lino, ex-Ministro das Obras Públicas, quer regressar ao trabalho. Como horizonte profissional, administração de uma empresa pública. Maria de Lurdes Rodrigues tem prometido cargo: a partir de 1 de Maio, preside à Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Pedro Santana Lopes foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo. Acompanharam-no uma trindade de «notáveis» - receberam insígnias da Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique. Razões alegadas pelo Presidente: “cumprir acto de justiça em relação a portugueses que serviram o país nos mais altos cargos de Governo da República, da magistratura portuguesa e dos órgãos próprios da Região Autónoma dos Açores".
Respeito pela tradição dizem ser acto bonito. Depende!, rabujo enquanto escrevo. No rosto, que procuro manter isento de réplicas ociosas, enruguei o sobrolho. Governantes e altos dignitários do país - qual colmeia (des)organizada que tudo e todos regula(ra)m -, jamais foram condenados por incompetência e dolos aos cidadãos. Muito povo sofre, ainda, os prejuízos.
Premiar é fácil, ser justo, atitude outra. Sentenciar desmandos na alta gestão pública é penoso. Preferível incensar defuntos-vivos. Saem ilesos e sem esquife. Julgam, julgo, os maiorais punir como motivo para desconfiança acrescida. Perigar a digestão nos governados que comem em silêncio. Quiçá insubordiná-los. O contrário da brandura nos costumes.
Muito devem aprender os eleitos por mor da democracia, durando a respectiva administração dos bens e leis comuns! Não lhes é conferido, por isso e com defesa pública, grau académico em rigor e «ades» - honestidade, objectividade e sensibilidade. Dá no mesmo, porém. É afiançado saírem com destaques e salários, pelo escândalo, incoerentes com a atávica pobreza lusa. Bem podem lamuriar pelo desinteresse geral no voto. Saberão, Vossas Senhorias, onde mora o exemplo?
CAFÉ DA MANHÃ
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Brasileiros