Segunda-feira, 8 de Abril de 2013

"ÉRAMOS PIEGAS E NÃO SABÍAMOS”

 

Leszek Sokol

 

Valter Hugo Mãe, Joel Neto, Manuela Costa Ribeiro e o ilustrador Paulo Sérgio Beju, participaram em 2012 no II Festival Literário da Madeira. Um dos temas em debate foi "Éramos piegas e não sabíamos - Como a lamechice pode mudar a nossa vida." Segundo o concluído, os portugueses são todos profundamente piegas. Recentemente, o mesmo ouvimos do governante maior. Sucedeu após, escândalo justo e coletivo dos cidadãos que dos bolsos rotos e do desemprego se queixam. Piegas, nós?

 

Valter Hugo Mãe iniciou as «hostilidades»: "Eu já sabia que era piegas para aí desde os três anos. E para exemplificar a sua pieguice, contou, em seguida, que atingiu em dezembro último um ponto de exaustão tal que mesmo as coisas que em circunstâncias normais lhe fariam bem lhe faziam mal, que se recolheu em casa, pensando que podia ver um bocadinho de televisão, que o distrairia. Enquanto fazia 'zapping', encontrou uma telenovela com uma mãe e um filho "que era um estafermo", e a relação entre os dois comoveu-o tanto que, nos dias seguintes, deu por ele a pensar que talvez fosse a hora daquela telenovela e, muitas vezes, era. E sempre que viu aquelas personagens, chorou.”

 

Joel Neto comentou: “Eu não sei bem o que é ser piegas, confesso. A Adília Lopes tem um verso que diz: ‘Eu sou sensível, não sou piegas'. Para perceber melhor o conceito, consultou o dicionário, onde se lia que piegas é "aquele que se preocupa com coisas comezinhas, sem importância", e concluiu: "Nesse caso, então, sou absolutamente piegas, porque prefiro emoções exacerbadas a nenhuma emoção.”

 

Já Manuela Costa Ribeiro iniciou a sua participação dizendo: "É uma alegria comovente estar aqui". Confirmada a sua pieguice, avançou por tema que me é caro: estados de espírito indicados para determinadas leituras, da leitura certa no momento certo. Referiu o cuidado que preserva na escolha dum livro depois de ler qualquer um da Hélia Correia. Ora o mesmo acontece comigo: fico em pousio até diluir/digerir as palavras sábias da escritora referida. Com “o Vento Assobiando nas Gruas” da Lídia Jorge, o mesmo. A propósito de pieguice e lamechice, citou  "Todas as Cartas de Amor são Ridículas", de Álvaro de Campos, sugerindo o exercício de se substituir "cartas de amor" por "portugueses de hoje" e depois "cartas de amor" por "governantes de hoje". "E se, em vez de ridículos, dissermos 'piegas', deixa de ser esdrúxulo e passa a ser grave". Pelo noticiado, o público riu e aplaudiu. E não aplaudiríamos todos?

 

Paulo Sérgio Beju apresentou-se: "Não sou escritor, sou ilustrador, ilustra-dor, aquele que ilustra a dor" e avisou comunicar por imagens, que foi comentando. Mostrou alguns dos seus trabalhos, entre os quais a porta de um bordel que pintou numa rua do Funchal, com um céu azul e algumas nuvens e, a vermelho, a palavra "Encantos" e que já não existe assim - foi pintada de preto, ele não sabe porquê -, falou do amor, leu excertos de um texto de Yvette K. Centeno em que um homem e uma mulher dialogam, e confessou-se um romântico e, claro está, piegas.”

 

Sejamos, então, dignamente piegas.

 

Nota: informação retirada daqui.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:46
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Olá. Posso falar consigo sobre a sua tia Irmã Mar...
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