Anne Bascove, Norman Rockwel
Se telefonema ou e-mail, supostos actos médicos, dirigido a um médico do Serviço Nacional da Saúde custa, agora, ao utente 3 euros – a suprema hierarquia acaba de desmentir, embora os factos provem o contrário - se as taxas moderadoras, a coberto de descongestionamento dos serviços hospitalares, passam a escandalosas por tanto pagar rico como pobre como soíam maus costumes, se a contenção dos gastos com Centros de Saúde obriga a fechar muitos das oito da noite em diante, se a Universidade Técnica de Lisboa baseada num questionário a dois mil e alguns dos seus licenciados, garante que no final do ano seguinte ao diploma 95% têm emprego embora com salários oscilando entre setecentos e mil e quinhentos euros após cinco anos de sacrifício no investimento das respectivas famílias cobrados sem piedade ou dó, se as desigualdades agravam injustiças sociais a cada dia passado, se bem fez a Jerónimo Martins ao procurar o fisco mais favorável na Holanda, se cada um de nós é espezinhado pelo «sistema» no quotidiano, se os Presidentes de Câmara e de Junta de Freguesia vêm limitados os mandatos enquanto na Assembleia da República somam e seguem até à choruda reforma pelos serviços prestados - presumidos bons, na verdade, genericamente medíocres -, se o trabalhador é humilhado pela negação de direitos elementares, se e se e se mais poderiam ser apontados, uma de duas: ou a nossa obediente atitude é devida a genes que a tradição inscreveu nos genes lusitanos, ou contra maluqueiras encolher ombros é sensato. Já no início dos setenta, Raul Solando desmentia.
CAFÉ DA MANHÃ
Para recordar e aliviar
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros