Jeffrey T. Batchelor
Até meados de Maio, os funcionários por conta alheia trabalharam para o sustento do país. Pagos os impostos, sete meses restam aos forçados cumpridores das obrigações fiscais para proverem às necessidades particulares. Ora o pessoal levantou-se cedo, aturou filas de trânsito, greves nos transportes, atendeu bizarrias dos chefes, obrigações familiares, compromissos financeiros, viu-se e desejou-se para sobreviver negando a revolta e conservar acesa a esperança duma vida melhor. E compra revistas de automóveis que jamais conduzirá, vê novelas, papa concursos das televisões, aos livros diz não como um terço dos portugueses. Por Feira do Livro entende promoção desinteressante do hipermercado. Ainda se fosse de vinhos e queijos...
Subindo degraus sociais, a preocupação é outra – feitas as contas, pedir a exoneração do cargo profissional é maior poupança que o recebimento do ordenado. _ “Tenho tantos projetos para satisfazer enquanto o fim não chega, que todo o tempo é pouco. Pagar para trabalhar? Nessa evitarei cair!" Chegada a idade da reforma, o pagante será o Estado que há muito não viu a cor do meu dinheiro.” Havendo solidez nas finanças individuais, esta é belíssima decisão para quem trocou cometimentos pelo apaixonado zelo profissional. A cegueira das paixões cura-se se for escasso o retorno e descarado o assalto ao bolso. E depois, quem aceita ser comido por parvo ainda que o condimento seja gostoso?
CAFÉ DA MANHÃ
Desbravar o desconhecido na “Feira do Livro” nem sabe o bem que lhe fazia!
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