Amy Denes Visage touareg de femme du desert
Recebi:
“Os socialistas franceses votaram para continuar a agressão à Libia, a Ana Gomes escreveu um artigo miserável no Público a pedir ainda mais intervenção. Não são só lacaios dos USA e todos andam com medo da queda do dólar porque os Estados têm enormes reservas de dólares e ficam todos com as calças na mão mas "the end is nigh whatever they may try".
Como habitualmente a estória ē um pouco diferente da elaborada pelos servidores dos poderes instalados de acordo com as suas conveniências.
I – Tenha sido Kaddafi o bizarro que foi, a ONU constatou, em 2007, que a Líbia tinha:
1 - maior Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África (até hoje é maior que o do Brasil);
2 - ensino gratuito até à Universidade;
3 - 10% dos alunos universitários estudavam na Europa, EUA, tudo pago;
4 - ao casar, o casal recebia até 50.000 US$ para montar casa;
5 - sistema médico gratuito, rivalizando com os europeus. Equipamentos de última geração, etc...;
6 - empréstimos pelo banco estatal sem juros;
7 - o maior sistema de irrigação do mundo inaugurado em 2007, vem tornando o deserto (95% da Líbia) em fazendas produtoras de alimentos;
II – Porque detonar a Líbia então?
Três principais motivos:
1 - tomar o seu petróleo de boa qualidade e com volume superior a 45 bilhões de barris em reservas;
2 - fazer com que todo o mar Mediterrâneo fique sob o controlo da OTAN. Só falta agora a Síria;
3 – e, provavelmente, o principal:
- O Banco Central Líbio não é atrelado ao sistema financeiro mundial.
- As suas reservas são toneladas de ouro, que dão respaldo ao valor da moeda, o dinar, que desta forma está resguardado das flutuações do dólar.
- O sistema financeiro internacional ficou possesso com Kaddafi, após ele propor, e quase conseguir, que os países africanos formassem uma moeda única desligada do dólar.
III - O que é o ataque humanitário para libertar o povo Líbio?
1 - A OTAN comandada, como se sabe, pelos EUA, já bombardearam as principais cidades Líbias com milhares de bombas e mísseis em que um único projéctil é capaz de destruir um quarteirão inteiro. Os prédios e infra estruturas de água, esgotos, gás e luz estão seriamente danificados.
2 - As bombas usadas contêm DU (Urânio »depletado») que tem um tempo de vida de cerca de 3 bilhões de anos (causa cancro e deformações genéticas).
3 - Metade dos meninos líbios estão traumatizadas psicologicamente por causa das explosões que parecem terramoto e racham estruturas das casas.
4 - Com o bloqueio marítimo e aéreo da OTAN, as crianças sofrem principalmente com a falta de medicamentos e alimentos.
5 - A água já não mais é potável em boa parte do país. De novo, as crianças são as mais atingidas.
6 - Cerca de 150.000 pessoas por dia, estão deixando o país através das fronteiras com a Tunísia e o Egipto. Vão para o deserto ao relento, sem água nem comida.
7 - Se o bombardeio terminasse hoje, cerca de 4 milhões de pessoas estariam precisando de ajuda humanitária para sobreviver: água e comida.
Em suma: O bombardeio "humanitário", acabou com a "nação" líbia. Nunca mais como era anteriormente.
Intentona, inventona? A cada um seu julgar."
CAFÉ DA MANHÃ
Foi a enterrar num lugar secreto do deserto líbio Muammar Abu Minyar al-Gaddafi. Transcrevo opinião recebida que merece demora na leitura e pensar.
“Hoje li, no Público, que um senhor chamado Simon Tilford, do Center for European Reform, terá dito que 'o que o mundo não percebe é que os credores e os devedores são todos membros de uma união monetária que por acaso é também uma das zonas mais ricas do mundo'.
Uma de duas, ou 'o mundo' - seja o que for...- está doido ou os jornais anunciam falas sem sentido ou enquadramento ou conteúdo ou isso tudo junto mas (...)espero que nunca mais tenha a lata de alinhar com um macacal ignaro que lança as mais torpes atoardas acerca do que e de quem nada sabe; fosse quem fosse o sr Kadafi-homem-de-Estado (uma vez que do homem privado você também nada sabe) a sua atitude foi de corajoso estadista e frontal provocador até ao fim e disso nem todos os 'chefes da diplomacia europeia' se poderiam orgulhar.
É uma questão de tomates, como diz o povo... não ignaro ie. não manipulado.
Lembra-se? Da coragem, dignidade e clareza de pensamento que denotou, até ao dia em que foi abatido, este senhor?
Pois... nada tem a ver com o tal romeno, ou com o tal honnecker - a memória é curta, não é? - mas tem tudo a ver com a encenação grotesca que foi feita para seu julgamento o qual não sei se não terá sido mais torpe que a encenação da eliminação do sr kadafi.
Extra - e os alarves sérvios julgados em tribunal decente, porquê? e os alarves angolanos á solta, a matar neles por conta – literalmente - do grande patrão branco? e os alarves europeus a...? ESQUEÇA! Esqueça, senão hoje não dorme; esqueça...”
(Leitor e comentador ocasional do SPNI que muito admiro)
CAFÉ DA MANHÃ
Autor que não foi possível identificar e Marc Lee
Perante uma tragédia, após a estupefacção inicial, acompanham o sentir condoído interrogações. Rodopiam sem resposta cabal. Como pode um privilegiado do Ocidente desenvolvido, aparentemente saudável nos meandros da psique, extremar a convicção fundamentalista cristã até ao assassinato de mais de sessenta pessoas?
Se todos os radicalismos que fomentam matanças têm jus a condenação, fosse o criminoso filho dum povo oprimido pela cobiça, desrespeitado pelas crenças, sujeito a ingerências e guerras promovidas pelas democracias fingidas que alargam as penas de pavão sobre ele, algum entendimento é possível. Testemunhar durante anos fiados a morte de pais, irmãos, amigos conduz a violência cujo crescer é imparável. A idêntico final encaminham as profundas assimetrias sociais tirânicas ou democratas(?) que fracturam os humanos. Não as pensar como injustiça, bomba em construção, é imediatismo criminoso – os desperdícios do Ocidente obeso ajudariam milhões de sequiosos e famintos por este mundo além.
Nos países nórdicos, a social-democracia vigente é tolerante, resguarda os cidadãos. Anders Breivik Behring, norueguês e autor confesso da chacina em Oslo, bem como na ilha de Utoya, fruiu das benesses do país onde nasceu. O facto somente acresce incompreensão pelos atentados que perpetrou. Todavia, exterminar, às centenas, vidas na Líbia através de bombardeamentos liderados pela NATO, é despercebido pelos clientes do bife e do bem-bom no lado certo(?) do mundo.
CAFÉ DA MANHÃ
Dizem-no futuro hino que honra a quase centena de vítimas da Noruega - Mitt Lille Land (Meu Pequeno País ou Minha Pequena Terra). A canção foi editada ontem e interpretada por Maria Mena (ascendência norueguesa e norte-americana).
Colecção 'Madrid 2009'
Celebrar o novo ciclo da Terra. Por momentos, esquecer imagens de tragédias: a do Japão, a da Líbia e outras, por ora, mais discretas – agigantando-se novidade no planeta, ficam em plano fosco sofrimentos mais antigos, embora continuados. Substituir pela brancura da paz florida, rugas cavadas.
Ainda vestida de branco, a esperança. Sinestesias muitos têm e deles são redutos exclusivos. Podem relacionar-se com música, números, dias da semana, palavras, sentimentos e com o mais diverso pelas inúmeras gentes. Aninho a paz branca, a esperança cujo brilho encandeia e vejo translúcida, a alegria como luz de amanhecer fresco e soalheiro.
Sejam camélias listradas pela cor gerada na seiva, flores de pessegueiro - por excelência anúncio de Primavera como o desabrochar dos botões delicados das amendoeiras -, exibem cor-de-rosa. Assim pinto o número três, a terça-feira, a bondade, a palavra ‘amável’.
Antúrios rubros como o sangue, a paixão, a surpresa, o mês de Abril, balões da infância. Carmim é tinta invisível composta por gotas de fenolftaleína, indicador camaleónico como todos denunciando a natureza ácida ou alcalina dos sais. Cor de Março, cor de mágoas lutuosas.
Do cacto primeiro, recolho o tom das segundas-feiras; do cascalho, a cor expectante das sextas e do número sete e de Setembro. Como o cerne dos rebentos na forma rosácea, o sábado é verde pastel - reproduz o número nove e Janeiro, também a palavra ‘cansaço’. Falta o azul das quartas e do quatro, o amarelo de domingo e do oito e de Agosto e de ‘felicidade’, o laranja do cinco, das quintas-feiras e de ‘euforia’. Um «psi» ocioso do escrito faria petisco.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros