Oscar Durand John Kacere
Malgas e nalgas. Nos povoados do Interior Centro, malgas de sopa saciaram fome a muita gente. Tigelas eram coisa fina. Muito mais finas não sei!, conquanto no presente ainda dêem arranjo - sopa fria e cereais odeio esparramá-los em pratos. Não aconchegam o que come primeiro: os olhos.
As nalgas como palavra são malgas sem uma perna. Nádegas de facto. Curvas e cheias; calotas que se querem firmes. Mulher de nalgas apetecíveis, no oscilar entaladas por saia fina, deixa muito homem escorrendo água pelos beiços. Idos houve em que os garotões simulavam desequilíbrios para tombarem contra os alqueires de oscilação gémea. E quando tocar nas nalgas era lubricidade (im)pensável, trocava-se o ato pela ameaça: “do que ela precisa sei eu, de umas boas nalgadas é o que é!”
Solteiros e mal «maridados» muitas nalgas provaram nas malhadas espevitadas pela água dos lameiros. As saias subiam e as calças baixavam num entra-e-sai tão corrido que o restolhar da erva mal parecia ter acontecido. Não fora o escarlate das faces, ou tremuras a bambarem as pernas, ninguém daria por nada. Mas dava. Meio pequeno tem destas coisas - passar despercebido não existe. Cheirando a escândalo ou a prática devassa, o “disse que disse” é mais rápido que Pai Nosso.
Para as malvas, reputações, nas nalgas, o proveito.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros