Earl Moran, Joerg Warda
Olha quão esperta fui ao ter preferido ontem a casa e a cidade às praias e vias apinhadas que para elas encaminharam incautos ou desafortunados pelo horário nine to five! Mulher pode gostar de pele em bronze com brilho, mas, que diacho!, sofrer pela imagem não. É fácil negar penas escusadas quando há garantia de três a quatro coffee breakes semanais prolongados por uma hora no peregrinar ao Sol, vinte minutos para lá, outros tantos no regresso. Consciente da sorte, embora obrigada a dureza no trabalho à laia de compensação.
Nos dias úteis, Tamariz é lugar tranquilo. Nem feio, nem bonito, nem de elite, nem de massas, nem nada por aí além. Vantagens: comboio, estacionamento fácil, comiscar logo ali quando o apetite chega, quando é urgência dessedentar ou ir à «casinha». Remedeio para orientação diferente da minha bússola interior que tende apontar outros cardeais.
Ontem, pela quentura do dia, as praias, saber de ouvir dizer, abarrotaram. No Tamariz, confrontos, violência, larápios, polícia, very-lights ao (a)caso. António d’Orey Capucho rebelou-se. Acusou a polícia de vigilância medíocre. De se repartir igualmente entre Oeiras e Cascais cabendo a esta autarquia parte maior dos areais procurados se o trabalho semanal teve fim.
Quando um país desmorona a educação, desprestigia professores, disfarça o abandono escolar, oferece numa bandeja a conclusão do secundário, que pode esperar senão bandos juvenis ao Deus dará? O Deus de lá, do Tamariz, deve ter respeitado o Dia do Senhor, dele mesmo, para cochilar. Porque omnipresença é trabalhão sem horário e direito a horas extraordinárias pagas, quem se admira por falhas de zelo no cuidar da humanidade?
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros