Domingo, 8 de Março de 2015

O PORQUÊ DO “DIA INTERNACIONAL DA MULHER”

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“Durante séculos, o papel da mulher incidiu sobretudo na sua função de mãe, esposa e dona de casa. Ao homem estava destinado um trabalho remunerado no exterior do núcleo familiar. Com o incremento da Revolução Industrial, na segunda metade do século XIX, muitas mulheres passaram a exercer uma atividade laboral, embora auferindo uma remuneração inferior à do homem. Lutando contra essa discriminação, as mulheres encetaram diversas formas de luta na Europa e nos EUA.

 

 

 

LENDA E REALIDADE

 

 

 

A lenda do Dia Internacional da Mulher como tendo surgido na sequência de uma greve, realizada em 8 de março de 1857, por trabalhadoras de uma fábrica de fiação ou por costureiras de calçado - e que tem sido veiculada por muitos órgãos de informação - não tem qualquer rigor histórico, embora seja uma história de sacrifício e morte que cai bem como mito.

 

 

Em 1982, duas investigadoras, Liliane Kandel e Françoise Picq, demonstraram que a famosa greve feminina de 1857, que estaria na origem do 8 de março, pura e simplesmente não aconteceu (1), não vem noticiada nem mencionada em qualquer jornal norte-americano, mas todos os anos milhares de órgãos de comunicação social contam a história como sendo verdadeira («Uma mentira constantemente repetida acaba por se tornar verdade»). Verdade é que em 1909, um grupo de mulheres socialistas norte-americanas se reuniu num ‘party’, numa jornada pela igualdade dos direitos cívicos, que estabeleceu criar um dia especial para a mulher, que nesse ano aconteceu a 28 de Fevereiro. Ficou então acordado comemorar-se este dia no último domingo de Fevereiro de cada ano, o que nem sempre foi cumprido.

 

 

A fixação do dia 8 de março apenas ocorreu depois da 3ª Internacional Comunista, com mulheres como Alexandra Kollontai e Clara Zetkin. A data escolhida foi a do dia da manifestação das mulheres de São Petersburgo, que reclamaram pão e o regresso dos soldados. Esta manifestação ocorreu no dia 23 de Fevereiro de 1917, que, no Calendário Gregoriano (o nosso), é o dia 8 de Março. Só a partir daqui, se pode falar em 8 de Março, embora apenas depois da II Guerra Mundial esse dia tenha tomado a dimensão que foi crescendo até à importância que hoje lhe damos. A partir de 1960, essa tradição recomeçou como grande acontecimento internacional, desprovido, pouco e pouco, da sua origem socialista.

 

 

(1) Se consultarmos o calendário perpétuo e digitarmos o ano de 1857, poderemos verificar que o 8 de março calhou a um domingo, dia de descanso semanal, pelo que, em princípio, nunca ocorreria uma greve nesse dia. Há quem argumente, no entanto, que, durante o século XIX, a situação da mulher nas fábricas dos Estados Unidos era de tal modo dramática que trabalharia 7 dias por semana. (Pesquisa efetuada por Maria Luísa V. Paiva Boléo)

 

 

 

CONSAGRAÇÃO DO 8 DE MARÇO COMO O DIA INTERNACIONAL DA MULHER

 

 

 

Desde 1975, em sinal de apreço pela luta então encetada, as Nações Unidas decidiram consagrar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher. Se, nos nossos dias, perante a lei da maioria dos países, não existe qualquer diferença entre um homem e uma mulher, a prática demonstra que ainda persistem muitos preconceitos em relação ao papel da mulher na sociedade. Produto de uma mentalidade ancestral, ao homem ficava mal assumir os trabalhos domésticos, o que implicava para a mulher que exercia uma profissão fora do lar a duplicação do seu trabalho. Foi necessário esperar pelas últimas décadas do século XX para que o homem passasse, aos poucos, a colaborar nas tarefas caseiras.

 

 

Mas, se no âmbito familiar se assiste a uma rápida mudança, na sociedade em geral a situação da mulher está ainda sujeita a velhas mentalidades que, embora de forma não declarada, cerceiam a sua plena igualdade. O número de mulheres em lugares diretivos é ainda diminuto, apesar de muitas delas demonstrarem excelentes qualidades para o seu desempenho. Hoje as mulheres estão integradas em todos os ramos profissionais, mesmo naqueles que, ainda há bem pouco tempo, apenas eram atribuídos aos homens, nomeadamente a intervenção em operações militares de alto risco.

 

 

Nos últimos anos, o Dia Da Mulher é aproveitado por muitas delas, de todas as idades, para sair de casa e festejar com as amigas, em bares e discotecas, o dia que lhes é dedicado, enquanto os homens ficam em casa a desempenhar as tarefas que, tradicionalmente, lhe são imputadas: arrumar a casa, fazer a comida, tratar dos filhos.

 

 

Se a sua mulher, irmã, mãe ou avó ainda é daquelas que, não obstante as suas tarefas laborais no exterior, ainda encontra tempo e paciência para que nada lhe falte, o mínimo que poderá fazer será aproveitar este dia para lhes transmitir o seu apreço. Um ramo de flores, mesmo que virtual, será, certamente, bastante apreciado. Mas não se fique por aqui. Eternize este dia, esquecendo mentalidades preconcebidas, colaborando mais com elas nas tarefas diárias e olhando-as de igual para igual em todas as circunstâncias, quer no interior do seu lar, quer no seu local de trabalho. Quando todos assim procedermos, não haverá mais necessidade de um dia dedicado à mulher.”

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Quinta-feira, 15 de Agosto de 2013

COMUNIDADE DE AVEIRO, 23 DE AGOSTO DE 2002 (II)

 

1ª tentativa de aguarela em grande formato e carvão do final da minha infância inspirados nos testemunhos da tia da pobreza no mundo

 

“Querida Rosinha e Manuel,

 

(…) Recordo a missa nas Aldeias, linda na sua simplicidade.

 

Tenho a certeza, a certeza da Fé, de que os nossos queridos pais estão felizes e são eles, com certeza, que pedem por nós.

 

Fiquei muito feliz com o gesto discreto do Manuel, quando foi ter contigo ao café. É assim, o amor alimenta-se de pequenos gestos de ternura que vão ao encontro da sensibilidade de cada um. E nesta etapa de vida, vós e eu, não precisamos de grandes coisas, mas de gestos de amor verdadeiro e profundo.

 

E pronto. Estou feliz por ter escrito tudo isto. Uma encomenda deve chegar na 2ª ou 3ª feira.

 

Beijinhos, beijinhos da Mª do Céu

 

P.S. – Deixei o carregador do telemóvel na sala de jantar. Arranjei solução aqui. Não se preocupem. Tragam-mo quando regressarem a Coimbra.”

 

Assim termina a carta cuja publicação foi iniciada ontem. Termina também no SPNI a homenagem à tia Maria do Céu Brojo iniciada esta semana. Não esqueço a influência que esta mulher excecional teve no meu percurso. Desde cedo e pelo diálogo, orientou-me leituras - Sartre, Camus, Simone de Beauvoir e outros sempre na língua original -, depois discutidas em família, que completavam as que os pais recomendavam. Sempre respeitados a minha curiosidade e gosto.

 

Uma das músicas que a preenchia era o “Imagine” dos Beatles. Trauteava-a frequentemente com a sua magnífica voz. O conteúdo da letra harmonizava-se com um dos objetivos da missão que escolhera aos dezasseis anos, ainda estudante no Colégio do Sagrado Coração de Maria na Guarda. Para trás, deixou o início de um namoro feliz com o António Pinho Brojo. Este e os pais, a avó Mamia e o avô Artur, tentaram demovê-la. Assentiu em refletir nos dois anos de espera pelo noviciado. Na “Ordem do Sagrado Coração de Maria”, já em Lisboa, escolheu o nome de Madre Anunciata. Prosseguiu estudos nas Universidades de Salamanca e Roma. Lecionou nos colégios da Ordem e em vários liceus do país, sempre vigiada pela PIDE. Razão? Não perder uma oportunidade de apelar à justiça social e, mais tarde, à "Teologia da Libertação". No final dos anos setenta, optou por “Les Frères de La Charité” a que ainda pertence.

 

Imagine

 

Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people living life in peace

You, you may say
I'm a dreamer, but I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people sharing all the world

You, you may say
I'm a dreamer, but I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will live as one

 

John Lennon  

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:48
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Quarta-feira, 20 de Março de 2013

RETRATOS DO MUNDO FELIZ

 

Kathleen Scarboro

 

- Resgatados 19 mineiros soterrados em mina polaca devido a sismo.

 

- Vulcão indonésio Lokon voltou a entrar em erupção.

 

- Al Qaeda reivindicou atentados no Iraque.

 

- Malásia acusou oito seguidores do sultão de Sulu de terrorismo.

 

- Antigo ditador da Guatemala começou a ser julgado por alegado genocídio.

 

- Frota da Sea Shepherd regressou à Austrália reivindicando vitória sobre o Japão.

 

Estes são os títulos que na mesma página acompanham a notícia da decisão da ONU ao estabelecer 20 de Março como Dia Internacional da Felicidade. Valha-nos o bom senso do senhor Luciano Espósito Sewaybricker ao reconhecer o óbvio: não existe segredo para a felicidade, não existe sob a forma de pílulas à venda na farmácia, não é o consumo que a inclui no embrulho. Mais disse: _ “Atualmente, ser feliz tornou-se um peso. Temos que ser feliz. E quanto mais as pessoas querem ter a felicidade, mais elas se vão sujeitar a uma felicidade simplista. E esse movimento é potencializado face ao contexto em que vivemos, de uma sociedade que se organiza em torno do consumo.”

Incontestado é em Portugal e neste mundo caótico, as gentes raramente poderem fazer o favor de serem felizes’.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:16
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Domingo, 30 de Dezembro de 2012

EM CASA, ANTES E ENTRE FESTAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:42
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Quarta-feira, 8 de Dezembro de 2010

QUANDO UM ÍDOLO MORRE

 

Jan Bollaert

 

Normalmente pessoas que, pelo talento ou carisma, entusiasmaram milhões. A menos de meio da idade adulta. Tragédias inusitadas que obrigaram despedida das vidas: tiro certeiro, acidente, suicídio encenado/assassinato, excessos ou loucuras. Assim nasce um mito, assim é iniciado período longo de especulações – o que fariam, quais os contornos dos respectivos progressos se ainda respirassem. Quais as benfeitorias deles provindas que nos enfeitiçariam ou dariam asas ao viver pessoal.

 

 

Daniel Green e autores que não foi possível identificar

 

Para o mundo e pela exposição mediática, o cinema e a música levam a dianteira no rol dos considerados ídolos finados cedo: James Dean, Marylin Monroe, Janis Joplin, Elvis Presley, John Lennon, Bob Marley, Michael Jackson. A escrita e a pintura também recolhem nostalgias: Guy de Maupassant, Gogol, Vincent van Gogh e a mui nossa Florbela Espanca. Na sociedade e política, Cleópatra, Allende, Evita Péron, John Kennedy, Sá Carneiro em Portugal. Florbela Espanca nada num 8 de Dezembro há século e alguns, John Lennon morto há 30 anos no mesmo dia do mesmo mês.

 

 

Linda Koast e autores que não foi possível identiicar

  

Quem idolatra génios, ou tomados como tal, e neles projecta a vida própria demora a fazer o luto, cria lendas e fantasias, interioriza mágoa que, vezes tantas, desequilibra a «psi». A rejeição da morte é fardo garantido para a maioria de nós – encarar o fim da rota dói ou porque exaltamos o ego, ou por não aceitarmos vermo-nos privados dos amores que nos erguem. Esquecemos que a Dama de Branco, ao chegar, impede carregarmos bagagem de memórias.

 

CAFÉ DA MANHÃ

  

publicado por Maria Brojo às 12:02
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Terça-feira, 10 de Agosto de 2010

OS TRÓPICOS VIERAM A SEQUEIRO

Kacere e Drudwyn

 

Noites tropicais – temperaturas entre 25 e 26º C. Ar condicionado no On e tudo cerrado, rodopio das pás nas ventoinhas, janelas escancaradas sem persianas ou portadas que entupam exígua corrente do ar. Porque condicionamentos da natura são atentados que a atingem pelo consumo energético, porque inspirar brisa forçada arranha a garganta e aflige o nariz, é opção o tudo ao léu e janelas desimpedidas. O equilíbrio da pele com a temperatura exterior permite sono liberto, acordar matutino espertado pela luz natural acabada de nascer. Vantagem outra, nada despicienda, é o dormir respeitar o ciclo diurno/nocturno como acontecia nos primórdios do homem. Inconveniente é a novidade de serem 7h o período ideal de sono – dormir além de 8h prejudica o coração.

 

É certo que os pré-humanos tinham esperança de vida curta, embora não devida ao bom dormir – indefesos biológica e socialmente, iam-se pela dureza do viver. Hoje, prolongada a esperança, caímos à terra pelas mãos próprias, alheias ou por maleitas velhas cobertas com pano novo. Ontem, lembrados os 200 mil mortos que há sessenta e cinco anos engenho nuclear matou em Nagasaki. Três dias antes, honrados os atingidos por razão mesma em Hiroshima.

 

Calor tropical reclama corpo descoberto. Segundo padrões de origem duvidosa, obrigatoriamente elegante. Banidos do In Papos, pneus, papadas. Ora, quem os tem não os quer e, com ilusão, engole produtos fugidos ao crivo do Infarmed. Acumula com ausência de vigilância médica. Meses antes do «despe», venham pílulas com promessas de magreza dentro. Ora, obesidade e excesso de peso coexistem vezes muitas com diabetes, disfunções renais, colesterol descontrolado. Esquecida a alimentação saudável e o caminhar – melhor remédio não existe. Tão fácil impedir o ioiô medido pela balança que os órgãos endoudece…

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:24
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