Janet Hill
À bíblica Eva, as religiões cristãs e judaicas remetem a culpa da primeira infração às normas instituídas. Ao deixar-se seduzir pelo sussurro tentador da serpente, privou toda a humanidade da perfeição e da perspetiva de vida infindável. Pela trinca na maçã da árvore da sabedoria, a mulher, intelectualmente irrequieta, condenou-se e às descendentes a experimentarem dores menstruais, o sangue na perca da virgindade, o carrego da gravidez e o sofrimento do parto. Punições, segundo a tradição judaico-cristã, devidas à astúcia e ao pecado original. No Livro da Sabedoria do Antigo Testamento, consta: “Eu descobri que a mulher é coisa mais amarga que a morte, porque ela é um laço, e seu coração é uma rede, e suas mãos, cadeias. (...) encontrei um homem correto entre mil, mas nenhuma mulher correta entre todas.” A cedência da Eva à transgressão justificou no cristianismo e no judaísmo uma suposta inferioridade da mulher. O Novo Testamento confirmou-a. Nas palavras de Deus dirigidas a Moisés, no Levítico, está escrito: "Fala aos filhos de Israel. Dirás os valores quando se cumpre um voto feito ao Senhor, baseando-se no valor de uma pessoa - para um homem de vinte a sessenta anos, o valor é de sessenta siclos de prata, em moeda do santuário; para uma mulher, o valor é de trinta siclos." Da Primeira Carta aos Coríntios do Apóstolo Paulo, capítulo 3, versículo 28, chega o primeiro sinal de reconhecimento da igualdade entre os humanos: “Não há mais judeu nem grego; já não há mais escravo nem homem livre, já não há mais o homem e a mulher”.
No final das décadas de sessenta e setenta, dos movimentos estudantis, da contestação dos papéis e comportamentos dos sexos, surge o conceito de (...)
Eva ou Havva - mãe de todos. A procriadora e muito mais: figura de (...)
Nota: texto publicado na íntegra em http://www.escreveretriste.com/?p=59520
CAFÉ DA MANHÃ
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