Segunda-feira, 12 de Novembro de 2012

ANIVERSÁRIO DE RODIN

                                                                                                                                                  O Homem do Nariz Quebrado 

 

No século XIX, nasce para a escultura Auguste Rodim. De família pobre, na infância criava formas com a massa utilizada pela mãe para no forno cozer pão. Adulto, viu ser recusada a sua primeira obra (O Homem do Nariz Quebrado) para o Salon de Paris. Partilhou, afinal, a sorte de tantos génios no tempo em que eram, impreparado para entender o arrojo, o futuro da conceção nascente. Recusou o desânimo. Convocou a necessidade de mais saber e melhor fazer. Viajou por Itália e nada perdeu das esculturas de Michelangelo. Fortaleceu o conceito primeiro de non finito, justificação fornecida pelo júri do Salon ao considerar a obra inacabada.

 

 “Rodin redefiniu a escultura pela mesma altura em que Manet e Monet redefiniram a pintura. O escultor deixou-nos dois conceitos formais, relativos a aspetos espaciais e ambientais, que têm tido uma influência duradoura na escultura moderna: a Estética do Fragmento e a Estética do Bloco.

 

A Estética do Fragmento, ou a Autonomia do Fragmento, defende que os elementos representacionais da obra sejam corajosamente reduzidos ou eliminados, com vista à obtenção do desenho expressivo. Este preceito salvou a escultura de uma verosimilhança mecânica, tal como Manet salvou a pintura do realismo fotográfico.

 

A Estética do Bloco, por sua vez, diz que o caráter da forma e o caráter do mármore no bloco de pedra original, devem ser retidos na obra final. A estética do bloco enfatiza, portanto, o ponto de partida material e a vida formal inerente à escultura, o que se opõe totalmente à imitação literal das formas naturais. À Estética do Bloco veio juntar-se a investigação do espaço como volume. A escultura ocidental começou, então, a ser vista como consistindo, simultaneamente, de sólidos e vazios e começou a assumir uma função clara e decisiva de interpretação da luz física e do espaço. A escultura tornou-se menos uma questão de visão e mais uma questão de tato.”

 

Rainer Maria Rilke, poeta celebrado, anos a fio secretário e amigo de Rodin, viria a escrever a biografia Auguste Rodin.

 

Nota - fontes que completaram o meu parco saber em escultura: a Wiki e esta.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:51
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Sábado, 30 de Janeiro de 2010

O «OLHO» DOM


Bola de Sabão - Manuela Pinheiro

 

Menino pintor vendeu integralmente, em Londres, a segunda exposição. É inglês. Compram-lhe um quadro acima de 1000 euros. Fila de espera numerosa para adquirir obra. O pai, desempregado, conseguiu trabalho numa galeria de arte. Levava com ele o filho. Aprenderam, em conjunto, a pintar. A criança absorveu a vista apreendida da galeria: uma bomba de gasolina enquadrada pela Holt (sub)urbana. Os pais não o pressionam, nem fazem dele fonte de rendimento – usa os pastéis se apetite. Em simultâneo, o melhor da turma nas áreas científicas. Projectos: ser pintor ou craque de futebol.

 

Créditos diferentes, saber maior tem Manuela Pinheiro. A 27 de Janeiro, inaugurou exposição no Supremo Tribunal de Justiça na Abertura do Novo Ano Judicial. Sóbria no tailleur castanho e camisa de cetim, duma sala fez capela de emoção. Mal carecem de assinatura as telas: traço, paleta e luz inconfundíveis. O ‘patas de astracã’, que há anos muitos a serve no dia-a-dia para café quotidiano em frente, tarde meada de Inverno na Avenida de Roma, escoltou-a no saída para o frio. Linda e simples! Olhar vivo, azul-turquesa, assim observador e perspicaz não serve qualquer uma. “Justiça e Cultura de Afectos” em mostra no Terreiro do Paço até 10 de Fevereiro. Na Conceito, expostas três novas obras também (re)vivendo afectos. Excepcionalmente, custo inferior ao usual e à cotação.

 

Kieron Williamson, o petiz, vendeu 16 telas por vinte mil euros em menos de um quarto de hora. Talvez menino ficado pelo caminho. Talvez 'novo Picasso', dizem. Discordo:

_ Os génios não se repetem, quais cópias A4.

Entretanto, tem aulas de pintura e frequenta escola banal. Brilha porque luzir dele faz parte.

 

Semelhantes, no «olhar», o ‘menino pintor’ e Manuela Pinheiro. Elo e dom comum, o «olho» de Monet. Em baralho outro, porque escultor, João Cutileiro partilha-o. Cinzel talentoso. Na comemoração do Centenário da República, arrenego posibilidade de a consubstanciar escultura vagínica, ainda que o simbólico feminino seja tradição dentro e fora. Equivalente temos: a fálica esquinuda no cimo do Parque Eduardo VII. O Tejo e o autor mereciam melhor.

 

CAFÉ DA MANHÃ
 

publicado por Maria Brojo às 07:59
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