Will Kramer
Comecei a época balnear sem vestígio de tempo para enfiar os pés num areal e o corpo no mar. Noutros anos, altura idêntica, havia encontrado momentos de fuga rente ao oceano. Se a meteorologia tem primado por irregular, não é culpada do meu afastamento dos quilómetros de caminhadas com o vagido das ondas por fundo musicado. Na continuidade dos dias, alevanta-se a família e o trabalho como preocupações maiores.
Sendo a pessoa mamífero cuja condição também respeita tendência em cumprir hábitos com anos, decidi intervalo nas preocupações e volver a costa marítima que as alivie. Cindo dias bastam, aproveitando feriados prestes a finarem-se quando medidas «troikianas» os rarefaçam. Enquanto a bordoada não chega, faço o mesmo que portugueses com saldo em reserva, cada vez menos por força da penúria de todos: hoje, bobby à trela, parto alegremente a caminho do azul líquido e do sol que o Olimpo conceder. Estando rezingão, a mudança de lugar, os livros, a gastronomia e o repouso aliciam qualquer um. Eu com eles.
Persisto na ideia dum ciclo mundial que termina. Talvez esta minha romagem seja a última por alguns/muitos anos. Talvez se esboroe esta Comunidade da Europa que nos inclui. Talvez, quase certeza, honestos trabalhadores paguem o que não devem. Talvez os cidadãos sejam obrigados a mais e penosas mudanças de referências. Talvez as ondas doem energia para a reacção necessária.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros