Steven Janssen
"Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem".
José Saramago, “Ensaio Sobre a Cegueira”
CAFÉ DA MANHÃ
Josephine Wall Henryk Fantazos
Ao japonês Shigeru Ban foi atribuído o mais importante prémio da arquitetura, o Pritzker 2014, equivalente, é dito, ao Nobel da Arquitetura assim ele existisse. Destaca o trabalho de Shigeru Ban a perícia em aliar design exemplar à utilização de materiais inovadores, leves, económicos, alguns em cartão que trata com desenvolvida tecnologia até oferecerem resistência e durabilidade. Mais há: considera a arquitetura ao serviço dos poderosos esquecendo preocupações sociais. Como prova, salienta a fragilidade das construções perante catástrofes, nomeadamente, terramotos. “Não são os terramotos que matam, mas sim a inadequação do construído às tormentas naturais.”
Coerente, Shigeru Ban realiza trabalho voluntário pelos sem-abrigo e outros despojados após tragédias que a força da natureza provoca. Constrói abrigos com materiais simples, porém seguros, que alojem sobreviventes, lhes forneçam privacidade e restaurem a confiança. (Aconselho busca nas imagens do Google para visualizar algumas das obras de Shigeru Ban)
O Departamento de Saúde Pública da Organização Mundial de Saúde informou que “a poluição matou sete milhões de pessoas em todo o mundo em 2012, ou seja, foi responsável por 12,5 por cento das mortes nesse ano, tendo-se tornado o «principal risco ambiental de saúde do mundo».” Especificou: a qualidade do ar não só é reduzida no exterior mas também no interior das habitações devido ao simples ato de cozinhar, aos aquecimentos que utilizam madeira e aqueles destinados a condicionar a temperatura doméstica. Consequências: diversos tipos de cancro e doenças cardiovasculares. O problema agudiza-se na Ásia e nos países do Índico.
Nota – sobre o tema da qualidade do ar que respiramos, dois textos científicos em linguagem acessível já aqui publicados: “MP 2,5”, o primeiro, e “Fumadores versus grelhados”.
CAFÉ DA MANHÃ
Autores que não foi possível identificar
Podia, mas não irei perorar sobre o Dia do Desassossego. Muitos fizeram melhor do que destas teclas sairia. Difícil a escolha virtual/real. Selecionado foi o texto lido aqui. E, sim, sairei à rua com exemplar do Ano da Morte de Ricardo Reis tal como a Fundação José Saramago propõe. Desassossegar-me e a outros é desafio que não rejeito. Sigo, fiel, as palavras de Saramago: “Escrevo para desassossegar os meus leitores”.
“A 16 de Novembro assinala-se aquele que seria o 90º aniversário de José Saramago e o 30º aniversário da edição de Memorial do Convento. A Casa dos Bicos abre as portas e oferece novas exposições, leituras, um concerto e descontos na obra do único escritor português premiado com um Nobel da Literatura.
O autor que escrevia "para desassossegar" os seus leitores faleceu em 2010, com 87 anos. Dois anos depois, por ocasião daquele que seria o seu 90º aniversário, a Fundação José Saramago cria o Dia do Desassossego e oferece ao público várias iniciativas.
A partir do meio-dia, atores do grupo Éter vão representar textos de Memorial do Convento a partir das janelas da Casa dos Bicos. Figuras como Blimunda, Baltazar, Frei Bartolomeu de Gusmão - e até o Cão - ocuparão as janelas e varandas da sede da Fundação, pela mão do pintor José Santa-Bárbara.
Ao mesmo tempo que, pelas ruas da Baixa de Lisboa, a convite da Fundação, os leitores de Saramago trarão as suas obras para o espaço público, na sede da Fundação será inaugurada uma exposição de retratos do escritor, da autoria de nove ilustradores portugueses e espanhóis. Esta exposição sairá, mais tarde, para outros locais de Lisboa.
O Teatro Nacional de S. Carlos também se junta ao Dia do Desassossego e abre excecionalmente as portas do ensaio geral do concerto da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, às 18h00.
A segunda edição do prémio de fotografia “Retratar um Livro”, que decorre até Março, será este ano dedicada a “O Ano da Morte de Ricardo Reis”. Fotógrafos amadores e profissionais estão convidados a 'fotografar' o livro de Saramago e a dizer qual o excerto da obra que inspirou a fotografia.
No 90.º aniversário de José Saramago será também editado o opúsculo "90 Anos, 90 Palavras", que recolhe 90 palavras fundamentais na obra do escritor, de Blimunda a Dignidade ou Vontade. O opúsculo será distribuído gratuitamente a todos os visitantes que passarem pela Casa dos Bicos, esta sexta e sábado.
Sexta-feira e sábado, a entrada na Casa dos Bicos é gratuita. Na sexta, todos os livros de José Saramago publicados pela Editorial Caminho terão um desconto de 50% sobre o preço de capa.”
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