Maggie Taylor
Motivação: relatório do FMI, as primorosas reflexões do Pedro Marta Santos e do Henrique Monteiro a propósito do dito. Medidas economicistas da (des)graça nacional.
Banalidade: o perímetro do buraco de ozono aumenta e dele a obesidade acentua-se nos países ricos.
Os mui nossos antípodas confirmam a banalidade. Bem perto da Nova Zelândia, o buraco é anafado e proporcional à dimensão do continente australiano que chamas varrem trágica e frequentemente. Culpa: entre outras, o ‘efeito estufa’ originado pelo desmantelar da «ozonosfera» sita na estratosfera entre 15 a 35 km do solo terrestre. E se é prejudicial aos humanos a destruição do ozono (O3) que inconsciências provocaram correndo décadas! O pior é fechar a rutura, visto a brincadeira dos pares de átomos de oxigénio (moléculas de O2) se ligarem a átomo desamparado do mesmo elemento químico demorar ror de anos na parte gasosa acima do nosso planeta rochoso. É que o Sol amigo responsável pela emissão da luz visível natural nem sempre o é: acompanham-na ultravioletas, infravermelhos e sopa nociva de partículas e doutras radiações. De todas, as perversas infiltram-se e devem ter acelerado os neurónios dos nativos da Austrália que não param de surpreender.
Concluíram investigadores australianos que pensamos melhor deitados do que em pé. A culpa é da noradrenalina, dizem, avessa ao stress e à ação da gravidade. O cérebro aquieta-se na horizontal. Finalmente, entendida a razão de tantas mulheres e homens que singram na vida deitados. Eles lá sabem.
Autoridades australianas decidiram ser literais quando alguém adquire o estatuto de ‘pés para a cova’: enterram-no na vertical. Economizam espaço – era suposto terem-no de sobra! – e minimizam o impacto ambiental enfiando o defunto num saco de plástico a três metros de profundidade. Simples e fácil de reciclar – a bicharada do subsolo inicia a refeição em tempo menor que o dum suspiro de gente.
O chamado «sono eterno» deixa de fazer sentido. De um passamento dir-se-á «queda eterna» e de um falecido «sentinela funda». Mortos sem direito a sossego. Há pouco finados, de imediato pasto de famintos organismos. Nem após a morte direito a tréguas precárias - esquife demora a ser corroído. Se importado, menos despesa. Subsídios por morte inferiores.
Conclusão: metodologia económica é. O FMI vai gostar.
CAFÉ DA TARDE
Maggie Taylor
Neste dia a Todos os Santos dedicado, informa a rádio que 5% dos funerais são pagos a crédito. Notícia de ontem, Dia Mundial da Poupança, lembrava que por cada centena de euros recebidos os portugueses põem de lado onze. Desde o início deste século que tal não acontecia.
Esperança de pelo cúmulo de dinheiro aforrado prevenirem os estragos económicos anunciados para o ano de 2013? Quase certo. Feliz ideia de adiantarem furos no cinto enquanto, com sacrifícios aumentados, é possível. Duvido que deste modo evitem a sangria dos dinheiros que um funeral acarreta. E há o sabido da morte surgir sem a delicadeza de aviso. E há a incerteza dos defuntos terem bilhete de ida redentora direta ao paraíso onde anjos soprem trombetas por novo santo chegado. E há a certeza dos vivos pagarem fatura untada. A prestações, às tantas. Pela alongada divisão mensal, já as coroas floridas esmaeceram, a cera das velas esgotou a chama, o esquife degradou-se.
Ainda assim, o pagante satisfará o compromisso pela morte do familiar cujo saldo bancário não chegou para descida à terra conforme os usos.
CAFÉ DA MANHÃ
Para suavizar:
Beryl Cook
Empresários de consciência minorca são como cogumelos selvagens na base húmida dos pinheiros chegado o tempo. Abrem serviços, fecham-nos, usurpam salários e contribuições sociais aos funcionários, fornecem condições de trabalho deficientes. Uns trastes.
Anteontem, seguia um autocarro no regresso de excursão turística. Pejado de clientes estrangeiros, cerca de Alcantarilha, é avistado por brigada da GNR. O condutor e dono da empresa dedicada ao turismo, recebe instruções para cessar a marcha. Fugiu perseguido pelos agentes da autoridade. Quilómetro após é, finalmente, intercetado. Deixa o autocarro ao abandono com a 'estranja' pagante dentro. Corre sem rumo e arremessa as chaves do veículo para uma moita.
Ao ser lobrigado o empresário(?), foi constatado não possuir alvará para transporte de passageiros, certificado de matrícula, documento comprovativo de inspeção e seguro. Feita vistoria ao autocarro, dois pneus «carecas», óleo em derrame. A vida dos passageiros em risco.
Quantos empresários sem mínimo de ética existem neste jardim abandonado? _ Demais!
Razão da crise ou consequência? _ Ambas!
CAFÉ DA MANHÃ
O absurdo dos tempos, a precariedade.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros