Terça-feira, 10 de Setembro de 2013

“E LA NAVE VA”

 

Autor que não foi possível identificar

 

Na sornice da deita deste Verão português, demora a pré rentrée que anuncia a vivacidade outonal. Com notícias silly, excetuando as relativas à tragédia incendiária vivida cá e na Síria, iniciativas culturais escassas, até a má-língua popular e a mediática tão costumadas estão em pousio como solos rapados após as colheitas. Persiste o véu nostálgico ou desesperançado nas soalheiradas dos dias. Dele, sentimos a opressão há ror de tempo e o navio continua à deriva - “E La Nave Va” em tons sépia como Fellini quis.

 

Neste amanhecer ventoso, uma notícia fez a diferença: a trindade de televisões generalistas nacionais decidiu não cobrir a campanha autárquica por razões ponderadas, consentâneas com a decisão da Comissão Nacional de Eleições e, mais importante, com o estado vegetativo do país. Nem duvido, desconfiada por imposição das muitas fraudes em que já escorreguei como se o chão fosse coberto por cascas velhas de bananas, que causas outras (conluios?) sejam berlindes no jogo jogado (estas bengalas futebolísticas garantem-me riso). Da minha abundante inocência, basta parte naufragou por isto. Nem a dose cartesiana que soe constituir proteção valeu – estatelei-me com fragor e pavor.

 

Admitindo a bondade da notícia, merece aplausos de pé e o ecoar de “bravo!” por cada um. Que os candidatos multipliquem proximidades com as gentes que diligenciam representar sem os clichês habituais feitos para as tevês e engolidos nos sofás pelos cidadãos. Política viva e olhos nos olhos, perguntas e respostas no momento sem espelhos mentirosos. Assim, sim!

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 06:57
link | Veneno ou Açúcar? | ver comentários (2) | favorito
Sábado, 13 de Abril de 2013

BANANOSA E MAIS

 

Barrett, Hugh-John (1935-2005) La lectrice, 1993

 

Não passa um dia sem precisar vezes algumas dum dicionário. De quando, em quando, surgem termos que me embasbacam. Até agora, nem um registo feito para mais tarde usar porque estranhos e, presumo, ignorados pela maioria dos leitores. Talvez presuma mal e o desconhecimento do significado seja meu e não doutrem. Dou exemplos:

 

- hebetar (latim hebeto, -are); v. tr. v. tr.; Tornar bronco, obtuso ou embotado;

 

- guarda-mancebos (forma de guardar + mancebo); s. m. 2 núm.s. m. 2 núm. [Náutica] [Náutica] Cada um dos cabos que servem de corrimão de corda ao longo do gurupés ou ao longo da borda da embarcação;

 

- impermisto (latim impermixtus, -a, -um); adj. Que não foi misturado (ex.: doutrina impermista). = genuíno, puro, simples; ≠ permisto;

 

- bananosa (banana + -osa); s. f.s.[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Situação complexa, de difícil resolução. = embananamento.

 

Um impermisto cai sempre bem. Hebetar ou introduzir bananosas, rejeito. Quanto ao guarda-mancebos que cumpra a função.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 11:24
link | Veneno ou Açúcar? | ver comentários (2) | favorito
Quinta-feira, 7 de Abril de 2011

“OS HOMENS DO FRAQUE”

Mark Keller

 

Oficialmente, “Os Homens do Fraque” vêm aí. Oficiosamente e sem darmos conta, havia meses (as)saltaram as nossas fronteiras. Espiolhavam discretamente, não (pres)sentisse o povo, cedo demais, os calos já doridos insuportavelmente apertados. Dizem-nos competentes, duros de convencer, impõem respeito, autoritários. No íntimo de cada português, a imagem concebida é de fuinhas com «dinheirama» séria que cortam nós górdios através de outros mais estreitos que dependuram ao pescoço de cada um. Assim foi nos atrasados oitenta, assim será.

 

E venham dizer que doravante viveremos menos angustiados, que a esperança voltará! Atentando na experiência irlandesa e na grega, os autóctones nada de bom têm para contar – um taxista irlandês, aceite seja o exemplo, anda deprimido, recebe hoje cerca de um terço do pré anterior; como antes nunca fora visto, fecham lojas, os jovens imigram aos milhares pelo desemprego, pelo custo dos créditos à habitação, regressam a casa dos pais pela impossibilidade de sustento independente.

 

Por haver males imediatos que a longo prazo se revelam curas, resta-nos sofrer e (re)aprender que as coisas realmente boas da vida não carecem de euro dispendido.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Ainda na senda de vozes portuguesas.

 

publicado por Maria Brojo às 08:32
link | Veneno ou Açúcar? | ver comentários (23) | favorito

últ. comentários

Olá. Posso falar consigo sobre a sua tia Irmã Mar...
Olá Tudo bem?Faço votos JS
Vim aqui só pra comentar que o cara da imagem pare...
Olá Teresa: Fico contente com a tua correção "frei...
jotaeme desculpa a correcção, mas o rei freirático...
Lembrai os filhos do FUHRER, QUE NASCIAM NOS COLEG...
Esta narrativa, de contornos reais ou ficionais, t...
Olá!Como vai?Já passaram uns meses... sem saber de...
continuo a espera de voltar a ler-te
decidi ontem voltar a ser blogger, decidi voltar a...

Julho 2015

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

pesquisa

links

arquivos

tags

todas as tags

subscrever feeds