Hilo Chen, autor que não foi possível identificar
Vou de facto, regresso virtual amanhã. Como sempre. Preciso de água ondulante, de horizonte composto somente de azuis. A semana, porque difícil, dolorosa, impediu-me comentar os leitores que por aqui deixam registos. Obrigada a todos e desculpem esta coisinha.
CAFÉ DA MANHÃ
Hilo Chen, autor que não foi possível identificar
Vou de facto, regresso virtual amanhã. Como sempre. Preciso de água ondulante, de horizonte composto somente de azuis. A semana, porque difícil, dolorosa na família impediu-me comentar os leitores que por aqui deixam registos. Obrigada a todos e desculpem esta coisinha.
CAFÉ DA MANHÃ
Hilo Chen
Passado foi o primeiro dia do Verão. Celebremos o solstício hoje – praia ao Sul, extensa, vazia. Ostras ao almoço, limão e cama de gelo. A marina ali nas bordas do passadiço de madeira. O rio quase mar oscilando mastros e embarcações. E nós entremearemos risos e cumplicidades, degustaremos sentires e factos e sabores.
No baú dos biquínis, um, pelos recortes e cor, falará mais alto reclamando areia e mar e liberdade e espírito aliviado de escusas do nem vou nem venho. Será o escolhido. Conchas cuja vida íntima desapareceu, estrelas marinhas, seixos rolados, águas tépidas entreterão o caminhar sem que na sacola ao ombro conste turco para enxugo; dobrado, no fundo, algodão puro e fino que o corpo cobrirá na ida e na vinda, dois cigarros, isqueiro, telemóvel, óculos que filtrem luz excessiva. Precisões elementares de quem gosta de emergir da água salgada, evaporá-la enquanto enterra os pés na areia húmida e avança.
No final da tarde, corpo quente, pele dourada, regresso com serra em fundo. Talvez peregrinemos pelas vistas das subidas e declives. Talvez não, consoante a hora da fuga ao Sol adiada até o vento mandar. Não desistiremos da conversa, da partilha que constitui, das venturas singelas que alguns traduzem por somenos, da verdade líquida desembocada pelo rio no oceano.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros