Mark Bryan, The Magic Trick Mark Bryan, The Dog Show
Arrotam fatias de pescada congeladas pelos nomes e nomeadas deslizantes por séculos e/ou gerações. Inexistindo o que dizer/sentir em palavras originais, a «rede» fornece sortido vário – basta «googlar» e posterior arquivo nos ‘favoritos’. De mal semelhante padeço – pela falta tempo ou vontade para mercar peixe fresco. Servem de mote quando a respiração criativa está minguada.
«Máximas» alheias debitadas ao acaso são como ondular carneiro das ondas estando o vento de feição. Nem ajeitam o surf, nem o mergulho ou lava-pés ao esconderem fundões. Por isso me divirto com debates parlamentares. Deputados podem valer menos do que tampas plásticas que, ajuntadas, compram, dizem os engajados, cadeiras de rodas, mas é incontestável inovarem tiradas galhofeiras. Têm graça na desgraça. Esgrimem desditos. Humoristas/cópias de «Gatos» e do Herman quando era vivo. Graciosamente, são pandilha de comédia que desobrigam largar a domesticidade. Na Assembleia, manhãs e tardes pejadas de graçolas servidas ao domicílio. O espectador em pijama ou pior – slips encardidos e/ou rolos na cabeça. Os comediantes são pinóquios de carne e osso enfeitados por fato e gravata. Compõem personagens credíveis. Irresistíveis para quem não desdenha o humor. Pela interpretação em palco nacional, merecedores dos ganhos. Rejeitando a malta ida ao teatro, trazem cenas a casa. Bem bom!
CAFÉ DA MANHÃ
Graham McKean, Morgan Kane
O riso é fonte de sabedoria, possível se nos distanciarmos das coisas e as abarcarmos num todo. A perspectiva fica, então, mais real do que o próprio real. E pode dar para rir, esse real assim distante.
Rir não é futilidade, é um acto da inteligência. E se não entendemos uma piada rimo-nos na mesma. Então não está toda a gente a rir? Contagia! Se não rimos mais é porque, fado nosso, estamos sempre com saudades de qualquer coisa.
Dos chapéus de Evaristos, limitados que estavam a entreter bebedeiras com candeeiros, desembocámos no Zip Zip metaforizando piadas através do Raul Solnado. Os tempos só admitiam sarcasmos com disfarce. Mais tarde, Herman, Diáconos e Companhia apontariam o dedo à indecorosa realidade com «paletes» de imaginação. Muito assessorada e repetida, é certo; para alguns e pela mesma razão perdido o gargalhar espontâneo que as graças «Hermanistas» provocavam. Os Gatos Fedorentos renovaram o riso começando por rir deles e somente depois da audiência que cresceu até patamares imprevisíveis. Têm essa rara competência: fazer rir. De tudo e de nada. Ou porque rir dá vontade de rir e é saudável: acresce anos de vida e suaviza males.
Não havendo de que rir, seja encontrada razão no quotidiano fértil em picarescos momentos. Bem espiolhada a realidade, só não ri quem deseja preservar a face de rugas ou é misantropo convicto.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros