Domingo, 2 de Fevereiro de 2014

"VAVADIANDO" COM JORGE SILVA MELO

 

 

 

Lauro António, apresenta o convidado. Jorge Silva Melo aborda a cultura portuguesa na atualidade, o teatro em especial. De tão especial a palestra, foi rico o debate no após.

 

 

 

Maria Eduarda Colares, Maria da Luz e a atriz Lia Gama que muitas achegas certeiras deu ao diálogo estabelecido.

 

 

 

Maria Ondina Camilo e o ator/encenador Frederico Corado.

 

  

 

A atriz Elsa Galvão, a irmã, Celeste Chaves, Victor Serra também enriqueceriam a conversa com reflexões justa e sábias. A alegria reinou.

 

Em baixo, outros participantes dum "Vavadiando" a não esquecer.

 

  

 

  

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:52
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Domingo, 22 de Dezembro de 2013

VAVADIANDO DE NATAL - JOÃO PEREIRA BASTOS

 

 

    

 

À chegada, o Vá-Vá ofertou aos participantes decoração natalícia e a tradicional belíssima coleção de obras de nomes grandes das artes e das letras.

 

   

 

    

 

Pelas assinaturas, identificados os autores ilustres.

 

   

 

Maria Eduarda Colares e Fernando Dacosta.

 

   

 

   

 

Alguns dos rostos que neste e noutros "Vavadiando" têm participado.

 

    

 

Apresentação do belíssimo orador pelo Lauro António. João Pereira Bastos falou e encantou no ambiente íntimo a permitir histórias pouco conhecidas desta personagem de renome na cultura portuguesa em geral, nas artes cénicas em particular. Quem julga elitista o rol dos presentes cai em logro. Todos são bem-vindos. E que 'tragam mais cinco'. Para conhecimento das próximas tertúlias basta consultar o link à direita que tem por nome "Lauro António Apresenta" onde figura o endereço de e-mail e, através dele, revelar interesse em ser incluído na lista das comunicações.

 

CAFÉ DA MANHà

 

publicado por Maria Brojo às 08:43
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Sábado, 14 de Dezembro de 2013

"ANA DE LONDRES"


  


 

Após mais uma ses­são da ter­tú­lia “Vava­di­ando” pro­mo­vida pelo Lauro Antó­nio no Vá-Vá onde foram cru­za­dos tem­pos e cru­zam as ave­ni­das Esta­dos Uni­dos da Amé­rica com a de Roma, fui desa­fi­ada pela pin­tora Graça Del­gado para sur­presa longe dali. Vínha­mos com almas cheias pela his­tó­ria do lugar no final dos ses­senta, na década de setenta, des­fi­ada pelo Fer­nando Tordo. Des­ce­mos às cata­cum­bas do metro. Até ao Cais do Sodré, extra­va­sá­mos emo­ções e con­tos, risos mui­tos pelo que fôra­mos nos tem­pos lembrados.

 

