Domingo, 15 de Dezembro de 2013

UM NOME DE EMPREENDEDORISMO - "STUDIO GLAMOUR CABELEIREIROS"

 

    

 

Situado no 46A da Avenida Maria Helena Vieira da Silva cuja beleza fascina pela prodigalidade da mãe natura. Suspiro pela Nova Inglaterra em outubro e encontro-a bem cerca num dezembro que desliza manso. O "Studio Glamour" mudou de instalações para espaço maior que permite acrescentar valências nos cuidados do corpo. A decoradora Joana Oliveira - entre outros empenhos, consta o de estilista e consultora de imagem - revelou mestria exemplar na conceção do vasto espaço disponível. Minimalista, original, luzes multiplicadas pelos pedaços de espelhos reunidos em painéis, pela neutralidade dos tons cortados aqui e ali por pretos, cinzento escuro. Encarnado somente em detalhes.

 

    

 

   

 

   

 

 

 

 

  

 

Considero empreendedorismo exemplar esta pequena empresa que já conta cinco anos de existência. Vinda de Londres onde apurou a arte, a dinâmica Carla Frederico montou o seu próprio salão. Reuniu equipa sabedora, estipulou a perfeição como meta, a afabilidade, o cumprimento de horários nas marcações. Mais: preços módicos sem que fosse negligenciada a qualidade do serviço prestado. Num ápice, quem entra torna-se fiel ao "Studio Glamour Cabeleireiros". Foi o meu caso. Experimentei a alegria, a eficiência de todo o 'staff', o contentamento pela generosidade dum café ou dum chá a preceito oferecido com um sorriso espontâneo pela Sofia. Não concebo mudar.

 

Na imagem de cima e da esquerda para a direita, parte da equipa presente no primeiro dia de funcionamento do novo salão: Carla Frederico, Joana, Sofia, Mara. Falta a querida Ângela. A todas agradeço a amizade entretanto estabelecida.

 

  

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 06:46
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Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2013

CONCHITA

 

Jack Vettriano

 

Na vida adulta de avoengos beirões e endinheirados, o pecado da luxúria falava espanhol. Melhor, encantava em espanhol, convencia por gemidos e obtinha através de beicinho e volúpia. Os casinos de Espinho, Póvoa de Varzim e da Figueira da Foz desfaziam fortunas em menos de Pai Nosso rezado com fervor e de joelhos pelas mães e «esposas» devotas e (des)enganadas frente a oratórios pejados de Santos e santinhos.

Os desvios do bom caminho de um ‘rapaz de família’ começavam nas repúblicas coimbrãs, aí prosseguiam até o enérgico «Basta!» do pai de família temendo exaurida a bolsa. Havia interlúdio no casamento, por amor ou «arranjado», que legitimava discretas e ocasionais derrapagens sendo preservada a ignorância da respetiva e ao jantar, servido a horas, ninguém faltasse. Um sossego!

Pelo fastio, a modorra instalava-se. Os negócios entediavam e os ímpetos da carne, outrora vigorosos, murchavam. Os parceiros de tertúlia afiançaram: _ “Do que precisas é ir à Conchita! Ficas outro!”

 

E ele ia. E ficava. E ganhava ânimo. Enrubescia as faces, o olhar coruscava, abria o riso e a vela dos negócios enfunava como se alísio soprasse. Tudo corria de feição até o homem transpor a corrente da lascívia e desaguar na paixão. Aí começava a pensar, gastar, comer e gemer em espanhol sob o imperioso domínio da horizontalidade das artes de nuestra hermana. A Conchita (...)

 

Nota: texto completo aqui.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:32
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Domingo, 8 de Julho de 2012

MODA E DIVERTIMENTO? _ SÓ NO 'STUDIO GLAMOUR'!

 

 

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:02
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Domingo, 12 de Fevereiro de 2012

MÚSICOS DE RUA

 

 

Aves à solta nas ruas das cidades. Trazem consigo sons de ventos longínquos em harmonias (re)inventadas. Chegam de África, América Latina ou do Norte, de qualquer parte do mundo atrás de sonhos e novas brisas.

 

Nos empedrados onde os passantes trotam vidas, são oásis. E, com eles, o dia serena, o betão é trocado por rios e bosques, por chilreada de aves saltitando de galho em galho.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:20
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Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2012

‘INTERMEZZO’

Jack Vettriano, Klimt

 

Pijama de cetim preto enfiado ao pular da cama. Camisolão por cima. Meias de lã e sabrinas. Estremunhada, abriu o frigorífico. Encheu com leite o copo. Atestou de água e «café das velhas» a máquina. Ligou-a. O chá verde esperava. Ouviu o noticiário da hora certa. Soube do essencial ocorrido, desde a véspera, no mundo enquanto dormia. Retirou da tomada o carregador do telefone - ligá-lo-ia após as trivialidades seguintes ao acordar. Antes, gozaria a solidão de quem madruga quando outros dormem ou se afadigam nas abluções, no vestir, em pegar na pasta, nas chaves do automóvel ou na corrida para o transporte público. Não ela. Manhã por conta até às onze.

 

Confortável, premiu o «on» do computador. Eliminou o inútil do correio, leu o restante. Intermezzo para reforço de cafeína pingada pela ‘nespresso’. Chávena quente na mão, deslizou na leitura enquanto bebericava líquido e espuma. Quase tudo desinteressante a legitimar o «elimine» até ao inesperado. Recostou-se na cadeira e repetiu a leitura não tivesse entendido à primeira. Mas tinha. Releu. Azul em branco, desabafo d’alguém que estimava, lhe merecia admiração, não via há ror de tempo – dois, três anos ou mais que o voltear da Terra é enguia que escapa das mãos.

 

Houvera encontro no lançamento do livro, dois outros profissionais: o segundo deslizaria para intimidade ligeira e circunstancial, o terceiro obediente à formalidade prevista na ocasião. Evitava lembrar o último: desrespeitara diplomacia competente ao sentir-se traída pelo que meia hora antes fora combinado, a sós, com o mandante da empresa. Saíra a meio da reunião. Demitira-se nesse mesmo dia, sufocada pelo sentimento de falsa fé quando a lealdade fora linear da parte dela. Com os dias esquecera o sucedido até à leitura do e-mail. Mentiroso esquecimento, concluiu. E soube que gravara na memória todos os detalhes dos encontros, da malvada reunião, que, agora, sorria, feliz, harmónica com o lido no inesperado e-mail.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:52
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Sexta-feira, 2 de Dezembro de 2011

C’EST LA VIE PUTAIN

Jack Vettriano

 

Para baixo, cansaço na bagagem; para cima, injustiças engendradas por «psis» sábias, pragmáticas, vítimas emotivas, uma delas irredutível.

 

Em vez da multiplicação dos peixes, narra São João a propósito das bodas na Galileia que a Virgem Mãe, por via dos servos, pediu a Jesus para transformar água em vinho à beira do fim o que desonraria os noivos.

“Como o vinho faltou, a mãe de Jesus disse-lhe:

_ Eles não têm mais vinho.

Jesus respondeu-lhe:

_ Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou.

Sua mãe disse aos que estavam servindo:

_ Fazei o que ele vos disser.

Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo:

_ Enchei as talhas de água.

Encheram-nas até a boca. Jesus disse:

_ Agora tirai e levai ao mestre-sala.

E eles levaram. O mestre-sala experimentou a água transformada em vinho. Ele não sabia donde vinha, mas os servidores sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. O mestre-sala chamou então o noivo e disse-lhe:

_ É servido primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, o vinho menos bom tem o momento. Mas tu guardaste o vinho bom até agora!"

 

 E foi o contrário. O vinho, mais rosé que tinto a partir de águas pantanosas, surgiria demasiado tarde para alegria de convivas embriagados. Alguém se ri neste momento, alguém indiferente, outra pessoa manietada por medo e dependência, a mulher última magoada inelutavelmente. C’est la vie putain!

 

(url) 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

La Maman et la Putain, Jean Eustache

 

publicado por Maria Brojo às 10:54
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Quinta-feira, 7 de Julho de 2011

DEDOS E PÉNIS

Jack Vettriano

 

O exotismo asiático não se limita às tradições, paisagens e gentes. No Asian Journal of Andrology foi publicado artigo científico que refere a originalidade duma investigação de especialistas coreanos. Na essência, procurou avaliar a relação entre o comprimento do segundo e do quarto dedo da mão de um homem e a medida do respectivo pénis.

 

Os investigadores utilizaram como objecto de estudo uma amostra de cento e quarenta coreanos anestesiados para cirurgia. Esticaram o atributo masculino e, régua na mão, mediram desde a base do osso púbico até ao extremo mais extremado obtido. De seguida, estabeleceram graficamente as avaliações: em abcissa a razão entre o comprimento dos dedos, em ordenada o valor do tamanho do pénis. Entre pontos e pontinhos, lá surgiu, reveladora, a linha média que os agrupava. Conclusão: a relação, embora falível, parece existir.

 

A ser assim, e para quem o tamanho importa, nada como uma olhadela aos dedos anelar e indicador do potencial candidato à partilha de fluidos. Se ele esconder as mãos, ou é reservado ou modesto ou considera diminuto o atributo pudendo. Colocando-as descontraidamente à vista, ou ignora o estudo ou de publicidade enganosa não é culpado.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:37
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Segunda-feira, 13 de Setembro de 2010

SANDES DE PEPINO

Douglas Hofmann, Jack Vettriano

 

Ler Eça e absorver a fusão entre romantismo e realismo. Apetitosamente mordaz nas personagens tipificadas, deliberadamente escolhidas para intocável retrato do país. Desfolhada a última página, tirar um café e estender visão íntima pelo que éramos e somos. Antes e agora, um sítio, este Portugal de ambições que a história enumera e soube, infelicidade nossa, desbaratar o havido. Começou o imbecil D. Fernando I e dele até agora, à custa da miséria do povo, só o narigudo Salazar comporia os cofres do Estado. Tenho para mim que poder nas mãos de bem apessoados reinantes (literal ou metaforicamente), exaurem as finanças públicas. Salazar tinha aquele ar de judeu das caricaturas que lendas e contos associam a avareza e a olho longo sobre o alheio. O nariz ajudava, a origem beirã complementava o modo como era e é lido nos feitos e defeitos.

 

Lá fora, Jane Austen, nascida, aproximadamente, três quartos de século mais cedo que Eça, não lhe ficou atrás. Através de ficções românticas, como era de bem para mulher filha da sua época, lidava com as palavras melhor do que com feitura de sandes de pepino. Intervinha cirurgicamente na sociedade que a envolvia – escrita cortante, subtilmente irónica. Sem piedade esventrava a desinteligência dos normativos públicos, tanto mais rígidos quando o estatuto económico subia ou era almejado trepar na rígida escada social. Desenhava homens perfeitos, mulheres frágeis e vítimas de tentação.

 

O texto despretensioso (Sexo? Sim, mas com orgasmo!) em que a Teresa C. aborda inquietação e dúvidas femininas sobre o constatado nos comportamentos de alguns homens sem que sobre eles teça vilanias, não foi genericamente entendido. Tomado como panfletário, súmula de queixas e mágoas de mulheres consignadas pelo estereótipo em uso. As argumentações dos comentadores provam-no. A razão última do ruído na comunicação escrita prende-se com a falta de talento em objectivar questões pela imitação rafeira de cronista que, querendo ou sem querer, a Teresa C. é.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:54
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Domingo, 18 de Abril de 2010

‘O TEMPO TAMBÉM SE ENGANA NAS CASAS ONDE MORA’

Jack Vettriano

 

Bem passados os trinta, a maioria dos solteiros ou divorciados anseia parceiro que o ame e ame. Idealiza despedir-se de corpos precários e das manhas para os obter. Pensa regressos quentes pelo final do dia. Fins-de-semana com tempo para melhor viver o amor. Talvez ficar em casa se o tempo é murcho entremeando ocupações triviais com incêndios de pele. Gerada descendência, ou existindo os meus, os teus e os nossos, harmonizá-los com a família nova. Alegria conjunta sem subalternizar qualquer dos afectos. Partes do sonho: acordares e almoços risonhos.

 

Porque ‘o tempo também se engana nas casas onde mora’, o abrigo perfeito vezes demais se desfaz em caliça. Lidar com a desilusão fragiliza quem a aloja, quem não pôde ou não soube coreografar com mestria o melhor e o pior do experimentado. Então, dois caminhos divergem: persistir no sonho antigo, ou esquecê-lo e ‘venha a liberdade’. Falsa, porque todos dependemos de todos e a fracção do livre arbítrio que nos cabe tem margens apertadas.

 

Para elas, havendo filhos e passado o luto, mesmo se a guarda conjunta foi salvaguardada, mais difícil trilhar o encontro de novo amor. A mãe/referência é mulher que os filhos inventam pura e deles julgam amante exclusiva. Demora aceitar-lhe a sensualidade que também no sexo se espraia. Compatibilizar novo amor, portas adentro, com o clã, nem sempre é passeio num jardim. E se ele não (n)os entende? Se não lhes admite a importância na vida dela? Se, por isso, o ciúme advém? Submeter a fragilidade de quem cresce a novas perturbações, sim ou não?

 

Tendo sido conjugada verdade, afecto, dádiva e autoridade na relação mãe-filhos, mantendo o pai e «ex» presença colaborante que o temor não vença _ há mais vida para lá de passados doridos. A pedagogia do respeito pelo indivíduo começa na família. E se é valor necessário à infeliz sociedade tribal onde somos...

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 11:13
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