Alan Stevens
Halloween. Herança da expressão católica All Hallows Eve que mais não significa que Dia de Todos os Santos. Na Irlanda Céltica, o final do Verão acontecia no último dia de Outubro, altura dos mortos volverem à Terra em busca de corpos para segunda habitação. Os vivos, que não achavam a menor graça à ideia de servirem de condomínio fúnebre a espíritos desencarnados e ávidos de relacionamento, tentavam espantá-los por via do barulho, visuais aterradores, e outras inocências de semelhante calibre. Mesmo o trick-or-tricking - gostosuras ou travessuras - e a Jack-o-Lantern - abóbora lanterna não passam de ingénuos ardis dos vivos na preparação de rota direita aos céus.
O grande terramoto de Lisboa, às nove e meia da manhã no primeiro de Novembro de 1755, não foi certamente o triunfo do mal como temia o culto pagão, mas cataclismo inevitável. Terramoto, onda gigante e incêndio. A sequência fatal matou dezenas de milhar de pessoas, arrasando a Baixa da cidade e parando «rés-vés-Campo-de-Ourique». Vontade funesta de Deus ou castigo, foi motivo para crescerem orações e momento de viragem na consciência do mal. O tremor de Lisboa esteve para as sociedades da época como Auschwitz para as contemporâneas matança de milhares de inocentes. Ambos reorganizaram valores, e, no caso de Lisboa, a cidade. As gaioleiras, concebidas pelos militares pombalinos, deixam longe em criatividade e rigor muitas das fundações dos prédios que temos menos de cento e vinte euros por metro quadrado se o empreiteiro é gatuno e perito no conto do vigário.
O império do mal apavorando os mortais por via da angústia de almas defuntas ou das intestinas fagias da Terra. À conta disso, fica uma abóbora lanterna. Tons de fogo, não vá uma alma penada tecê-las.
Nota - Entre bruxarias e bruxas, prefiro a deliciosa bruxinha que segue.
CAFÉ DA MANHÃ
Autores que não foi possível identificar
Importado, coisa e tal quando pindéricos somos há ror de anos, confesso-me ainda assim farta dos “bolinhos e bolinhós” da tradição portuguesa. Num meio rural, têm graça porque cantarolados pela pequenada conhecida. Numa urbe, são como alfinete de dama segurando bainha caída. Destoam. Mais parecem remedeio de quem a pontes de ferro e ao betão se confina. E é o caso. Por tudo, quem dera vestir-me de «espantalha» com abóbora no arrasto, luzes dentro e carvão na face! De bruxa ‘pin-up’ não dava pela corrente frialdade das noites. Mas gostava. Meia de liga, chapéu de bico, vassoura estilizada, ‘stilettos’ negros de verniz. Boca em coração desenhado pelo batom. Corpete atrevido e manto de renda miúda esvoaçando para lá da vassoura/montada. Assim não sendo, enfio (…)
Gil Elvgren
Nota: publicado na íntegra aqui.
CAFÉ DA MANHÃ
Das bruxas e bruxinhas, prefiro a Mary Poppins.
Inocente acorda, beberica o café e coisa e tal, prime o botão do bicho pensador, ninho de informações, e surge o Google informando ser mais logo a noite do Halloween. Olha que bom!, pensei ironicamente. Em vez dos nossos bolinhos e bolinhós, pepineira importada para alargar o consumo.
Por curiosidade súbita, decidi investigar mais do que sabia. A Wiki serviu.
“Os primeiros registos do termo Halloween remontam a 1745. Derivou da contração do termo escocês "Allhallow-even" (véspera do ‘Dia de Todos os Santos’).
Posto que, entre o pôr-do-sol do dia 31 de outubro e 1° de novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome atual da festa: Hallow Evening → Hallowe'en → Halloween. O termo "Dia das bruxas" não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo essa uma designação apenas dos povos de língua (oficial) portuguesa.
Hipótese é a Igreja Católica ter tentado eliminar a festa pagã do Samhain ao instituir restrições na véspera do ‘Dia de todos os Santos’, mais tarde conhecido nos países de língua inglesa como All Hallows' Eve.
Essa designação perpetuou-se e a comemoração do halloween, foi levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses no século XIX. Ficou assim conhecida como "dia das bruxas", uma lenda histórica.”
CAFÉ DA MANHÃ
Do filme de Tim Burton, Nightmare before Christmas, This is Halloween.
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Peregrinando
Brasileiros