Na zona para onde a moda da atual noite lis­bo­eta se mudou, a sur­presa. Esta­be­le­ci­mento esconso, bal­cão sim­bó­lico, mochos, pou­cos, como assen­tos, luz e palco dimi­nu­tos. Neste, mesa de honra onde haviam tomado lugar os pro­ta­go­nis­tas: Miguel Real, autor do pre­fá­cio, o ilus­tra­dor, Manuel San-Payo — fora colega e amigo que per­dera de vista -, o edi­tor da obra apre­sen­tada. Cris­tina Car­va­lho, ao cen­tro. Da escri­tora, jamais havia lido o quer que fosse. Somente ali, tive conhe­ci­mento da sua extensa obra lite­rá­ria, de ser filha de Rómulo de Car­va­lho, Homem com o qual con­vivi, peda­gogo da ciên­cia cujos sabe­res e livros me haviam ilu­mi­nado o per­curso na divul­ga­ção das ciên­cias Física e Quí­mica. Senti-me em casa tam­bém pelo lugar des­po­jado de ribal­tas oci­o­sas. No final, dança mis­tura de gera­ções reu­niu desde cri­an­ças peque­nas até adul­tos de idade meia – a grande idade rara ali. A boa sele­ção de música dos anos ses­senta res­pon­sá­vel pelo bai­la­rico. Em lan­ça­mento, “Ana de Lon­dres”. Ante­ri­or­mente, fora conto no pri­meiro livro de Cris­tina Car­va­lho, “Até já não é Adeus: his­tó­rias per­ver­sas”, dado à estampa em 1989 e em 1996 publi­cado auto­no­ma­mente. Pela valia histórico-social do conto, pela admi­rá­vel escrita, ganhou alfor­ria após revisto. Deci­sivo o empur­rão dos lei­to­res e de crí­ti­cos remon­ta­dos. Encanto suple­men­tar neste livro há cur­tos meses ree­di­tado: os pre­tos e bran­cos de Manuel San-Payo (quan­tas vezes pre­sen­ciei a exe­cu­ção de mais pelo mesmo artista plás­tico!), res­pon­sá­vel por um dos banners de elei­ção deste “Escre­ver é Triste” tra­zido pela «prima» Rita Roquette de Vasconcellos comen­tado com exce­lên­cia por outra «prima», Eugénia Vasconcellos.

 

É em Lis­boa que decorre a ação do livro escrita com lin­gua­gem pre­cisa e pre­ci­osa. Loca­li­za­ção tem­po­ral: final dos anos ses­senta do século pas­sado, mais rigo­ro­sa­mente em julho de ses­senta e nove. Tem­pos difí­ceis pelo cin­zento névoa e lutos que em per­ma­nên­cia se aba­tiam sobre os por­tu­gue­ses. A guerra colo­nial, o ambi­ente pardo e cas­tra­dor que engai­o­lava todos, jovens em par­ti­cu­lar, a revolta por tal, a fuga de tan­tos. João Filipe, namo­rado de Ana Maria, um de mui­tos. Nos ide­ais e deca­dente viver em Por­tu­gal, Ana encon­tra força para esca­par de tama­nha sem graça. Aban­dona famí­lia e ami­gos. Parte de Campo de Ouri­que para Lon­dres. Das aven­tu­ras, das des­fei­tas no antes e depois, é nar­ra­dora amiga de infân­cia de Ana. Por ela sabe­mos o pas­sado no momento em que a rapa­riga de dezoito anos comu­nica aos pais o deci­dido (…)

 

Nota: texto publicado hoje no "Escrever é Triste.


CAFÉ DA MANHÃ



publicado por Maria Brojo às 07:57
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Domingo, 8 de Dezembro de 2013

FOI NA SEMANA PASSADA QUE PASSEI

 

 

 

No dia 29 de Novembro, Medeiros Ferreira foi o convidado da tertúlia "Vavadiando" promovida pelo excelente anfitrião Lauro António. À direita, Maria Eduarda Colares e Maria Emília Brederode Santos.

 

 

Lauro António apresenta o orador a uma assembleia sempre amável e, frequentemente, interventiva que escuta com prazer as palavras e a ironia subtil de Medeiros  Ferreira. Depois, as perguntas e o diálogo com todos.

 

 

Conceição Alexandre e Mary. Duas das muitas habituais presenças nestas aventuras de saberes.

 

 

 

O pintor Eurico Gonçalves, José Espada Teixeira e o ator e encenador Frederico Corado.

 

 

A 20 de dezembro, João Pereira Bastos na sessão de Natal do "Vavadiando". A não perder. O Vá-Vá espera todos aqueles interesssados em participar.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

publicado por Maria Brojo às 08:13
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Domingo, 29 de Setembro de 2013

LAURO ANTÓNIO, LUISA TODI, VAVÁ, FERNANDO TORDO, CRISTINA CARVALHO

 

 

 

 

Por ser proibido captar imagens da belíssima e merecida homenagem a Lauro António no Luisa Todi, Setúbal, ficou a reportagem diminuída. A querida amiga Maria Eduarda Colares teve o privilégio de colmatar a omissão. A «je», em segundo plano, conversava alegremente com amigos.

 

 

Apresentação do convidado pelo Lauro António, o impulsionador das tertúlias "Vavadiando". A todos encantou o desfile de memórias do Vavá por Fernando Tordo. Fração da história da cultura portuguesa que foi pitéu saboroso e merecia livro a preceito por tão decisivo ter sido em tempo de breu o Vavá como ponto de encontro de personalidades nacionais.

 

 

A sempre atenta anfitriã, Maria Eduarda Colares.

 

 

Fernando Dacosta e a voz de Fernando Tordo no "O Café" cuja música composta pelo Tordo e com poema do Ary dos Santos, composição de José Calvário, foi inspirada na miscelânea de frequentadores do Vavá no final dos sessenta, princípios dos setenta.

 

Finda mais uma memorável sessão do Vavadiando, foi tempo de rumar ao lançamento do livro "Ana de Londres" escrito por Cristina Carvalho, filha do saudoso homem da ciência Rómulo de Carvalho. Não resisti a comprá-lo. Ilustrado pelo amigo de outras eras, Manuel San-Payo, que, finalmente, reencontrei.

 

 

No espaço original pela conceção e estrutura arquitetónica, foi tempo de dançar ao som dos "clássicos" da época referida na capa do livro: "Retrato de uma geração que teve a coragem de lutar".

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

"O CAFÉ" (1973)

 

"Chegam uns meninos de mota,
Com a china na bota e o papá na algibeira
São pescada marmota que não vende na lota
Que apodrece no tempo e não cheira
Porque o tempo
É a derrota

Chegam criaturas fatais
Muito intelectuais tal como a fava-rica
Sabem sempre de mais,
Escrevem para os jornais com canetas molhadas na bica
E a inveja (sim, a inveja!)
É quanto fica

Como quem está num chá dançante
Duas velhas de penante depenicam uma intriga
Debicando bolinhos vários
Dizem mal dos operários que são a espécie inimiga

Chegam depois boas maneiras
Com anéis e pulseiras e sapatos de salto
São as bichas matreiras que só dizem asneiras
Sâo rapazes pescado do alto
E o que resta
É pó de talco

Chegam depois os vagabundos
Que por falta de fundos não ocupam a mesa
Têm olhos profundos,
Vão atrás de outros mundos que pagaram com sono e beleza
Mas o troco
É a pobreza

Chegam finalmente os cantores
Os que fazem as flores neste mundo de gente
São os modernos trovadores
Que adormecem as dores numa bica bem quente

Como quem está num chá dançante
Duas velhas de penante depenicam uma intriga
Debicando bolinhos vários
Dizem mal dos operários que são a espécie inimiga

Chegam depois boas maneiras
Com anéis e pulseiras e sapatos de salto
São raposas matreiras que só dizem asneiras
Sâo rapazes pescado do alto
E que resta
(Evidentemente que é) Pó de talco

Chegam depois os vagabundos
Que por falta de fundos não ocupam a mesa
Têm olhos profundos,
Vão atrás de outros mundos que pagaram com sono e beleza
Mas o troco
É sempre a pobreza

Chegam finalmente os cantores
Os que fazem as flores neste mundo de gente
São os modernos trovadores
Que adormecem as dores numa bica bem quente."

 

Em 2009, 25 anos depois da partida de Ary dos Santos, este tema foi relançado em disco comemorativo (segundo vídeo).

 

publicado por Maria Brojo às 06:29
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Domingo, 2 de Junho de 2013

VAVADIANDO COM JOÃO SOARES

 

 

Ali no cruzamento entre a Estados Unidos e a Avenida de Roma, o Vá-Vá.

 

 

Lugar de tradição no pensar e refletir conjunto da sociedade portuguesa. O telefone avisa chamada da querida amiga Manuela Pinheiro.

_ "A menina agora deu em jornalista?"

Entrei. Foi de ternura o reencontro. Como outros. Como todos.

 

 

A reconhecida Pintora Manuela Pinheiro, autora de algumas das obras que fazem do Vá-Vá mostra significativa da cerâmica e pintura portuguesa, Victor Serra e Fernando Dacosta.

 

 

A cumplicidade de amigas desde sempre: Maria Eduarda Colares e Manuela Pinheiro.

 

 

João Soares entre amigos. (Fotografias obtidas por Maria Eduarda Colares)

 

 

Lauro António apresenta João Soares. Política, sociedade, Europa e o mundo. Debate informal, espontâneo e proveitoso. Serão que permtiu analisar as funduras, graças e desgraças deste povo em aperto nunca visto.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:21
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Segunda-feira, 1 de Abril de 2013

mísia no Vavadiando - 30 Março de 2013

 

 

 

 

Momento de silêncio e luzes baixas, fascinante pelo cantar da Mísia.

 

 

E a maravilha duma voz encheu a sala.

 

 

Eduarda Colares fotografa e, em simultâneo, é fotografada. O Fernando Dacosta foi apanhado sem querer.

 

 

 

Serão admirável onde a Mísia se expôs até redutos fundos. Quem a olha e ouve nos espetáculos ou nos videoclips não configura a personalidade e a voz espontânea sem violas ou rede. Pena é ser mais conhecida lá fora do que neste pequeno Portugal.

 

Este “Vavadiando” foi, como de costume, surpresa boa. Num ambiente descontraído, propício à intimidade, é amizade o respirado. Bem-haja Lauro António.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Consta no rodapé do videoclip:

 

“O fado «O Manto da Rainha» consta do álbum de Mísia «Senhora da Noite», tendo sido lançado em Portugal a 22 de Dezembro de 2011. O «Manto da Rainha» é o nome que em Quiromancia se dá a uma rara e paralela segunda linha da vida, na palma da mão esquerda. Esta linha representa uma espécie de proteção do destino. Mísia tem esta rara linha na sua mão. O texto foi escrito por Mísia com uma linguagem gótica-romântica característica do séc. XIX onde se glosa a primeira estrofe.

Mísia conheceu John Turturro quando participou no filme Passione dirigido em Nápoles por este ator e realizador italo-americano. Mísia sempre foi uma grande admiradora do talento e filmografia de John Turturro, por isso aceitou imediatamente o convite para participar no filme Passione, que abre e fecha com duas canções napolitanas cantadas por Mísia. Mísia deveria cantar inicialmente Era di Maggio com Pepe Servillo e Avion Travel, mas Turturro convidou-a para aprender em 24 horas o tema Indiferentemente que fecha o filme. Desta colaboração nasceu uma grande cumplicidade artística que levou Turturro a aceitar o convite de Mísia para realizar pela primeira vez um videoclip. Foi de mútuo acordo que se escolheu um ambiente barroco e decadente que poderia também ser o de um espaço em Lisboa, para ilustrar o texto de Mísia, no qual a primeira quadra é glosada.”

 

publicado por Maria Brojo às 09:02
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Domingo, 20 de Janeiro de 2013

VAVADIANDO EM «LESBOUA»

 

 

 

 

 

 

 

Maris Eduarda Colares, Mary, Fernanda Rocha e mais gente gira de «Lesboua». 

 

 

 

 

Quando as luzes adormecem, é desgosto - apetece continuar pela noite fora.

 

 

Serão extraordinário patrocinado pelo Lauro António e tendo como convidado Herman José. A mui querida Maria Eduarda Colares, talento sem medida, mulher do Lauro, é também anfitriã.

 

Quem nunca assistiu a um Vavadiando ignora a última das tertúlias lisboetas dado o prazer pela excelência dos anfitriões, o convidado de honra e os demais.

 

Não perca as notícias sobre o próximo Vavadiando e muito mais sobre cinema e artes ao ritmo das preciosas teclas do Lauro António.

 

CAFÉ DA TARDE

 

publicado por Maria Brojo às 11:38
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Segunda-feira, 13 de Agosto de 2012

FINARAM-SE OS OLÍMPICOS

Georgeta Blanaru

 

"Terminaram os Jogos Olímpicos de Londres 2012 com outro espetáculo fabuloso de brio nacional e de orgulho pelo que de melhor Inglaterra deu ao mundo no campo da cultura e do entretenimento. Claro que gostei e muito. Gostei sobretudo de ver as escolhas feitas, a biodiversidade cultural e humana, a ausência de preconceitos, o chamar a primeiro plano a cultura e o trabalho, os motores que tudo movem e que nunca criaram crises financeiras fraudulentas. Não vi a exaltação da emigração nem nada que se pareça com o encerramento de fundações culturais, não vi o desfile de banqueiros a acenar, a acenar, nem o elogio das empresas de rating, não vi o orgulho na ganância nem no nepotismo, vi o afirmar da Liberdade, da inteligência, da Paz, da música que nos faz sentir melhor, do humor que nos liberta. Não vi a cultura de elites versus a cultura popular. Não vi os alternativos a desprezarem os que o não são, nem vi o pimba triunfante. Vi e ouvi alguns dos melhores. Não vi o pregão da austeridade como forma de combater a dívida. Vi Churchill, não vi nenhum vilão entronizado. Vi um musical cheio de ritmo, de imaginação, de criatividade, de invenção. Vi os atletas a entrarem em grupo compacto, sem distinção. Vi as bandeiras erguidas e os hinos cantados por quem os merece. Vi o passado e o futuro exaltados por igual. Não vi nada de que me envergonhasse como ser humano. E vi o despontar do Brasil, com igual orgulho. Daqui a quatro anos não sei se estarei cá para ver os Jogos Olímpicos de 2016, mas fiquei com a certeza de que serão como o Rio: continuarão lindos.

 

Em altura como estas, não tenho pena de sermos um povo pequeno e pobre ao pé de Inglaterra, mas lamento a falta de visão de certos governantes que não sabem fazer explodir, aqui e lá fora, a nossa grandeza, que é tanta e tão diversificada para a pequenez e a pobreza nacional. Em vez de apostarem no que vale a pena, apostam no aferrolhar de uns cobres, ainda por cima, sempre para os mesmos, ignorando que os cobres se ganham, tal como a prata e o ouro, apostando na qualidade e no que há que único num povo: as suas formas de expressão artística, cultural, intelectual, científica, desportiva… Tenho muita pena de ver um país, o meu país, a ser estrangulado pela miopia, pela incompetência, e não sei se pela simples fraude de uns tantos, toldados pela obediência cega à finança internacional.

 

Tal como em tudo que é humano, também os Jogos Olímpicos não estão isentos de desvios desagradáveis. São também comércio e indústria, claro. Mas os atletas choram e riem com lágrimas pelos êxitos e insucessos. São por igual os melhores entre os melhores. Os que atingem o sucesso e os que falham no momento decisivo. Mas para estarem lá, entre os melhores, tiveram de lutar até ao sofrimento para o conseguirem. O que é sempre bonito de ver."

 

O estimado amigo Lauro António  apresenta mais um texto brilhante que não resisto a publicar na íntegra.

 

CAFÉ DA MANHà

 

publicado por Maria Brojo às 15:57
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Sábado, 7 de Julho de 2012

EMPREENDEDORISMO

 

 Ana Gralheiro

 

"Com a descoberta do Bosão de Higgs fica mais fácil explicar a formação do Universo do que a formação do Relvas.”

 

João Moreira de Sá

 

"Aviso: já chegaram Bosões de Higgs às lojas chinesas."

 

Pedro Rolo Duarte

 

Miguel Relvas é encontrado a jantar sozinho num mega-restaurante da moda e perguntam-lhe o que está ali a fazer sozinho. Responde tranquilo:
- É o jantar de final de curso.

 

Lauro António

 

"_ Então já tiraste o teu curso hoje, na Lusófona?

_ Hoje não. Só tive meia hora para um mestrado."

 

Daniel Luís

 

"- Tenhamos esperança: se uma licenciatura Relvas dura apenas um ano, pode ser que um governo (com o) Relvas dure também um ano e picos...

 

- Ex-alunos da Lusófona querem esclarecimentos rápidos da universidade sobre as condições em que o ministro Miguel Relvas obteve uma licenciatura em um ano. Reitor da Lusófona já disse que rápido, rápido, só mesmo a licenciatura de Relvas...

