Terça-feira, 4 de Fevereiro de 2014

VÃO-SE OS MIRÓS, FICAM NUS E ROÍDOS OS DEDOS

 

 

  

Miró - Femme et Oiseaux                                                                                              Scott Holloway

 

Hoje, são os «Mirós» esvaídos de Portugal e com destino ao leilão desta tarde e de amanhã da “Christie’s Europa”. O dossiê Miró era já conhecido pela Direção Geral do Património há demasiado tempo para o súbito ‘aqui-d’el-rei’.

 

Ontem, anteontem, foi o malvado amianto que por incúria do Estado continua a pôr em risco a saúde dos trabalhadores que labutam nos edifícios que o contêm na estrutura, como se fora novidade a periculosidade do material.

 

Na semana passada, as praxes académicas deram que falar e ouvir. Noticiários, programas dedicados, de tudo houve muito. O assunto é grave e merece reflexões - quantas mais melhor. Mas há quanto tempo o assunto se arrasta perante o olhar bovino dos responsáveis?

 

Conclusão: apenas situações de gravidade extrema ou tragédias fazem levantar vozes e saídas precárias do chove-não-molha dos governantes, das instituições ou dos deputados. Provo.

 

Caso primeiro - entrou ontem o pedido de providência cautelar para impedir o leilão de 4 e 5 de Fevereiro da rara coleção pelo total e qualidade das obras de Miró em venda. Sobre ela, afirmou Oliver Camu, um diretor da leiloeira: "É possível ver Mirós em leilão com regularidade. Neste caso, as 85 obras causam um grande estrondo no mercado. Chamou a atenção de muitas pessoas por causa disso. Se tivesse sido repartido em partes menores perder-se-ia a magia da história e o fôlego da coleção". A peça/rainha do lote é "Femme et oiseaux". A coleção representa sete décadas da carreira de Joan Miró (1893-1983) e “o conjunto é considerado pela Christie's uma das mais extensas ofertas de trabalhos do artista a ir em leilão em várias décadas.”

 

Caso segundo – apenas numa instituição pública com amianto no edifício, dezanove funcionários atingidos por doença oncológica; um deles, morto por cancro fulminante e com a origem da doença apenas detetada no estrangeiro.

 

Caso terceiro – em meados de Dezembro, seis mortes de estudantes universitários que podem estar associadas a praxes.

 

Hoje, também notícia o jovem de vinte anos que após acidente de viação em Chaves,Trás-os-Montes, e diagnóstico de ‘neurotrauma’ não teve cabimento nos hospitais do Porto e de Coimbra por ausência de vagas. Após três horas de espera, percorreu em ambulância 400Km até Torres Novas. Dado o agravamento do estado clínico, seguiu depois de helicóptero até ao Hospital de Santa Maria. Inevitável preço da interioridade ou escândalo continuado por décadas?

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:06
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Olá. Posso falar consigo sobre a sua tia Irmã Mar...
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