Caulfield defendia a inexistência de uma realidade palpável com exceção do traseiro da vizinha mexicana, Lolly Rodriguez, que era, nas suas palavras, “palpável e beliscável”. Aos dezassete anos, Caulfield cometeu a proeza de num fim de semana criar as bases duma Filosofia Moral tentando desenvolver a ética da liberdade de cada um fazer o que bem entender na vida. Pensamento marcante: “Há um sólido equilíbrio em todos os elementos do Universo que une e dá sentido às coisas. Desde que o sujeito não tenha entornado sozinho uma garrafa de Bourbon.”
Holden Caulfield está para o século XX como Huckleberry Finn para o XIX: a inesquecível assombração dum adolescente em conflito com uma sociedade opressora e dividida em castas. Holden, oposto de Huck, é um menino rico infeliz na escola chique Pencey Prep em Agerstown, Pensilvânia. Personagem criado por J. D. Salinger e protagonista anti-herói da novela The Catcher in the Rye publicada em 16 de Julho de 1951, cáustico da sociedade de elite em que nasceu, foi adolescente que viu longe. Muito longe. Tão longe, que a realidade palpável mais próxima pertencia à vizinha. Pelo lido, o gosto dele assemelha a nossa condição latina dada a oito ou oitenta.
Originalmente publicado para adultos, o livro adquiriu popularidade entre os jovens ao lidar com temas tipicamente adolescentes como revolta, angústia, alienação e linguagem. Traduzido para quase todas as principais línguas do mundo, são vendidas anualmente cerca de duzentas e cinquenta mil cópias, com um total de vendas de mais de 65 milhões. Holden Caulfield tornou-se um ícone da rebelião adolescente. Na China, é venerado pelos jovens. The Catcher in the Rye foi incluído na lista da Times em 2005 como um dos 100 melhores romances da língua inglesa escritos desde 1923 e nomeado pelos leitores da ‘Modern Library’ como um dos 100 melhores livros da língua inglesa do século XX. Os Estados Unidos abandonaram a censura que no início o livro mereceu pelo uso liberal de calão e pelos retratos da sexualidade e dilemas adolescentes. Em 1981, já foi o segundo livro mais ensinado nos Estados Unidos, conquanto ainda banido de muitas bibliotecas escolares de língua inglesa pressionadas pelas Associações de Pais.
Voltando a Caulfield — não prescindimos do palpável e beliscável. Apalpa-se, logo existe. Ou se belisca. Ou vasa de uma mão. Infiro pelas estatísticas onde consta que as lusas fêmeas não bastam aos parceiros ou recusam apalpões ou eles têm mais olhos que barriga. Atendendo ao que elas, ‘à sorrelfa’, dizem, (…)
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CAFÉ DA MANHÃ
Autor que não foi possível identificar
Caulfield defendia a inexistência de uma realidade palpável, com exceção do traseiro da vizinha mexicana Lolly Rodriguez, que era, nas suas palavras, "palpável e beliscável". Na prisão, onde passou 10 anos por porte ilegal de armas, Caulfield criou as bases da sua Filosofia Moral: uma ética baseada na liberdade de cada um fazer o que bem entende na vida. Pensamento marcante: "Há um sólido equilíbrio em todos os elementos do Universo, que une e dá sentido às coisas. Desde que o sujeito não tenha entornado sozinho uma garrafa de Bourbon." Holden Caulfield, personagem criado por Salinger e protagonista da novela “The Catcher in the Rye”, cáustico da sociedade de elite em que nasceu, viu longe. Muito Longe. Tão longe, que a realidade palpável mais próxima pertencia à vizinha.
Nos tempos correntes, o real “palpável e beliscável” também fala português. Apalpa-se, logo existe. Ou é beliscado, ou vasa da mão. Por ora, não vasa e faz mais do que beliscar: pontapeia traseiros a eito e a jeito.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros