Segunda-feira, 11 de Maio de 2015

O MISTÉRIO DA SENHORA VAROUFAKIS

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“Já se sabe que Yanis Varou­fa­kis – pelas boas ou más razões, isso fica ao cri­té­rio de cada um — anda nas bocas do mundo. Por arras­ta­mento do fenó­meno mediá­tico em que se trans­for­mou, tam­bém a sua mulher, Danae Stra­tou, pas­sou a ser alvo da curi­o­si­dade geral. Isto fora da Gré­cia, por­que den­tro já o era há muito, antes mesmo de se tor­nar a senhora Varou­fa­kis, por mérito pró­prio do seu tra­ba­lho de artista plás­tica, e por herança – o seu pai era e é um dos indus­tri­ais mais ricos de ter­ras helé­ni­cas. Mas o que até há pou­cos dias nin­guém sabia – tal­vez nem a pró­pria – é que Danae, na ver­dade, já era uma estrela pop à escala mun­dial desde que Jar­vis Coc­ker e os seus Pulp lan­ça­ram o sin­gle Com­mon Peo­ple em Maio de 1995 (can­ção que veio a inte­grar o mar­cante álbum Dif­fe­rent Class do mesmo ano). Para quem não sabe, Com­mon Peo­ple é a mais can­tada e ouvida can­ção dos Pulp. E das mais can­ta­das e ouvi­das can­ções pop de sem­pre – uma das tais can­ções pop cuja pere­ni­dade (já lá vão vinte anos e nin­guém con­se­gue cansar-se dela) con­tra­diz a pró­pria essên­cia de efe­me­ri­dade da pop. Como se per­cebe pela letra da can­ção (ou, mesmo antes, pelo seu título), Com­mon Peo­ple trata de alguém – uma jovem de vida fol­gada, nas­cida num meio social que lhe per­mi­tia todos os luxos e mor­do­mias – que teria como aspi­ra­ção a de viver como “gente vul­gar”, com os recur­sos limi­ta­dos de uma “pes­soa nor­mal” (não levem a mal as expres­sões, as aspas indi­cam bem que não são minhas e me limito a tra­du­zir o que Jar­vis Coc­ker quis dizer atra­vés da canção).

 

 

 

 

Ora, a ser ver­dade o que esta semana con­tou um jor­nal grego, Jar­vis Coc­ker inspirou-se em Danae para escre­ver a can­ção. A pró­pria letra des­venda o mis­té­rio: a jovem em causa vinha da Gré­cia, tinha um pai rico que lhe pagava as con­tas todas, e, nos anos 80, estu­dava (tal como Jar­vis) no St. Mar­tins Col­lege of Art and Design. Acon­tece que Danae, para além de bela e rica, estu­dou escul­tura no St. Mar­tins Col­lege entre 1983 e 1988. E parece que, nesse período, não have­ria outra jovem grega bela e rica no St. Mar­tins (ou, pelo menos, tão bela e rica como ela). Só numa coisa Jar­vis fal­tou escan­da­lo­sa­mente à ver­dade. A miúda nunca o quis levar para cama, o pró­prio já admi­tiu que ele, sim, ten­tou fazê-lo, sem o con­se­guir. Até o facto de Jar­vis Coc­ker ter falhado as suas ten­ta­ti­vas para a levar para a cama bate certo. Só isso explica que tenha ten­tado com­pen­sar o falhanço com uma can­ção tão cínica e mor­daz. Um gen­tle­man – e Jar­vis Coc­ker, ape­sar de lhe dar para a alar­vi­dade em palco, é um gen­tle­man com as senho­ras — nunca faria isso a uma mulher (e muito menos a uma linda senhora como Danae) que com ele par­ti­lhou a cama.”

 

 

 

Nota – Texto publicado por Diogo Leote no ‘Escrever é Triste’.

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Terça-feira, 10 de Fevereiro de 2015

A GRÉCIA TEM DE FALHAR

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  1. Schadenfreude: a alegria de ver o outro tramar-se. A palavra é alemã (todas as palavras exactas são alemãs ou, se não são, deviam sê-lo) mas o sentimento é português. Ou melhor, não é português, porque os portugueses estão divididos. Há os que acham bem que a Grécia «leve uma ripada que é para aprenderem», aos quais eu chamaria, com carinho, os fachos; e há os que desejam que esta revolta dê resultado (os comunas). Na verdade, é óbvio que nem uns são «fachos» nem outros são «comunas», trata-se de uma simplificação abusiva. Só que, em tempos de crise, é fatal como o destino as posições extremarem-se. Sobretudo nesta crise, que não deixa espaço ao meio e nos empurra a todos para um lado ou para o outro.

 

 

 

  1. Por facho eu entendo aquela adesão sensata (com uma sensatez muito “masculina”) à lógica dos ai-aguenta-aguenta, dos não-há-dinheiro, da adesão automática às “leis do mercado” e à nova ordem económica. O comuna… quantos de nós não temos uma sensação de déjà vu com esta revolta grega? Houve no século XIX uma coisa chamada Comuna de Paris e foi sumariamente esmagada, não é? Ah, pois é.

 

 

  1. Devo ter sido dos poucos que não se indignou com a metáfora do meu colega José Rodrigues dos Santos quando, no exercício da sua outra profissão, disse que isto agora na Grécia era um pouco como os pinguins: um caiu ao mar e os outros ficam a ver o que lhe acontece, se é ou não comido por uma foca-tigre. Porque acho que, com esta imagem, ele não estava a gozar com os gregos mas sim a criticar os portugueses. Se o fez com intenção já não sei, mas o que disse é acertado: nós, portugueses, somos mesmo os pinguins que, cautelosamente, ficam a olhar se a foca-tigre estraçalha a Grécia. Uns pinguins-formiga, se quiserem.

 

 

 

  1. E, infelizmente, aqui o facho-amante-de focas-tigre-que-há-em-mim diz-me ao ouvido que o Syriza tem de falhar. Só pode. Porque a foca-tigre não tem alternativa senão punir exemplarmente o atrevimento, para os outros pinguins ganharem juízo e aprenderem de vez a ficar quietinhos. Ou já a cigarra-pinguim tem catarro? Imagine-se que o novo governo grego tem sucesso. Seria uma tragédia. Com que cara ficariam o FMI, a Troika, a Alemanha, as privatizações a martelo, os sucessivos apoios à banca-coitadita, o BES, o BPN, o comissário europeu Carlos Moedas, o saudoso Gaspar? E isso, sei-o porque não nasci ontem, não é tolerável. A princípio, acredito genuinamente que nem haverá grandes sabotagens. Os fãs da foca-tigre acreditam mesmo que o Syriza vai ser incompetente. Mas supondo que os gregos até conseguem pôr o barco a navegar, aí o jogo será a sério. E será contra gente que não gosta de perder, nem a feijões.

 

 

  1. A Grécia tem de falhar. A bem da realidade. Qual realidade, perguntareis. Ora bem, a única realidade homologada pelas melhores marcas de máquinas. Aquela onde a destruição do tecido social e da Europa social-democrata é a única opção possível. E, ah, sensata.

 

Rui Kink

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

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Sexta-feira, 6 de Fevereiro de 2015

BÍBLIA? _ SÓ PARA ADULTOS

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Balthus – “The White Skirt”, 1937, expressionismo, retrato, coleção privada

 

 

 

Da Babilónia, Heródoto relatou o costume das mulheres da sociedade se ofereceriam nos templos aos estrangeiros em troca de algumas moedas e oferendas para a deusa. O Livro de Josué menciona a prostituta Raab que pela bondade e coragem arriscou a vida ao esconder em casa dois espiões israelitas de visita à cidade de Jericó. Na Grécia, as hetairae conquistaram relevância social pela inteligência, pelo desprendimento, pela esperteza e pela capacidade de administração do capital; circulavam nos meios masculinos e teciam políticas. Rodopis, prostituta grega acumulou fortuna no Egito que justificou a construção duma pirâmide. "Não castigarei as filhas de Israel porque elas se prostituíram" Osaías versículo 12. Por estas e outras, conheço quem só ofereça uma Bíblia aos filhos depois dos 18 anos. Esta diversidade persiste e impede cristalizar uma ou outra versão da prostituição, decorrendo a pergunta se não é a economia que regula e define a prática.

 

 

 

 

Li: “Enquanto se considerar prostituta uma mulher de segunda e o sexo como algo que suja - especialmente as mulheres que se atrevem a tocá-lo já que os homens devem usar luvas - é difícil ultrapassar a cultura que penaliza a liberdade sexual feminina. E muitas vezes a simples liberdade de agir segundo a própria vontade, quando se quer menorizar essa mulher é colada a reputação mesmo sem culpa próxima ou remota. O reverso do poder do sexo também é esta perversão de enxovalhar quem atenta contra o estabelecido.” De seguida, comentário: _ “E ao gajo/utente que nome atribui? Puto?””

 

 

 

 

Substância não falta à perplexidade. O masculino do vulgarismo puta não existe. Equivalente, mas soando a promoção, há prostituto. Para a mulher termo pejorativo, para o homem termo profissional. O português metafórico é igualmente injusto para a mulher.

 

- Vadio: homem que não trabalha.

- Vadia: puta.

 

- Boi: homem gordo, forte.

- Vaca: puta.

 

- Aventureiro: homem que se arrisca, viajante, explorador.

- Aventureira: (…)

 

 

 

NOTA – Publicado integralmente aqui.

 

 

 

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015

‘BOAS E BONITAS’ DO RUI ZINK

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Andy Warhol

 

"Ambrósio, apetecia-me qualquer coisa..." "Um comentário explosivo, madame?" "Ná. Outra coisa..." "Uma explosão, talvez?"

 

 

 

“Esta ditadura insuportável do «politicamente correcto» tira-me do sério. Durante séculos soubemos sempre – e ninguém levou a mal – que Deus era um homem barbudo, branco, já idoso mas ainda viril (como eu), vestindo uma toga e dormindo num edredão de nuvens (como eu). Agora vêm sugerir que talvez possa ter outra forma, género e até outra cor. Apre! Há limites para a insensatez destes fanáticos. Qualquer dia até nos vão tentar convencer de que Jesus era circuncisado...”

 

 

 

“Grécia Vila Morena.”

 

 

 

“Desculpem lá, mas Pedro Passos Coelho desta vez tem inteira razão. O governo grego está a cumprir as promessas feitas em campanha eleitoral?!? Por amor da santa, há limites para a demagogia...

 

 

 

ENTREMENTES, EM PORTUGAL... "Cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas/cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas..."

[Maldita a hora em que Sérgio Godinho meteu esta lengalenga numa canção - acho que a culpa de sermos assim é toda dele, já que mais ninguém se acusa.]

 

 

 

“Dizem que o cérebro humano regista com mais atenção as coisas negativas que as positivas e está preparado para passar as culpas a outrém, por incapacidade intrínseca de assumir demasiadas responsabilidades individuais. Eu sabia: somos um povo genial!”

 

 

 

“VENDO - 150 euros, exemplar do Charlie Hebdo. (Não é o que pensais: não estou a fazer lucro com a morte. Estou apenas a tratar da vidinha.)”

 

 

“Já me avisaram para não contar intimidades no facebook, que se vem a saber tudo. Mas eu não resisto: esta é a canção que trauteio todas as manhãs ao fazer a barba.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Domingo, 7 de Dezembro de 2014

ALDEIAS ONDE APETECE VIVER

 

O panorama de uma aldeia na Sérvia.jpg

Os telhados verdes das casas nas Ilhas Faroé (Wik

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O panorama de uma aldeia na Sérvia                                                  Os telhados verdes das casas nas Ilhas Faroé.

 

Vibrantes ou de uma só cor, aldeias que parecem paisagens ficcionadas.

 

 

Complexo de casas onde moram freiras, no Tibete (S

Uma aldeia na ilha Kastellorizo, na Grécia (Hercu

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Casas onde moram freiras, no Tibete                                                  Aldeia na ilha Kastellorizo, Grécia

 

Esta é uma pequena "volta ao mundo”.

 

 

Uma pequena aldeia no Monte Fuji, no Japão .jpg

Em Riomaggiore, Itália, são as cores vibrantes q

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pequena aldeia no Monte Fuji, no Japão                                                 Em Riomaggiore, Itália, são as cores vibrantes que sobressaem

 

Imagens únicas. Exemplos perfeitos de locais apetecíveis.

 

Dizem que é a aldeia mais bonita da Noruega, Rein

Esta fica nos Alpes, em Grindelwald, Suíça.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dizem ser a aldeia mais bonita da Noruega, Reine                                     Esta fica nos Alpes, em Grindelwald, Suíça

 

De dia ou de noite. Iluminadas pelo sol ou pelas cores das fachadas nas paredes.

 

A aldeia Abi Barak, no Afeganistão.jpg

A aldeia Igloo, na Alemanha A.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A aldeia Abi Barak, no Afeganistão                                                       A aldeia Igloo, na Alemanha

 

No meio do nada ou no meio de tudo.

 

 

Na costa escocesa fica Pennan, Scotland.jpg

Uma visão noturna da aldeia Myggedalenillage, na

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na costa escocesa, Pennan, Scotland                                                     Visão noturna da aldeia Myggedalenillage, na Gronelândia

 

Aldeias "locais/postais" que vale a pena espreitar.

 

 

Nota – Esta é a fonte das imagens e do texto.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Quarta-feira, 6 de Novembro de 2013

LUNA ANDERMATT, EUROPA CRIATIVA

 

Edgar Degas – Ballet Class                                                                                         Edgar Degas - Dancers

 

Partiu Luna Andermatt aos 87 anos. Tive o privilégio de ver a Companhia Nacional de Bailado em coreografias de Luna Andermatt. Reformou o bailado no nosso país, criou a CNB em 1976, moldou inúmeros coreógrafos, bailarinos que haveriam de mostrar a técnica e talento também no Ballet Gulbenkian.

 

Um dia, escreveu: “Ninguém envelhece só por viver muitos anos. A juventude não é uma época da vida, é um estado da alma. Não é uma questão de faces lisas, de lábios vermelhos e joelhos bonitos. É uma força de querer, uma qualidade da imaginação, um rigor de emoções e uma frescura da profunda primavera da vida.”

 

“Em fevereiro passado, Luna Andermatt foi homenageada com a medalha municipal de mérito, Grau Ouro, pela Câmara Municipal de Lisboa, pelo contributo para a dança em Portugal como bailarina, coreógrafa e professora. Regressou aos palcos em 2010, com a Companhia Maior, projeto criado no Centro Cultural de Belém por Luísa Taveira, atual diretora da Companhia Nacional de Bailado (CNB).”

 

Para má notícia, outra boa é anunciada. O programa europeu “Europa Criativa vai disponibilizar 1,46 mil milhões de euros para projetos culturais até 2020. O novo quadro de fundos comunitários vai ser aprovado daqui a duas semanas, com um aumento de 9% em relação aos programas até agora existentes. Bruxelas reconhece que os 1,4 mil milhões de euros representam uma "parte marginal" do orçamento da União Europeia e o início do programa será lento. Por isso, o chefe de unidade do programa "Europa Criativa", Karel Bartak, defende que os países em crise devem inventar soluções para fazer chegar a cultura aos mais pobres, porque «investir na cultura não é um luxo».”

 

Convém lembrar que no ano passado apenas um terço dos portugueses assistiu a um concerto. Na Europa e na nossa retaguarda, apenas Chipre e Grécia.

 

Fontes: esta e esta.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:37
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Segunda-feira, 4 de Junho de 2012

DESDE COLÓNIA

 

Breve a fuga. Sempre curto demais encontro silencioso com o espírito. Também por isso aproveitado cada instante. Fruição. Até na espera do ferry e das sardinhas em Setúbal.

 

Casal de alemães rondando sessenta e pós sai da caravana luzidia. Elegantes, bronzeados, cedem ao vício dum cigarro com Arrábida em fundo. Gozando da brisa fresca, dos meus cabelos por ela levantados, do sol entre nuvens no seu brincar com sombras e repentes de luz gloriosa, sentia com gosto o temperamento da meteorologia.  A mulher aproximou-se e foi o inglês posto ao serviço do diálogo. Comentaria: _ “É rica?”. Perante a minha perplexidade, acrescentou: _ “Esta zona é muito cara. Quem ali circula distingue-se dos algarvios e alentejanos.” Expliquei o critério que preside no ‘Troia Resort’ – pelo custo dos catamarãs, injustamente arredada a população de Setúbal da praia histórica na infância de muitos. Pelos custos elitistas, o português hesita ou é impedido pelos salários e empregos parcos. Seleção obediente a cimeiros interesses económicos tendo em vista lucros crescentes. O homem comparou: _ “ Fosse em Espanha e a costa estaria pejada de hotéis impressivos.” Que não, que em Portugal eram (mal) protegidas reservas naturais. Dei exemplos. Quase batiam palmas.

 

O casal viera desde a harmoniosa Colónia, percorrera Sul de França e de Espanha, permaneceu no Algarve, os dias últimos em Lagos. Espreitaria a Costa Alentejana e Évora. Do Algarve, em particular de Lagos, opinião do pior. No entanto, estabeleciam diferença profunda com a Grécia onde peregrinaram no ano anterior. Lixo, gentes tristes, pobreza a esmo. Em Portugal, tudo é distinto e garantia o casal confiar na ressurreição económica do país. Inquiridos como viam os alemães Angela Merkel, resposta entusiasta de manifestos apoiantes. Europa forte, defendem.

 

A estranheza maior relatada foi a quantidade de autoestradas cortando país tão pequeno. Teriam vindo da Europa os euros? _ Que sim, que haviam sido mal aproveitados ao privilegiarem comunicações viárias em vez da educação como faria qualquer novo-rico. Avistado o ferry, despedida. Mágoa pelo diálogo interrompido.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Som da fuga

 

publicado por Maria Brojo às 16:47
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Segunda-feira, 7 de Maio de 2012

BONNE(?) VIEILLE EUROPE

Autor que não foi possível identificar, Alex Khrapko

 

Feliz, sim, com os resultados eleitorais em França. Desaparece o Nicolas, soyez le bienvenu François Hollande! Concedo ter sido digna a despedida de Sarko. Eufórica a celebração de François que lembra homónimo com apelido Mitterrand e tem como mentor. Dizem línguas viperinas que não fora a transformação por especialistas norte-americanos de mercado do ex-cinzento Hollande numa figura correspondente ao respetivo pensar e objetivo de vencer as presidenciais, o Sarko e a Bruni continuariam no Eliseu.

 

É extraordinário como os povos configuram numa personalidade a resolução de todos os problemas que o afligem. Mas o direito à esperança existe. Mas é legítimo que nesta Europa conjugada, até agora a duas vozes – Sarkozy e a da Merkl que de angelical nada tem – outras se ‘alevantem’ e ajam de modo diferente na condução desta bonne(?) vieille Europe.

 

Pelas eleições francesas, as gregas ficaram desfocadas. Na Grécia, o caldo resultante talvez comporte novidade. É na espera que navegaremos até o concreto surgir. Vale saber que «troiquices» não desfiguram a natura grega do azul mediterrânico e branco.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 11:04
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Sábado, 3 de Março de 2012

CONSEQUÊNCIAS DA CRISE NA GRÉCIA


Hendrick Goltzius, Paolo Veronese

 

Porque existem portugueses que pelo humor combatem o cinzento dos dias, porque o fim-de-semana deve começar com tranquilidade e alegria, segue lista enviada por uma amiga.

  1. Zeus vende o trono a uma multinacional coreana.

  2. Aquiles vai tratar o calcanhar na saúde pública.

  3. Eros e Pan inauguram um prostíbulo.

  4. Hércules suspende os 12 trabalhos por falta de pagamento.

  5. Narciso vende os espelhos para pagar a dívida do cheque especial.

  6. O Minotauro puxa uma carroça para ganhar a vida.

  7. Acrópole é vendida à Igreja Universal do Reino de Zeus.

  8. Eurozona rejeita Medusa como negociadora grega: "Ela tem minhocas na cabeça".

  9. Sócrates inaugura o Cicuta's Bar para ganhar uns trocos.

10. Dionisio vende vinho e petiscos  à beira da estrada de Marathona.

11. Hermes entrega currículo para trabalhar nos correios. Especialidade: entrega rápida.

12. Afrodite aceita posar para a Playboy.

13. Sem dinheiro para pagar os salários, Zeus “aluga” as ninfas para trabalharem no postibulo de Eros e Pan

14. Ilha de Lesbos inaugura um resort hétero.

15. Para economizar energia, Diógenes apaga a lanterna.

16. Oráculo de Delfos apaga os números do orçamento e provoca pânico nas Bolsas.

17. Áries, deus da guerra, é apanhado em flagrante a desviar armamento para a guerrilha síria.

18. A caverna de Platão abriga milhares de sem-abrigo.

19. Descoberto o porquê da crise: os economistas falam grego!

 

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publicado por Maria Brojo às 07:36
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Sexta-feira, 24 de Junho de 2011

TAMBÉM SANTORINI

Zografos, Santorini; Caroline Huff, portuguese boats

 

Ouvi e concordei: “a Grécia não é feita de gente mole como nós.” Julgavam-na capaz de suportar o insuportável sem suporte de esperança num futuro aliviado. A Comunidade Europeia tremelica como junco ao vento. Reconhece, tarde de mais, que as medidas draconianas para equilíbrio das finanças gregas contiveram excessos e erros. O povo confirmou-o antes por via da tristeza, da constatação quotidiana, da depressão financeira e económica, pelo mau viver. Daí à revolta generalizada e veemente foi tempo pouco. Pavio adequadamente curto para quem não cala o que é obrigado a comer sem desejar. Assim fossemos nós! Mas não. Amochamos quando sabemos que os pobres estão cada vez mais pobres, os desempregados crescem em número e com eles arrastam as famílias, os ricos espertos safam-se com low profile, não dêem escândalo e sejam alvos para dardos certeiros. Já aconteceu nas desordenadas emoções do Abril com mais de trinta anos. Aprenderam a lição e ensinaram-na aos filhos, os tais que hoje, pela reserva, salvaguardam estatuto e bens.

 

Pela esperança da qual não desisto, espero do governo agora empossado competência e sensibilidade social. Terá de conciliar o impossível se o laxismo existir, o possível se o interesse do povo jamais for esquecido. Apagá-lo do mapa das preocupações será erro crasso com factura elevada para os interesses nacionais.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Cortesia do Cão do Nilo e, seguinte, o déjà vu por aqui.

 

publicado por Maria Brojo às 06:21
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