Autor que não foi possível identificar, Dylan Lisle, Andrew Potter
Somos povo adicto a escândalos e escandaleiras, estas, graus acima no apreço popular por serem pasto de publicações menores. Os quiosques enchem fracção importante da montra horizontal com títulos suculentos e rostos «larocas» de fadas e/ou de elfos que são notícia por nadas, mas lançam encantamentos sobre putativos compradores. Não estão à vista asas de libélulas nem varas de condão seguras nas mãos alongadas por unhas de gel sem verniz roído como acontece na vida real horas após a manicura ter executado pintura impecável na queratina que termina os dedos.
Escandaleira que dura há cinco séculos é a censura levada a cabo pelo Instituto dos Registos e Notariado quanto à livre escolha do nome dos neófitos pelos pais. Por tal somos a única democracia do ocidente que constrange a vontade paterna no prenome. Nem a China, nem o Irão, tão pouco a Turquia o fazem. Por cá, 2600 nomes proibidos, número a cada ano aumentado. Exemplos dos autorizados e dos banidos: “Abdénago, Irisalva, Kyara, Yuri, Yasmin, Joaninha, Cereja, Luna e Mar estão entre os nomes considerados legais. Ritinha, Camões, Adilson, Júnior ou Jade não são aceites.” Intriga o que tem a mais a Joaninha que a Ritinha não possui.
Escândalo sério é a acusação formal pelo Ministério Público, treze anos após o facto ter ocorrido, ao principal suspeito no desaparecimento do pequeno Rui Pedro. Bem pode Cândida Almeida esbanjar explicações para a demora. Nem uma valida a tragédia desde então vivida pelos pais do rapaz, na altura com onze anos. O desmoronar duma família, um menino esquecido obrigam a penalizar os responsáveis pela investigação que se convenientemente orientada desde início outros resultados seriam obtidos. É imoral e lesiva a incompetência dos serviços e seus responsáveis. Que punição os atinja e seja exemplar. Talvez o atávico laxismo das instituições públicas nacionais sofra revés definitivo.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros