Bart Lindstrom, Boris Vallejo
Título comprido: Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território. Para quatro áreas tão distintas condensadas numa só, deve ter assessoria dum regimento de secretários e distintos conselheiros. Que assim seja, apesar do emagrecimento em ministros do actual Governo – versão Junho de 2011 – com a finalidade de poupar uns milhares, mais do dobro seja gasto nos múltiplos subordinados/assessores. Mas nada percebendo de finanças e ficando-me pelo “eu cá acho”, quem mais souber se pronuncie sobre a despesa da corte que ela e outros rodeiam.
Primeira medida visível de Assunção Cristas: «desengravatar» os homens que trabalham nas repartições sobre a sua alçada, aceitar vestimentas mais leves e descontraídas de modo a economizar na energia consumida (30%, calculou) pelos ares condicionados. Anualmente, doravante, de 1 de Julho a 30 de Setembro a temperatura nos edifícios que alojam ror de gente estará regulada para 26o Celsius. Bem pensado, melhor feito. Não é acaso o gesto de à saída o trabalhador dar folga ao laço do penduro. Quem sabe a descontracção no trajar desfaz a pose habitual, facilita as relações laborais e melhora a produtividade de instituições onde o ranço do “deixa andar” é, tradicionalmente, lei?
Grandes empresas apostam há muito na sexta-feira sem garrote e com vestuário informal. Razão semelhante, apartando o consumo energético, é concluído a regularidade do fato completo, sem colete – era o que faltava! – e os tailleurs das funcionárias como norma absoluta obstaculizarem desempenho eficaz e criativo. É que abuso nas regras, todas somadas, entope e torna pardo qualquer um.
CAFÉ DA MANHÃ
Katherine Doyle
Nova espécie de tsunami, avassaladora como as clássicas, porém isenta de catástrofe consequente, é azul. Na Ibéria de cá, foi o futebol do F.C.P. que o dos demais clubes engoliu; na de lá, o Partido Popular dominou nas várias regiões e deixou Zapatero com o PSOE a carpir.
Não admira tanto azul de lés-a-lés nesta que poderia ser a Jangada de Pedra da Europa: o F.C.P. impôs-se pela qualidade e feitos, o PP espanhol pela esperança dum curandeiro salvador das chagas que atormentam os cidadãos. Aplaudo a decisão do chefe de governo ao não confundir o equivalente às nossas “autárquicas” com “legislativas”. Oposto foi, dez anos atrás, o entendimento de Guterres e nada adveio de bom (ficando, não seria diferente o futuro, mas a destrinça inteligente e coragem política do governante mereceriam louvor).
O movimento espanhol “Democracia Real, já!” testemunha vontade de mudança dos políticos e das políticas. Se começou por jovens – os principais mártires dos 25% de desempregados -, hoje, junta avós e netos, famílias sem interrupção das gerações. Pode discutir-se se existe democracia para a generalidade dos povos que devia servir. Se a «coisa» que dá pelo nome e vigora em muitos partes do mundo, livremente ou à força, merece inclusão no conceito nobre vindo d’antanho. Se o seu abastardamento não é alicerce do estado de corrupção e ruína densa que implode sobre os cidadãos.
A solidariedade e, principalmente, o estado de sofredores por motivos idênticos em França e em Portugal imprimiram dinâmica local à inspiração espanhola. Em Lisboa, começou por quarenta acampados frente ao consulado dos hermanos e já vai em quinhentos. Propõem-se continuar o protesto sereno até às legislativas. Provam que manipular e abusar continuadamente das gentes não é receita que dure sempre. E vêm da riqueza dos nossos adágios confirmações:
- “a mentira tem pernas curtas”;
- “mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo”.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros