Dia frio. Luz pálida. O sol, reclinado na abóbada onde é, chega morno e roubado da energia, obrigando às estações do ano pelas órbitas dos planetas. Cisões e fusões nucleares indiferentes ao fluir do tempo. Renovadas a partir do alimento que na estrela encontram. E é deste tempo frio e seco que se faz o Natal que amo.
Peregrinar pelo comércio de bairro misturando falas e sorrisos com vizinhos, reencontro com amigas de sempre na compra de lindezas a custo módico inauguram tempo natalício nas ruas e na domesticidade. Ofertas escassas pelo senso que ordena economia. Paragem para aquecer o corpo por via de chá que enlaça, forte, quem nos acompanha dores, felicidades de ontem e no presente.
Mel loiro escorre direito ao coração. Imersa na jovialidade que os anos não ousaram roubar, descobri prendas embrulhadas em amor. Acresci «nadas» de ilusão aos enfeites do espaço que me acolhe. Ri, brinquei, sussurrei naquele estado de graça que o frio de Dezembro faz nascer. O nariz e a face rosados pelo gelo do vento, alma aquecida pela amizade e ternura que o Natal confirma. E sou feliz. Nem sempre. Ontem e hoje, sim.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros