Hugues Gillet
Das frases atribuídas a génios da humanidade, uma remete para Einstein: _ “Não sei como será a III Guerra Mundial, mas a IV será à dentada.” Pois aí está a quarta, sendo que a terceira foi dominada pela hostilidade Ocidente – Oriente com o nuclear à mistura. Nesta que, por ora, vivemos, mordidas guerrilheiras (violentas entre religiões) e fosso económico dominam. O mundo soçobra na agricultura – solos férteis para cereais dedicados a monoculturas de espécies produtoras de biodisel (Brasil na linha da frente) – na indústria pela recessão global, nos países em que se divide pelo abismo que dilata a distância entre pobres e ricos. A classe média fenece e, sob o escuro da noite, com vergonha assalta lixos, os pobres recorrem à refeição quente diária fornecida pelas organizações camarárias e humanitárias, os ricos amealham com a desgraça alheia. As solidões e desgraças encontram alívio nas redes sociais que proporcionam a ilusão do esbatimento de fronteiras indesejadas.
O ambiente colabora na miséria global: no Outono de 2010, na Cidade dos Anjos, 40ºC , catástrofes (anti)naturais no México que mataram, como soe o costume, os mais pobres dos pobres. Quem o tornou desequilibrado e raivoso? A inconsciência, a ignorância, o laxismo, o ‘faz, depois se vê’ que exauriu o planeta e fez dele jangada à deriva atmosférica.
O Pacote 3 e os seguintes foram romances em capítulos quando o conteúdo é telegrama económico: _ “Asneirámos, omitimos os contornos do caos. O povo que sofra e remedeie malfeitorias.” Problema: _ Há muito fora, por todos, subentendido. O descaro, o despudor, o cinismo dos poderes não é exclusivo português. Nem nisto almejamos originalidade. Que, então, a procuremos e se enterre a classe média com honras de estado e tumba própria na Basílica da Estrela.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros