G. Boersma, autor que não foi possível identificar
Saía da caixa de correio do SPNI e dei com esta: pai egípcio registou a filha com o nome primeiro de Facebook. “Facebook, já para a cama!” ou “Está na hora do banho, Facebook” serão algumas das frases que a criança ouvirá na infância. Jamal Ibrahim, o pai, decidiu baptizar a miúda, nascida no período conturbado há tempo curto, com o nome da rede social que serviu de elo importante entre apoiantes do ‘manda-fora’ o Hosni Mubarak. Revolução que às ortigas enviou o ditador. O jornal Al-Ahram refere muitas outras formas de gratidão, grafítis entre elas, à rede social que no Egipto conta cinco milhões de clientes. A curto prazo, continua o jornal, “teremos bebés no Norte de África e Médio Oriente com o nome de Google, Twitter, Microsoft e, quem sabe?, até Yahoo.” Olha a graçola!
Sempre considerei desvario heranças traduzidas nos baptismos. Estando vedado aos rebentos escolha do nome a carregar pela existência inteira, que pais e padrinhos não sigam modas ou, egoisticamente, tentem perpetuar beiras das eiras que a eles, não às indefesas e recentes criaturas, viram nascer. Isto digo com propriedade. Para registo burocrático de quem sou houve quatro hipóteses:
- a terceira * da família;
- a primeira Rosário por ter arribado à luz da noite no que foi dia e glorificou a Santa;
- Augusta por via da avó materna;
- Maria sem acrescentos.
Ganharam os conciliadores: Maria seguido da terceira da família. Uma pepineira! E a coisa pequena no berço, 53cm de comprimento e magrela, sem dar conta do que lhe dizia respeito.
‘Tadinha’ da Facebook! Bem pior está ela.
CAFÉ DA MANHÃ
Mati Klarwein
Iniciativa da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal. Patrocínio da Presidência da República. Campanha lançada ontem no Casino Estoril. Presença destacada: Cavaco e Silva. Declarou-se envergonhado pela fome que grassa país fora, nos meios urbanos em particular. Objectivo da campanha: entregar sobras dos restaurantes aos mais carenciados. Alimentos convenientemente embalados em caixas térmicas sob a supervisão da ASAE. Posteriormente entregues a instituições de acolhimento a carenciados, cada dia mais, cada dia mais envergonhados. Já tiveram quotidiano estável, mas o desemprego, o sobreendividamento ditaram (des)arrumo das vidas. Algumas paróquias, desde há meses, organizam lanches-ajantarados, ditos convívios, não se amesquinhe e fique ausente este novo grupo de pobres.
Vozes sindicais denunciaram o ‘inglês ver’ do anunciado ontem: _ empresa multinacional aderente à iniciativa, pune severamente funcionária de uma cantina por levar restos para casa onde quatro filhos a esperam. Sendo os contratos precários, despedimento à espreita, mínimo o salário ou pouco além disso, a incoerência evidencia-se.
Porque todas as ajudas são bem-vindas quando a fome prolifera como vírus andarilho contaminando famílias, porque as crianças são elo frágil nesta cadeia doentia sem vacina no horizonte, aplaudo, cautelosamente é certo: _ a corrupção existe e a ingenuidade social adquire contornos de crime/pecado contra a humanidade. E se a ASAE, vez primeira, zela a qualidade dos alimentos depois entregues, inspira simpatia o alargar das competências definidas. Vigilância e multas e são necessárias estando em risco a saúde pública; todavia, não impedem o roncar dos estômagos vazios.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros