Segunda-feira, 18 de Maio de 2015

SLB: FELIZES AQUELES A QUEM CERCA A FAMA GLORIOSA

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Por ser uma só a raça dos homens e dos deu­ses, dei­xem que vos traga os pri­mei­ros ver­sos da 7ª Ode Olím­pica de Pín­daro. Pas­sa­ram mais de 2.500 anos e é a mesma a águia que rasga os céus. Marco Valé­rio Mar­cial, romano da grande His­pâ­nia, à águia que levava nas suas asas o deus dos deu­ses, per­gun­tou: “Diz-me quem trans­por­tas tu, ó rai­nha das aves?” A nós, diria eu! O povo rubro que, em festa, enche as ruas de Portugal.

 

 

 

VII Ode Olímpica

 

 

Como alguém que, com a mão opu­lenta,

ergue a taça, onde espuma o rocio da vinha

e a ofe­rece a seu genro,

brin­dando em nome da sua casa pela dele,

– taça que é de ouro maciço e o mais requin­tado

dos seus tesou­ros — para hon­rar o ban­quete~

e a nova ali­ança, e cau­sar emu­la­ção

entre os ami­gos pre­sen­tes

por tão bem logra­dos esponsais,

assim eu, man­dando aos atle­tas vito­ri­o­sos

  este líquido néc­tar, dom das Musas,

doce fruto do espí­rito,

dou ale­gria aos ven­ce­do­res de Del­fos e Olím­pia.

Feli­zes aque­les a quem cerca a fama gloriosa!

 

 

 

Nota – Artigo de Manuel S. Fonseca aqui.

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:37
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Segunda-feira, 27 de Abril de 2015

ESTILO? OS GATOS TÊM-NO COM ABUNDÂNCIA

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Foi assim, aliás, que David se lixou com Betsabé (Gerome Betsheba)

 

 

 

Perdi o estilo. Já tive uns lai­vos do estilo de que fala aqui o vee­mente Char­les Bukowski. Agora, nem pó. Farei o que for pre­ciso para o recu­pe­rar: ou vou preso ou arranjo um gato. Arrisco mesmo pendurar-me numa varanda para te ver a saí­res nua do banho sem que me vejas a mim. Foi assim, aliás, que David se lixou com Betsabé.

 

 

Entre­tanto, à falta de melhor, tra­duzi o que podem ouvir o des­bo­cado Bukowski can­tar no vídeo. E depois não digam que o “Escre­ver é Triste” não é ser­viço público.

 

 

Estilo é a res­posta para tudo

Uma forma grá­cil de fazer coi­sas cha­tas ou peri­go­sas

Fazer uma coisa chata com estilo é pre­fe­rí­vel a fazer uma peri­gosa sem ele

Fazer uma coisa peri­gosa com estilo é o que eu chamo arte

 

 

 

Tou­rear pode ser uma arte

O boxe pode ser uma arte

Amar pode ser uma arte

Abrir uma lata de sar­di­nhas pode ser uma arte

 

 

Nem todos têm estilo

Nem todos sabem con­ser­var o estilo

Já vi cães com mais estilo do que homens

embora nem todos os cães tenham estilo.

Têm-no com abun­dân­cia os gatos.

 

 

 

Quando Hemingway espar­ra­mou os mio­los na parede com um balá­zio,

teve estilo.

Às vezes as pes­soas dão-nos estilo

Joana d’Arc tinha estilo,

João Bap­tista

Jesus

Sócra­tes

César

Gar­cia Lorca.

 

 

Encon­trei na pri­são homens com estilo.

Encon­trei na pri­são mais homens com estilo do que fora dela.

Estilo é a dife­rença, um modo de fazer, um modo de ser feito.

Seis gar­ças de pé, qui­e­tas, numa poça de água

ou tu, nua, a saí­res da casa de banho, sem veres que te vejo.

 

 

Fonte - Manuel S. Fonseca no "Escrever é Triste".

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 10:05
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Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2015

OS FILMES QUE JÁ VI EM 2015

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Julianne Moore a partir de uma obra de Bouguereau                    Eddie Redmayne by Marius

 

 

"Está aí a noite dos Oscars. Con­fesso que é das noi­tes para onde durmo melhor. Dos fil­mes de 2014, já falei. Só que, alguns dos fil­mes can­di­da­tos vi-os este ano. Por­tanto, ou falo agora, ou me calo para sem­pre.  Não é con­versa para almas sen­sí­veis. Saiu-me, como vão ver, um minu­eto alle­gro molto, a come­çar em vénias e outras mesu­ras e a aca­bar em sodo­mia. Olhem, aguentem-se.

 

 

 

Ah, pois é, ainda estou à espera que 2015 me lave os olhos. Mas tenho de agra­de­cer aos acto­res do filme de Ale­jan­dro G. Iñar­ritu. No seu  Bird­man, Michael Kea­ton , Edward Nor­ton e Emma Stone são sober­bos. É pena que haja “estilo” a mais na rea­li­za­ção (não era pre­ciso tanto Iñar­ritu), mas isso já é aquela con­versa da treta de que­rer ser eu a fazer o filme que outro tipo fez. E ia já falar de Whi­plash e do Ame­ri­can Sni­per e da série True Detec­tive. Refreiem-se os cava­los, que Roma e Pavia não se fize­ram num dia. Já falo (e só por esta pri­meira pes­soa do indi­ca­tivo se vê como a lín­gua por­tu­guesa é uma lín­gua daquilo que estão a pen­sar, isto é e ame­ni­zando, traiçoeira).

 

 

 

Em Janeiro, fui ver o Fox­cat­cher. A rea­li­za­ção é de um Ben­nett Mil­ler, com quem não fiquei com von­tade nem sequer de tomar o pequeno almoço. É um filme emper­ti­gado, de um ricaço e mui­tos pobres, de wres­tling, domi­na­ção e sub­mis­são, com um tiro no bucho a fechar. Os acto­res não têm culpa nenhuma: Chan­ning Tatum e Mark Ruf­falo, tudo pon­de­rado, estão muito bem. Steve Carell, que é no filme um mili­o­ná­rio, para os meus pobres olhos está agar­rado e ver­gado ao que a rea­li­za­ção e argu­mento acham que é uma ideia e a mim me parece que é um espar­ti­lho. Estou de cer­teza enga­nado, mas quem dá o que tem, como eu vos estou a dar, a mais não é obrigado.

 

 

 

Tam­bém vi Adieu au Lan­gage (Adeus à Lin­gua­gem), de Jean-Luc Godard. Vi o filme em 3D, mas os meus olhos já não são o que eram e a ideia de 3D de Godard, de uma radi­ca­li­dade des­cons­tru­ti­vista, pôs o meu olho direito a olhar para uma câmara e o meu olho esquerdo a olhar para outra. Até gosto, como já várias vezes con­fes­sei, de fechar os olhos nos fil­mes, mas a ideia não é fica­rem a doer-me. Se bem per­cebi a pul­são esté­tica do filme — e Godard é mesmo um dos gran­des cri­a­do­res do cinema da segunda metade do século XX, digam lá o que quei­ram dizer — gos­tava de lem­brar que um peque­nino filme seu, uma enco­menda da France Tele­com a que cha­mou “Puis­sance de la Parole”, há uns 20 e picos anos, já fazia do cinema pin­tura, já con­ver­tia toda a lin­gua­gem em puro afo­rismo, numa deriva nietzs­chi­ana a roçar-se pela voz e pela lin­gua­gem de Deus. Ainda assim, nin­guém ou quase nin­guém filme o corpo de uma mulher, a sua funda e negra ori­gem do mundo, como Godard o filma. Tam­bém aqui em “Adeus à Linguagem”.

 

 

 

Foi em Janeiro que vi The Imi­ta­tion Game (Jogo de Imi­ta­ção). O filme tem um rea­li­za­dor, mas tanto se dá ou tanto faz. Sei que vou cau­sar o maior des­gosto ao Pedro Nor­ton, mas “O Jogo de Imi­ta­ção” é um daque­les pas­te­lões ingle­ses que se des­lum­bra com a his­tó­ria que quer con­tar e se esquece do que eu me habi­tuei a cha­mar cinema. Este “Jogo de Imi­ta­ção” foi a sala de cinema, a cores, e já não digo em 35 mm, que isso agora não inte­ressa nada, mas podia ser uma série da BBC, um docu­men­tá­rio, ou podia ser só um gajo inte­res­sante com uma voz bonita a con­tar tudo a uma miúda que gosta de o ouvir, mas que só pensa “este gajo está tão encan­tado a ouvir-se que vai ficar a falar umas duas horas e nunca mais me salta para cima”. Faço notar que estou a falar de um filme em que entra Keira Knigh­tley — ora a boca entre­a­berta de Keira é, aten­dendo à minha idade e meios, a única coisa que hoje me tira sexu­al­mente do sério. No filme, tam­bém entra, azar dele, Bene­dict Cum­ber­natch: faz boqui­nhas intestinais.

 

 

 

Veio, depois, o mês de Feve­reiro. Vi Whi­plash, (Whi­plash, Nos Limi­tes). Belo filme. É uma luta entre dois acto­res. Os acto­res, como se sabe, têm de ser alguma coisa. Em “Whi­plash” há um jovem bate­rista de jazz em pro­cesso de apren­di­za­gem e há um pro­fes­sor razo­a­vel­mente esta­li­nista ou, para que toda a gente me com­pre­enda, nazi. São muito bem fil­ma­dos por Damien Cha­zelle, que tam­bém assina o argu­mento, e é pena por que devia ter pedido ajuda. Para mim, “Whi­plash podia já ser um dos fil­mes de 2015, se a namo­rada e o pai do bate­rista tives­sem só mais um boca­di­nho de den­si­dade, e se a per­so­na­li­dade dos pro­ta­go­nis­tas ganhasse algu­mas nuan­ces.

 

 

 

Em roma­ria amo­rosa, fui à Cine­ma­teca ver um docu­men­tá­rio. Chama-se João Bénard da Costa– Outros Ama­rão as Coi­sas que eu Amei. É um doc de Manuel Mozos, que conheço muito mal, mas por quem tenho uma irre­du­tí­vel sim­pa­tia. Por João Bénard tenho amor. Escuso, por isso, de vos dizer — ou melhor, digo mesmo — que vi com estre­me­cida emo­ção o João a falar, a falar dele, a falar de fil­mes, aos bei­jos à Gene Tir­ney, à Joan Craw­ford e até à mal­vada Mer­ca­des McCam­bridge (e é pre­ciso que se diga que essa mulher que nem parece bonita no “Johnny Gui­tar”, exsuda  uma valente e rija sexu­a­li­dade de alto — e oh se está alto — lá com ele). É o melhor João, o melhor escri­tor de e sobre cinema, a sua silhu­eta mítica, que o Manuel Mozos nos dá a ver.

 

 

 

Vi e tal­vez fosse melhor não ter visto, The Canyons. Realizou-o Paul Sch­ra­der, o mesmo Sch­ra­der que rea­li­zou “Ame­ri­can Gigolo”, o mesmo Sch­ra­der, obses­sivo, psi­có­tico, cal­vi­nista que escre­veu “Taxi Dri­ver”.  Pois é, já não é o mesmo. Ou pelo menos não foi o mesmo. O argu­mento é de Brest Eas­ton Ellis, um escri­tor com que andá­mos ao colo ali pelos anos 80. Juntaram-se, se assim posso dizer, dois mora­lis­tas. Ora, dois mora­lis­tas jun­tos não fazem faísca. O cató­lico Scor­sese e o pro­tes­tante Sch­ra­der, em “Taxi Dri­ver”, faziam faísca. Aqui, neste “The Canyons”, por onde tan­tas vezes pas­sei e de que tanto espe­rava, nem há blas­fé­mia, nem há tesão. É só a cir­cuns­tan­cial e muito eco­nó­mica puta da vida. Adiante.

 

 

 

Dei comigo e estava na sala do El Corte Inglès a ver o Ame­ri­can Sni­per. É, com o “Whi­plash”, o melhor filme de fic­ção que vi este ano. Não é per­feito, nem é Ford, como já para aí ouvi dizer (digam mer­das des­sas e depois admirem-se que o velho irlan­dês se levante da cova funda e vos venha aba­nar pelos cola­ri­nhos). “Ame­ri­can Sni­per” é um filme colado ao mais não-empático dos heróis. Clint Eastwood, rea­li­za­dor de meia-dúzia de obras-primas (“Mys­tic River”, “A Per­fect World”, “Abso­lut Power”, “Grand Torino”, etc…), esco­lheu muito bem ao esco­lher o básico Bra­dley Coo­per, que é in-charmoso todos os dias. Afi­nou depois a mira para uma ideia pre­cisa, a de um homem com um dom. Lembrei-me do De Niro do “Deer Hun­ter” a elo­giar a sublime lim­peza do “one shot” com que abate vea­dos. Eastwood trans­fere para o Ira­que as mon­ta­nhas da Pen­sil­vâ­nia de Michael Cimino e caem vea­dos que nem tor­dos, se assim se pode, impi­e­do­sa­mente, dizer. É quase tudo irre­pre­en­sí­vel, menos o equi­va­lente sni­per islâ­mico que é uma coi­si­nha tipi­fi­cada e ane­dó­tica, menos algu­mas mon­ta­gens cru­za­das, de con­traste for­çado, a meter dedos pelos olhos aden­tro, como sói dizer-se. Nos tem­pos que cor­rem, belo filme, quand même.

 

 

 

Tam­bém fui ver The The­ory of Everything (A Teo­ria de Tudo). Estava a ver e “ói, onde é que eu já vi isto?” Pois é, vi isto no “Jogo de Imi­ta­ção”. Os mes­mos cená­rios, a mesma ideia nar­ra­tiva, tudo ao ser­viço da “his­tó­ria”, da puté­fia da men­sa­gem, dos temas sérios com’ ó caneco. Cinema, viste-o, não viste? Tudo como se  o dig­ni­fi­can­tís­simo drama, vida e obra de Stephen Haw­kings esti­vesse a pas­sar no canal His­tó­ria e a recons­ti­tui­ção viesse ser­vida com aquela ele­gân­cia de chá, tor­ra­das, e  um boca­di­nho de empro­ada pane­lei­rice de Oxford do “Bri­deshead Revi­si­ted”. Nem digo o nome do rea­li­za­dor que é para a mãe dele não se obri­gar a vir aqui des­pe­jar comen­tá­rios impróprios.

 

 

 

Este fim de semana, feliz no fute­bol, no amor e no dinheiro, saíram-me mais duas rifas no cinema. Vi um tal Wild Tales (Rela­tos Sel­va­gens), uma co-produção hispânico-argentina, de fábrica almo­dó­va­ri­ana. Percebe-se a ideia — mais ou menos indig­nada — tão ade­quada a estes tem­pos em que se pro­cura encon­trar num palheiro a treta da afi­ada agu­lha que se per­deu na cozi­nha. É uma cam­bada de short sto­ries, rea­li­za­das pelo argen­tino Damián Szi­fron , todas elas engra­va­tando de humor negro situ­a­ções do mal estar con­tem­po­râ­neo, da auto-estima à buro­cra­cia, pas­sando pela intrin­cada afec­ti­vi­dade que nos leva a casar e a divor­ciar. Tanta men­sa­gem, tanta denún­cia, tanta bufaria.

 

 

 

Hoje mesmo, fui ver Inhe­rent Vice (Vício Intrín­seco). É um filme de Paul Tho­mas Ander­son. Frag­men­tado, cons­truído em mosaico, creio que como no livro que não li de de Tho­mas Pyn­chon em que se baseia. Ou um tipo se deixa levar e se ri (ri algu­mas vezes, sobre­tudo de metade do filme para a frente quando per­cebi que se não me risse, o bilhete e o tempo tinham sido um mau inves­ti­mento) ou um tipo não se deixa levar. A bem dizer, não me dei­xei levar. Falando de Joa­quin Pho­e­nix, o pro­ta­go­nista, diria que muito pro­va­vel­mente não pode­ria estar mais cabo­tino. Ainda assim, lá para o fim daquele “Vício” todo, vem-lhe cair no colo, lite­ral­mente, a Kathe­rine Waters­ton, lin­da­mente nuí­nha, de mami­nhas per­fei­tas, de pom­bi­nha, em espesso intu­mes­ci­mento (perdoem-me a ten­ta­tiva de des­cri­ção grá­fica, mas faço-o com pro­pó­si­tos crí­ti­cos a roçar o cien­tí­fico), aca­bando tudo em mode­rada sodo­mia — a meu ver mais mode­rada do que parece, mas é claro que cada um sente as coi­sas à sua maneira.

 

 

 

Às vezes é pre­ciso dei­xar o cinema para se encon­trar o cinema. Já aqui tinha gabado True Detec­tive. É tele­vi­são, dir-me-ão, não conta. Conta, pois. Os oito epi­só­dios de “True Detec­tive”, de que é autor Nic Piz­zo­latto, são, até agora, o melhor filme que vi em 2015. Vi-os todos em três dias segui­dos„ como quando ia à Gul­ben­kian, às pro­gra­ma­ções do João Bénard, ver um filme à 6ª à noite, três ao sábado, das 15 à meia-noite, e dois fechar o domingo. “True Detec­tive” tem crime, tem pedo­fi­lia, tem sexo, tem ritu­ais satâ­ni­cos, tem polí­tica, mas tem isso tudo metido numa fabu­losa cons­tru­ção nar­ra­tiva, com mise-en-scène e mon­ta­gem, efei­tos sono­ros e música. E tem acto­res. Matthey McCo­naughey e Woody Har­rel­son não ser­vem o argu­mento, reescrevem-no. Nos olha­res, na ten­são dos cor­pos, no movi­mento, seja o mais natu­ra­lista, seja o mais codi­fi­cado e tea­tral dos movimentos.

 

 

Daqui a mais um mês, temos mais con­versa ciné­fila."

 

 

Nota – Texto escrito por Manuel S. Fonseca no Escrever é Triste.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 11:53
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Quarta-feira, 21 de Janeiro de 2015

LIVROS PROIBIDOS

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Vilhena

 

Nota prévia – Faz hoje duas semanas que ocorreu a chacina de cartoonistas do Charlie Hebdo. Momento adequado para lembrar livros interditos pela Censura.

 

 

O “Expresso” anun­ciou a dis­po­ni­bi­li­za­ção, aqui, de um inven­tá­rio dos livros que a Velha Cen­sura proi­biu. Fê-lo José Bran­dão e a lista que esta­be­le­ceu vai em 900 livros. Já fui ver e li imen­sos antes do 25 de Abril, dos Harold Rob­bins aos cha­tís­si­mos Simo­nov e Cho­lo­kov, pas­sando pelo Mal­raux (ainda tenho essa “Con­di­ção Humana”), o padre Jean Car­do­nell (este não está alcance nem do mais pin­tado dos inte­lec­tu­ais, ah, ah, ah), Henry Mil­ler e Har­per Lee. Até “A Nossa Vida Sexual” de Fritz Kahn me pas­sou lim­pi­nho pelas mãos. Na ver­dade, o pai de um dos meus ami­gos de bairro era ins­pec­tor da Pide e tra­zia os livros proi­bi­dos, assim pro­vi­den­ci­ando, por ínvios e per­ver­sos cami­nhos, à edu­ca­ção dos infantes.

 

 

 

Olhando para as capas que o “Expresso” repro­du­zia, des­cu­bro que li, nes­ses tem­pos de Dita­dura, em Angola, o Jubi­abá e os Capi­tães de Areia, de Jorge Amado, as Mãos Sujas, de Sar­tre e, o que diz alguma coisa sobre a minha idi­os­sin­cra­sia, quase todos os livros do mais proi­bido dos auto­res, o José Vilhena, até a minha mãe os apa­nhar e eu ter mos­trado ver­go­nha sonsa e ado­les­cente arrependimento.

 

 

Nota final – Artigo publicado aqui por Manuel S. Fonseca.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Segunda-feira, 21 de Abril de 2014

"CAMPEÃO É O QUE LEVA O FILHO AO COLO"

  

 

Gosto da festa da vitó­ria, mas con­fesso que gosto mais do jogo. Das vir­tu­des do jogo e das vir­tu­des que vêm com o jogo.

 

E, hoje, na festa da vitó­ria, na Cate­dral, quando os joga­do­res do SLB iam pas­sando com os filhos às cava­li­tas e Lui­são bei­java a mulher na boca, algu­mas das vir­tu­des do jogo tin­gi­ram feliz­mente a festa: ino­cên­cia, afecto, cama­ra­da­gem e o para­guaio Car­doso a apon­tar para a ima­gem de Eusé­bio, dizendo “é para ti”.

 

Os joga­do­res do Ben­fica iam falando à tele­vi­são e retive duas coi­sas. Creio que foi André Gomes que, per­gun­tado sobre o que sig­ni­fica ser cam­peão, disse que era “dar ale­gria aos outros”. Depois, ou já tinha sido antes, Steve Vitó­ria, joga­dor her­cú­leo, massa mus­cu­lar luso-canadiana, com o que era pouco mais do que um bebé nos bra­ços, disse: “Este é um grande clube para ser  ser cam­peão, um grande clube para se fazer a festa com um filho ao colo.”

 

Hoje, dia da res­sur­rei­ção de Jesus (que ao con­trá­rio do Pedro eu tive a ten­ta­ção de cru­ci­fi­car no fim da época pas­sada), a minha ale­gria é estar nesta festa em que um homem pode levar um filho ao colo.

 

Texto de Manuel S. Fonseca no “Escrever é Triste”

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:19
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Sábado, 15 de Março de 2014

ESCREVER É TRISTE? TEM DIAS!

 

 

"Escrever é triste", frase de Carlos Drummond de Andrade, é nome de lugar na rede classificado como o melhor blogue em 2013 pelo Pedro Rolo Duarte. E se ele é fiável nestas e noutros pensares muitos!

 

Entre publicações que poderia ter importado dali, escolhi as duas últimas. Esta, da Rita Roquette de Vasconcellos, é imperdível. Apesar de, justificadamente, tratar do invisível, mais visível é impossível. E que passe em claro a quadratura dos «ível». Divertimento e aprendizagem assegurados.

 

O Manuel S. Fonseca publicou crónica na imprensa (Expresso, sábado, dia 8 de Março) que ontem também surgiu no "Escrever é triste". Tem por nome "Sempre que gritam Stella, é por ela que gritam".

 

Mais não digo porque melhor que tresler é ler. Para começo de fim-de-semana de escrita online ignoro melhor.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

O vídeo da Rita                                                                                                            O vídeo do Manuel

 

 

publicado por Maria Brojo às 09:12
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Terça-feira, 28 de Janeiro de 2014

MAIS OÙ SONT LES FEMMES D'ANTAN?

 

  

Autores que não foi possível identificar

 

No texto de arquivo pessoal que mereceu o mesmo nome, “Da Frente para Trás”, e exterior a este paraíso, perguntou o Manuel S. Fonseca: _ “Mais où sont les fem­mes d’antan?”

 

O Bernardo Vaz Pinto comentou: _ “O que mudou afi­nal? Tudo ou um pouco de nada! E ainda bem…a woman is a woman is a woman.”

 

Se nada foi mudado na biologia feminina, se a “woman is a woman”, estares revoltos das mulheres alteraram-se de modo substantivo correndo séculos e outros ciclos da Terra. Tomemos o exemplo da Mona Lisa como imortal símbolo da feminilidade.

 

(...)

 

Nota: texto integral aqui.

 

CAFÉ DA TARDE

 

publicado por Maria Brojo às 12:08
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Segunda-feira, 28 de Outubro de 2013

LOU REED BY MANUEL S. FONSECA

 

  

Paul Meijering - Lou Reed   Autores que não foi possível identificar – Lou Reed

 

“Era um aris­to­crata nova-iorquino. Ou, visto, de Los Ange­les, um des­ses snobs con­ti­dos que toca gui­tarra como se não lhe cou­besse um fei­jão já se está a ver onde. Visto daqui, de Lis­boa, será sem­pre um tipo que cami­nhava pelo lado selvagem.

 

Tinha tanto de poeta como cara de velha. Misturava-se nele uma poe­sia sim­ples e direta, um con­ví­vio fácil com as outras artes, um gosto suave por uma certa deca­dên­cia exis­ten­cial. Como todos os nova-iorquinos, pare­cia que podia ser euro­peu, mas nunca teria sido nada sem Bro­o­klyn ou Coney Island.

 

Um tipo de veludo, um tipo das cata­cum­bas. Teve alguns dias per­fei­tos. Fez can­ções e, sem o escar­céu de Keith Richards, tomou uma valente car­rada de droga, da boa e da pesada. Para fazer can­ções, diz ele, batia uma todos os dias. Sem tra­ba­lho não se vai a lado nenhum.”

 

Nota: publicado no "Escrever é Triste".

 

Duas obras que vão além do simples retrato de Lou Reed. A primeira, de Peter Rodulfo - Living with Lou Reed, a segunda, de Fabrice Plas – Vicious, inspirada por um dos temas mais aplaudido de Lou Reed.

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:20
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Quarta-feira, 6 de Março de 2013

DOIS «As» – ABOMINÁVEIS ANÓNIMOS

 

Yuri Matsik - Clowns

 

Valente anonimato

 

“Uma das coi­sas que abo­mino na bloga, em toda a net, é o anonimato. Toda a dia­tribe sem assi­na­tura, toda a ico­no­clas­tia atrás de uma más­cara, São o que são: pusilânimes.

Neste blog, ainda por cima um blog que se quer de escrita lúdica, sem pro­pó­si­tos de arre­gi­men­ta­ção, em que todos os auto­res assi­nam com o pró­prio nome, gos­tava que os comen­ta­do­res usas­sem tam­bém o deles. Não gosto de falar com pseu­dó­ni­mos, com fati­nhos de arle­quim e mas­ca­ri­lhas de Zorro.”

 

Manuel S. Fonseca aqui.

 

Eu conheço o anónimo!

 

“Caro, eu conheço o anó­nimo. É uma besta cha­pada, um alarve, um safado. É um tipo que jul­ga­ram inte­li­gente, por­que aos três meses já andava pelo seu pé, mas veio a saber-se que era ape­nas por­que nin­guém que­ria andar com ele ao colo.

 

O anó­nimo tem o cabelo ole­oso, a unhaca do dedo min­di­nho cres­cida e caspa nas sobran­ce­lhas. De figura é um nojo, com queixo pro­e­mi­nente donde parece escor­rer em per­ma­nên­cia um fio de azeite mau. E tem mau hálito, o que agrava o qua­dro, por­que sendo bai­xote dirige, quando fala, o bafo na direção das nari­nas do circunstante.

 

Inte­lec­tu­al­mente é um calhau. Dizem que ficou em segundo lugar num con­curso de estú­pi­dos e que foi con­fun­dido com um peru quando ten­tou mul­ti­pli­car nove por nove. Há quem sus­tente que devia estar inter­nado, mas veio a saber-se que ele era assim por gosto e não por qual­quer defi­ci­ên­cia, salvo de caracter.

 

Não sei se lhes disse que é cor­rupto… Mas é! E men­ti­roso. E viga­rista. O anó­nimo só tem uma uti­li­dade que é esta: pode­mos des­car­re­gar nele o fígado, por­que, cobar­de­mente, embora saiba bem que é dele que fala­mos, nunca haverá de dizer quem é.

 

E tu escu­sas de ficar cha­te­ado. Não é de ti que estou a falar.”

 

Henrique Monteiro aqui.

 

Por me assentar também o gorro, de hoje em diante exposto o que todos sabiam: Maria Brojo já foi “Tati” e “Teresa C.”

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:34
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