Era, mas já não é. Julgava-a Gaja. Digna do grau de nobreza mais elevado entre amigas. Fiéis. Sem línguas entarameladas por faz de conta. A verdade nua recheando conversas e emoções. Partilhadas. Cumplicidade extrema.
_ O período veio ontem. Tenho dores, barriga inchada. Que raio! Logo, agora! Ele chega depois de amanhã. Fico seca pelos tampões ou escorro no penso?
_ É melhor o tampão que cueca revestida com fralda. Aproveita os mimos e, se quiserem o que querem, é só puxar o fio.
Deixou de ser Gaja por omissões e frases. No dicionário dos sentimentos, traduzidas por egoísmo e ingratidão. Inesperados pelo atestado depósito da confiança.
_ Precisas? Arranjo.
_ Não te dá jeito? Deixa comigo.
Ela falava com ela como se dialogasse com os botões. Partilhava as novas e as velhas revisitadas. Até um dia. Muito depois dela lhe ter confessado pousio no egoísmo.
_ Chegou a altura em que só de mim quero saber. O resto? Que se lixe!
E lixou. E foi buraco no depósito de confiança. Evasiva quando o sim ou não era escolha no momento. Imperiosa. Fora de causa o “curtir e deixa andar”.
Fosse homem amigo, os factos, deles as razões, e as consequências não seriam diferentes. Mas era Gaja, puxa! Grau acima na perspectiva da mulher que despromoveu aquela, outrora, julgada leal membro do clube exclusivo.
Fica o registo: a primeira grande desilusão com Mulheres Amigas. Gajas, portanto.
CAFÉ DA MANHÃ
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Repararam neste portento? Ouvi e rendi-me. Aconselho. O Jorge surpreende.
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