 

- Imaginemos que Relvas tinha tirado o Mestrado em Sexologia na Universidade Lusófona em apenas 69 dias. Será que a Lusófona alegaria também que tal se devia ao extenso 'currículo profissional' do ministro assim como à sua riquíssima experiência de vida?"

 

Paulo Querido

 

"Relvas, como não podia deixar de ser, sairá "mais forte" do caso da sua licenciatura equivalente. O governo sairá mais forte igualmente: enquanto gozamos o seu ministro equivalente, prossegue o desbaste do que resta da economia portuguesa. Quem sai mais fraco: o país, sim, mas sobretudo as universidades privadas. A bandalheira, para não dizer fragilidade, da certificação superior por catálogo expõe-se no seu esplendor."

 

Nota: http://www.ionline.pt/portugal/conheca-notas-miguel-relvas-obteve-na-universidade-lusofona

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

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Quinta-feira, 3 de Maio de 2012

"UMA ABELHA NA CHUVA"

 

O que retenho do Fernando Lopes? Filmes que me interpelaram e marcaram pedaços da minha vida. A escolher um, adianta-se “Uma Abelha na Chuva”. Inesquecíveis os grandes planos da Laura Soveral, o ritmo Nouvelle Vague. Do cineasta apenas vi mais duas obras: “Belarmino” e “O Delfim”. Foi com desprazer que recebi a notícia da partida de alguém incontornável na história do cinema português.

FERNANDO LOPES

(1935-2012)

Escreveu Lauro António num artigo ilustrado com imagens que merecem ser vistas:

 

"O que retenho do Fernando Lopes? Para lá dos seus filmes, os encontros no Vavá e no Luanda, com o seu blusão de couro, o seu whisky, o seu café e o seu cigarro. O sorriso no seu rosto, a palavra doce, a generosidade do gesto. “Senta aí!”

Para lá do convívio com os filmes, muitos deles dos mais belos do cinema português, de “Belarmino” a “Uma Abelha na Chuva”, de “O Fio do Horizonte” a “O Delfim”, fica o encontro com o homem, encontro que fiz questão de ser constante ao longo de alguns festivais que fui realizando, onde esteve em todos como Presidente de Júri. Ele era um dos melhores da geração do Cinema Novo, continuou a ser uma dos melhores. Lembro-me dele, em Portel, sentados ambos num banco de jardim, saboreando a aragem alentejana. Saboreando a vida. Agora que partiu, fica essa imagem de quem soube saborear a vida e quem no la deu a saborear."

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

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Sábado, 18 de Fevereiro de 2012

DE LAURO ANTÓNIO, "PAIS E FILHOS À RASCA"

Jim Warren, Katherine Doyle

 

"Citando Mia Couto:
Um Dia Isto Tinha Que Acontecer

Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida. Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1.º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou. Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja! que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como seviu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la. Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?"

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:57
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Domingo, 18 de Dezembro de 2011

VÁ.VÁ.DIANDO

À entrada e na sala da tertúlia, ícone da animação cultural lisboeta, devida ao dinamismo e saber do Lauro António.

 

 

Quando as mãos também falam.

 

                                                                                                                 Teresa C. e a Pintora Manuela Pinheiro

 

Improvisado conto de Natal. O escrito pelo Lauro António foi o desafio.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Homenagem a Cesária Évora.

 

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Domingo, 19 de Dezembro de 2010

VA(VA)DIANDO

Colecção "Inverno, Lisboa, 2010"

 

Em azul néon as letras – duplo «V», duplo «Á» - são estrelas que orientam caminhos na encruzilhada da noite. Nunca é mais um o encontro que o dentro das letras chama e abriga. Meio ano sem ele criou saudade das pessoas, das falas também elas cruzadas, jamais ociosas, sempre alegres, risonhas, sérias chegado o momento de seriedade no tratado. Apetitosas, portanto. 

 

 

A Estados Unidos interrompe a de Roma para depois ambas prosseguirem rotas. No lugar da cruz pouco se distinguem e mais parece uma continuar a outra. A Lisboa que se rende ao breu, porque mal iluminada, tem ali oásis ténue.

 

  

Antes da entrada no Vá-Vá, chuva grossa cai e rebrilha o alcatrão, reflecte luzes nas cadeiras vagas pela invernia. E há verde modesto pelo tamanho naquele lugar na cidade, vivaço pela humidade que o céu avia. Plantado na calçada portuguesa onde o basalto é fronteira e desenho.

 

 

Aberta a porta, cerâmica da Menez é presença que delimita e forra o espaço. Na sala privada, emoldurados folhetos doutros Vavadiando, convidados/protagonistas em destaque. E são lembradas tertúlias passadas que intervalaram gentes do palco, do cinema, da política, da escrita, da sociedade atenta à cultura.

 

 

Na parede oposta, fotografias das personalidades que dali fizeram lugar de convívio revestem-na. Memórias de muitos que partiram, alguns que o mundo todo conheceu, a medalha da AHRESP lembra a comenda, há pouco, atribuída pela Presidência da República. Justa pelo papel interventivo na sociedade e na cultura do Vá-Vá que o Lauro António, a Eduarda têm mantido vivo e lustrado.

 

 

Murais da Menez, obras da Manuela Pinheiro e doutros constroem galeria nobre e insuspeita para quem dos autores não identifica cores e traços.

 

 

À despedida, impossível não desafiar o querido amigo e anfitrião para um engravatado adeus e votos de Festas boas. Já na série de televisão deste amante e conhecedor de cinema, se era da Marilyn o filme, a gravata representava-a. Idêntica opção para estrelas outras. O humor do Lauro António é subtil, mas poderoso. Na rua, as cadeiras empilhadas significam o final da jornada. Pobres enfeites continuam à chuva ignorando o calor ali tão perto e acabado.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Cortesia do Amigo Justo

  

publicado por Maria Brojo às 12:31
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Terça-feira, 23 de Novembro de 2010

A ZEBRA, O GNU E O HIPOPÓTAMO

  

Autor que não foi possível identificar, John Robert Davenall Turner, Massudy

 

Corria safari em África. Turistas ao molho artilhados com binóculos e câmaras de grito último nos mercados orientais, depois vendidas pelos cantos que o mundo tem. Esperavam o exótico, a ilusão de pioneiros num continente por descobrir. Talvez enchapelados com um ‘pralana’ de feltro, à escuteiro, ou equivalente em couro. Os chapéus putativamente usados pelos autóctones fazem o encanto de qualquer viajante, ainda mais se turista em visita de pacote.

 

Deviam estar em savana entrecortada por lago ou rio. Objectivo: ver, filmar vida selvagem consubstanciada num bando de gnus. A pés juntos, juraram águas infestadas por crocodilos. Eis se não quando, como cumpre em historieta bem contada, um hipopótamo, vindo de nada à vista, se apresta a salvar gnu bebé, carregando-o com gentileza até à margem. Dez minutos não eram passados, tragédia no mesmo local esperava zebra minorca. Repete o gesto solidário e ajuda-a a enfrentar a correnteza e atingir lugar seguro.

 

O guia da maralha, a maralha também, estupefactos por bicho considerado agressivo optar pela generosidade. Foi-se ver e o hipopótamo era fêmea. Tecidas loas ao amor maternal tão forte que das barreiras da espécie não quis saber.

 

Tenho outra explicação que me trouxe aqui: _ a solidariedade, o voluntariado quando o bem-estar de outros é fim maior acontece em qualquer sítio e com protagonista bicho. Curiosamente, o geral dos humanos, que até pensam e estabelecem raciocínios lógicos, demora a entender que servir os outros não é mérito, mas integra salvação pessoal – pela auto-estima, pelo enriquecimento que do estar disponível para ajudar advém. Afinal, «umbiguismo» saudável. Tão só.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Do trabalho para o Monumental, Book House, estar com o mui querido Lauro António no lançamento do livro “Temas de Cinema” – 18h.

 

publicado por Maria Brojo às 06:40
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