Jan Bollaert
É afirmada, pelo masculino, banalidade hipócrita de mulherzinha o ‘vade retro homem casado que me tente’. Confronto ocioso se atendermos que para adultério são necessários dois sem distinção de conjugalidades e géneros impressos no B.I. Irreverências, momentos, desejos da carne, da persona ou da pessoa? Porque não? O cerne reside no depois das promessas e juras. Quando é perpetuado o nem sim, nem não. Quando, e tantas vezes ouvimos!, os parceiros/terceiros ficam suspensos na paixão, em dependências cerceadoras da liberdade individual. Ao rebelarem-se, ensaio de fuga, resposta:
_ Aguenta que está por pouco. Hoje não lhe disse de nós porque ele(a) vinha indisposto, instável, impossível. Conto amanhã. Peço o divórcio, mal venha a jeito. Mas amo-te, quero-te tanto! Às cinco?
E eles esperam. E as cinco que não chegam. E a ânsia em crescendo.
Chega. Relógio à mão, telefone no silêncio. Entre uma carícia e um espasmo olha as horas. Às tantas, intervala meneio e beijo ao enfiar a roupa.
_ Não me ligues. Assim possa, falo. Estou atrasada(o). Fica bem!
O falo e a fala adiados para oportunidade melhor.
À chegada ao lar, bendito lar!, a segurança, afectos. O conhecido. Os miúdos. As rotinas, que também as há, benfazejas. O outro vértice que aguarde o tempo da carência ou do apetite ou da sorte. Que aceite a subjugação. O domínio do nem sim, nem não.
Cada um de si conhece o querer. Opte. Recolha nos dias o bem-estar pessoal. E que sejam abandonados estereótipos: o da hipocrisia e os do reconto.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros