Colecção 'Madrid 2009'
Celebrar o novo ciclo da Terra. Por momentos, esquecer imagens de tragédias: a do Japão, a da Líbia e outras, por ora, mais discretas – agigantando-se novidade no planeta, ficam em plano fosco sofrimentos mais antigos, embora continuados. Substituir pela brancura da paz florida, rugas cavadas.
Ainda vestida de branco, a esperança. Sinestesias muitos têm e deles são redutos exclusivos. Podem relacionar-se com música, números, dias da semana, palavras, sentimentos e com o mais diverso pelas inúmeras gentes. Aninho a paz branca, a esperança cujo brilho encandeia e vejo translúcida, a alegria como luz de amanhecer fresco e soalheiro.
Sejam camélias listradas pela cor gerada na seiva, flores de pessegueiro - por excelência anúncio de Primavera como o desabrochar dos botões delicados das amendoeiras -, exibem cor-de-rosa. Assim pinto o número três, a terça-feira, a bondade, a palavra ‘amável’.
Antúrios rubros como o sangue, a paixão, a surpresa, o mês de Abril, balões da infância. Carmim é tinta invisível composta por gotas de fenolftaleína, indicador camaleónico como todos denunciando a natureza ácida ou alcalina dos sais. Cor de Março, cor de mágoas lutuosas.
Do cacto primeiro, recolho o tom das segundas-feiras; do cascalho, a cor expectante das sextas e do número sete e de Setembro. Como o cerne dos rebentos na forma rosácea, o sábado é verde pastel - reproduz o número nove e Janeiro, também a palavra ‘cansaço’. Falta o azul das quartas e do quatro, o amarelo de domingo e do oito e de Agosto e de ‘felicidade’, o laranja do cinco, das quintas-feiras e de ‘euforia’. Um «psi» ocioso do escrito faria petisco.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros