Sexta-feira, 24 de Abril de 2015

DO SEXO, CHISTES E DIZERES

 

Jinchul Kim - Chiaroscuro.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Jinchul Kim – “Chiaroscuro”

 

 

Medos pintalgam a moldura atual que enquadra o sexo. Dele, quantas vezes!, adveem divórcios ou rupturas, lutos consequentes, doenças, como se a vida não fosse a maior: é sexualmente transmissível e apresenta taxa de mortalidade de 100%.

 

 

Eles e elas temem escapadelas, ainda que aleatórias e/ou escassas dos parceiros: «ir para a cama com outro(a)» é traição. Radicais/inseguros não perdoam como deuses justiceiros. Os sábios conseguem revertê-la em mais-valia do casal, havendo afecto autêntico e mútuo – obriga a análise crítica, depois a novas atitudes, depois a fruição do sedimento profundo que une o (in)visível. De uns e doutros todos conhecemos casos/«casos».

 

 

O que perturba mulher observadora da realidade é coisa outra: casal nos «entas» avantajados com diferença substantiva no estar dele e dela. Conjugalidade a salvo, o homem mantém intacta a liberdade aventureira. A mulher esqueceu-se de si: descuidou o encanto, engordou, tem rugas e brancos. Porquê?
_ Não tem tempo e adormece exausta! Trabalha fora; dentro, cuida da casa, da prole, quiçá dos netos, das camisas sem rugas do ele que chega tarde. Porventura, endromina-a com reuniões fora de horas traduzidas em gozo de carne nova. Naquelas faixas etárias, o inverso existe. Menos significativo estatisticamente.

 

 

Porque o sexo é bom, sabe e faz bem, não resisto a publicar galhofa recebida, em parte, antiga:
 

 

"Sexo é doença?

 

 

_ Segundo os médicos é uma doença porque acaba sempre na cama.

 

 

_ Segundo os advogados, é injusto por haver sempre um que fica por baixo.

 

 

_ Segundo os alentejanos, é máquina harmónica porque a única em que se trabalha deitado.

 

 

_ Segundo os arquitectos, é erro de projecto porque a área de lazer fica demasiado próxima da área de saneamento.

 

 

_ Segundo os políticos, é acto de democracia perfeito porque todos gozam independentemente da posição.

 

 

_ Segundo os economistas, é efeito perverso porque entra mais do que sai. Às vezes, nem se sabe bem o que é activo, passivo, ou se há valor acrescentado.

 

 

_ Segundo os contabilistas, é exercício perfeito: entra o bruto, faz-se o balanço, tira-se o bruto e fica o líquido. Nalguns casos, pode ainda gerar dividendos.

 

 

_ Segundo os matemáticos, é equação perfeita. A mulher coloca a unidade entre parênteses, eleva o membro à potência máxima e extrai-lhe o produto reduzindo-o à sua mínima expressão."

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 11:00
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Segunda-feira, 20 de Abril de 2015

CONTOS DE FADAS? _ TALVEZ NÃO!

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Jinchul Kim

 

 

 

O Fernando Nunes Vicente refletiu, de modo leve e agradável, sobre um estudo inquietante do qual cito a parte sumarenta: “as meninas que em pequenas se deliciaram com os contos de fadas têm mais possibilidades de virem a ser maltratadas em adultas.” Direi, dando préstimo a termos ali adquiridos, que a revisão da «atitude textual» relativa aos contos de fadas não é nova. Desde há trinta anos que as histórias de princesas compassivas, pele branca, olhos azuis e lábios de rubi têm sido chicoteadas. Não à toa, pese embora a dívida de gratidão pela doçura dos sonos e sonhos da infância.

 

 

No anterior blog alinhei ideias sobre as representações subjacentes a tanta princesa adormecida, gatas borralheiras passivas e «rapunzeis» pacientes. A escandalosa complacência das vítimas perante bruxas e madrastas opressoras, príncipes ou monstros que o amor transfigurava, não podia ser bom presságio para meninas embaladas em partes iguais por fadas, biberões e papas lácteas. Tinha de dar no que deu - mulheres confinadas à subserviência face à família e aos ditames sociais.

 

 

Preocupante, é também o conceito, ainda hoje enraizado, de o que o amor transfigura quem toca. Beberrão, mulherengo, leviana, irresponsável, ou perverso, virará beatífico se tocado pela «varinha-de-condão» do amor. O pior é que muitas - mais elas que eles, convenhamos! - caem na ratoeira. _ “Ah, ele muda, verás, só precisa de uma oportunidade!” Uma, duas, três, «n» oportunidades. Gemem por volta da décima, quando a dor se sobrepôs ao orgulho. Aí, já as úlceras do espírito são mais profundas que as da carne. 

 

 

 

CAFÉ DA MANHà

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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