Duma - Think About It Duma - The Green Stone
São tentadoras. Dizendo respeito aos outros, especulamos com facilidade sobre atitudes e intenções. Não raro, os vemos como se foram terreno em pousio à espera da nossa sementeira de grãos feitos de causas adivinhadas do neles visto ou ouvido. Arrogamo-nos esse direito sejam familiares, amigos, conhecidos ou figuras públicas as vítimas. Em contrapartida, ai de quem tente o mesmo connosco. Consideramo-nos, de modo geral, acima de análises críticas dos comportamentos tidos. Talvez por arrogância, mais ainda pelo défice de auto análise. E se devia ser hábito regular pensarmo-nos com humildade, identificarmos as próprias fragilidades e forças para um autoconhecimento a permitir evolução! Mas não. Cristalizamos imperfeições por comodidade, parando no tempo em que fomos e naquele em que somos. Depois, os outros que paguem a fatura pela preferência em julgá-los do que passarmo-nos metodicamente em revista segundo o mapa desenhado pela psique individual.
Desde tenra idade, fui iniciada na avaliação criteriosa do meu ser. Rebelei-me. Render-me-ia, mais tarde, ao procedimento. O amadurecer pelos gostos e desgostos foi razão. Obrigada, portanto. Dolorosa a tarefa. Avançada no caminho, preferi entender os outros com o sentimento da impossibilidade de os esgotar. Posso sentir com eles. Não posso sentir por eles. Bani adivinhações. O ato de especular. Consequência: tornei-me híper sensível à pressa dos julgamentos alheios. Agora, protejo-me desse vício exterior a quem sou. Ou penso ser. Porque ainda que treinado criticamente o reflexo do espelho em que me revejo, sei-o enganoso. Pronto à brincadeira. Continuo a não o evitar. Mas sei o logro em que me afundo se o creio inocente. Fazendo-o, afundaria comigo a relação com os outros indispensável à minha vida em sociedade. Pensar egoísta. Ainda assim, preferível à injustiça das adivinhações sobre quem me rodeia ou dela sei o existir.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros