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Mário Lino, ex-Ministro das Obras Públicas, quer regressar ao trabalho. Como horizonte profissional, administração de uma empresa pública. Maria de Lurdes Rodrigues tem prometido cargo: a partir de 1 de Maio, preside à Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Pedro Santana Lopes foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo. Acompanharam-no uma trindade de «notáveis» - receberam insígnias da Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique. Razões alegadas pelo Presidente: “cumprir acto de justiça em relação a portugueses que serviram o país nos mais altos cargos de Governo da República, da magistratura portuguesa e dos órgãos próprios da Região Autónoma dos Açores".
Respeito pela tradição dizem ser acto bonito. Depende!, rabujo enquanto escrevo. No rosto, que procuro manter isento de réplicas ociosas, enruguei o sobrolho. Governantes e altos dignitários do país - qual colmeia (des)organizada que tudo e todos regula(ra)m -, jamais foram condenados por incompetência e dolos aos cidadãos. Muito povo sofre, ainda, os prejuízos.
Premiar é fácil, ser justo, atitude outra. Sentenciar desmandos na alta gestão pública é penoso. Preferível incensar defuntos-vivos. Saem ilesos e sem esquife. Julgam, julgo, os maiorais punir como motivo para desconfiança acrescida. Perigar a digestão nos governados que comem em silêncio. Quiçá insubordiná-los. O contrário da brandura nos costumes.
Muito devem aprender os eleitos por mor da democracia, durando a respectiva administração dos bens e leis comuns! Não lhes é conferido, por isso e com defesa pública, grau académico em rigor e «ades» - honestidade, objectividade e sensibilidade. Dá no mesmo, porém. É afiançado saírem com destaques e salários, pelo escândalo, incoerentes com a atávica pobreza lusa. Bem podem lamuriar pelo desinteresse geral no voto. Saberão, Vossas Senhorias, onde mora o exemplo?
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros