Miguel Tió
Manuel João Vieira. 48 anos. Pintor, escultor menor (palavras do próprio), distribui-se em actividades inseridas num rol extenso, contraditório e diverso. Multifacetado – retrato curricular que preza e a que acrescenta opção nas artes plásticas: pós-dadaísta. Aprendiz de jazz no velhíssimo e sempre novo Hot Clube ali no 39 da Praça de Alegria. Pretende marcar ruptura com discursos lógicos e coerentes. “Desmontar a realidade como se fosse pastel de Belém” cuja massa se desfolha por cada dentada incisiva (literal e metaforicamente).
O Carlos Vaz Marques puxou-lhe o verbo numa entrevista delirante que ocupou a antena, 13 de Outubro deste ano, no (in)esperado “Pessoal e Transmissível” da TSF. O conteúdo revela o protótipo de alguém que se pensa feitor de arte e dela feitor no hoje.
Sem desfazer, passe a expressão beirã e doutros lugares, como ele temos muitos intelectuais(?)/artistas(?) que - segue cianeto em dose pequena - se tomam por arautos do novo e do vindouro pós-novo d'hoje. A excentricidade no discurso, na imagem, na postura socialmente interventiva, itens imprescindíveis. Frivolidade ou carimbo? D’alguns que houve e há, provados sólidos os feitos, rezou e rezará a história: Dali, Picasso, impressionistas tantos, existencialistas como Sartre, Beauvoir e Boris Vian inspirados por outros, antes ou durando eles (Kierkegaard, Dostoiévski, Schopenhauer, Nietzsche, Heidegger, et cetera que de todos não sei e sobre estes arranho).
Ouvida a entrevista do João Manuel Vieira, (des)entendi melhor o desconchavo de certas galerias da Miguel Bombarda, no Porto e de personalidades semelhantes e «circulantes» nos redondos do pensar. Ao enésimo dia, do breu nasceu penumbra.
CAFÉ DA MANHÃ
Um dos trabalhos discográficos de João Manuel Vieira que me deixou a bailar corpo e sorriso. Viva o swing na música!
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros